A prefeitura de Itapemirim, no litoral Sul do Espírito Santo, exonerou, nesta terça-feira (17), todos os servidores em cargos comissionados. A decisão do prefeito em exercício, Thiago Peçanha Lopes (Republicanos), foi publicada no Diário Oficial do município e inclui também o fim de funções gratificadas de servidores efetivos.
Nesta quarta-feira (18), a prefeitura está funcionando em expediente interno, sem nenhum secretário municipal nomeado. Segundo alguns servidores, que não quiseram ter os seus nomes divulgados, a demissão não foi comunicada anteriormente e eles foram pegos de surpresa com o decreto.
A conversa entre os exonerados é que a demissão em massa tem a ver com a intenção do prefeito de reorganizar a equipe nas estruturas organizacionais da administração, inclusive diminuindo a quantidade de servidores comissionados nomeados.
Nos bastidores da prefeitura, a informação é que a demissão não tem relação com as eleições deste domingo (15) e que alguns dos exonerados serão recontratados ainda nesta quarta-feira (18), com publicação na próxima edição do Diário Oficial. A quantidade de nomeações não foi informada.
Thiago Peçanha foi eleito vice-prefeito em 2016 e responde pela prefeitura desde abril de 2017, após o afastamento do prefeito Luciano Paiva. Dr. Thiago, que é o nome de urna de Peçanha, foi eleito no domingo (15) para continuar à frente do município a partir de 2021.
Procurado pela reportagem, o prefeito manifestou-se apenas por meio de nota. No texto, ele diz que foram feitos "ajustes" naturais.
"Precisamos nos preparar para novos desafios e para o futuro. Mudanças fundamentais que consolidam a nossa gestão é necessária. Diante deste cenário, é natural que se façam ajustes, se olharmos de forma mais ampla, os municípios vizinhos também estão na busca de mais eficiência e evolução no que se trata de gestão. Itapemirim não é diferente!", diz a íntegra da nota, assinada por Dr. Thiago.
Thiago Peçanha foi eleito no domingo com 13.934 votos (51,74%). Em segundo lugar, ficou Doutor Antônio (PP), com 12.393 (46,02%) e, em terceiro e último, Monica Quinha (PT), com 603 votos (2,24%).
Mesmo antes da eleição o cenário era turbulento na cidade. O prefeito sofreu revezes na Câmara, com vereadores de oposição que moveram Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e chegaram até a tentar afastá-lo do cargo. A instabilidade tem sido a marca da política municipal nos últimos anos, com diversos afastamentos de Luciano Paiva determinados pela Justiça devido a processos a que ele responde. Thiago Peçanha e Paiva, que também é médico, ficaram rompidos por um tempo, mas estiveram lado a lado na eleição de 2020.
E em meio à toda a turbulência, outra história envolvendo cargos comissionados movimentou Itapemirim: 200 cargos foram formalmente criados por Thiago Peçanha em meio à pandemia de Covid-19. E isso contou com aprovação da Câmara, em regime de urgência. As vagas, no entanto, já estavam preenchidas há tempos, mas sem previsão legal. A aprovação e a sanção da lei a toque de caixa foi justamente para regularizar a situação.
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