Pouco depois de Edmar Camata ter a indicação para a direção-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) cancelada pelo futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), anunciou que ele seguirá como secretário do governo capixaba na próxima gestão do socialista.
Camata está à frente da Secretaria de Controle e Transparência (Secont) desde 2019, quando se licenciou da PRF. Com a "desnomeação" de Camata no governo Lula (PT), ele seguirá na pasta no mandato 2023-2026 de Casagrande.
Ao se referir a Camata, Casagrande disse nas redes sociais que "seu trabalho contribuiu para colocar o Espírito Santo no 1° lugar em transparência do Brasil. Seguiremos trabalhando juntos para tornar este Estado cada vez mais eficiente", publicou nesta quarta-feira (21).
Edmar Camata foi indicado por Dino como diretor-geral da PRF na terça-feira (20), mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro retirou do cargo o então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, que é investigado pelo bloqueio das estradas no dia do segundo turno das eleições, no último dia 30 de outubro e é réu por improbidade administrativa por pedir votos para Bolsonaro enquanto chefiava a PRF.
Horas depois da indicação de Camata, vieram à tona publicações em suas redes sociais como entusiasta da Lava Jato e da atuação de Sérgio Moro. Em 2018, o atual secretário de Transparência do Espírito Santo também chegou a usar as redes para manifestar, na época, apoio à prisão do presidente eleito Lula, ocorrida em 2018.
Menos de 24 horas depois de indicar Camata, Dino anunciou nesta quarta que voltou atrás da decisão. "Estamos fazendo uma substituição em relação ao anuncio feito ontem. Estamos efetuando a substituição da indicação que foi feita para o diretor-geral da PRF. Nós tivemos uma polêmica nas últimas horas e o entendimento meu e da minha equipe é que seria mais adequado proceder a essa substituição", disse o futuro ministro.
No lugar de Camata, Dino indicou o policial rodoviário federal Antônio Fernando Oliveira, que está na corporação desde 1994 e atuou na Bahia e Maranhão. Ele é pós-graduado em Direito Tributário e mestrando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autônoma de Lisboa.
Camata se manifestou sobre a alteração em rede social. "Acabo de ver a mudança na indicação para o órgão. Sigo no ES, levando a integridade e a transparência como norte, valores que levaram o Governo do ES a ser o 1° do país".
Com a manutenção de Camata na Secont, já são 18 nomes confirmados no primeiro escalão do novo governo Casagrande, que começa em janeiro. Na terça (20), o governador anunciou que também ficarão nos cargos os secretários Nara Borgo (de Direitos Humanos); Coronel Jocarly Aguiar (da Casa Militar); e Marcelo Calmon (de Gestão e Recursos Humanos).
A próxima gestão deve ter o total de 26 secretários ou cargos equivalentes, os quais compõem o primeiro escalão do governo estadual. Além de 22 pastas atuais, da Chefia de Gabinete e da recriação das secretarias de Desenvolvimento (Sedes) e de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti), a partir do desmembramento da atual Sectides, o governador confirmou a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres, que terá a atual vice-governadora, Jacqueline Moraes (PSB), como titular.
Pastas de peso do governo, o governador deve anunciar na próxima semana quem ficará à frente das secretarias de Educação e da Saúde, segundo afirmou após cerimônia de diplomação realizada na segunda-feira (19) no Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES).
Outras pastas ainda sem definição estão entre as cobiçadas por partidos aliados de Casagrande ou que apoiaram a reeleição dele, como PP, PT, Cidadania e União Brasil. Em entrevista coletiva, o governador afirmou que cada legenda indicará apenas um nome na equipe, sendo que nem todos terão espaço no primeiro escalão. Ele foi reeleito numa coligação com 11 partidos, incluindo o PSB, e ainda ganhou o apoio do União no segundo turno da disputa.
Na lista de secretarias que não tiveram os titulares anunciados estão: Ciência e Tecnologia, cujo nome mais cotado é o deputado federal Felipe Rigoni (União Brasil); Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, que deve ser ocupado por um nome do PT; Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, que foi comandada pelo presidente estadual do PP, Marcus Vicente, até o início de 2022; Turismo, que foi ocupada pela ex-secretária Lenise Loureiro (Cidadania); além de Esportes e Meio Ambiente.
* Com informações de Letícia Orlandi e Ednalva Andrade
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