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Após eleição surpresa, Casagrande troca líder do governo na Assembleia

Após eleição surpresa, Casagrande troca líder do governo na Assembleia

Enivaldo dos Anjos estava na função desde o início do ano. Agora, quem assume é o deputado estadual Freitas (PSB)

Publicado em 30 de novembro de 2019 às 17:24

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Deputado Freitas (PSB), escolhido como líder do governo na Assembleia, e governador Renato Casagrande (PSB). (Reprodução/Instagram)

O governador Renato Casagrande (PSB) anunciou, pelo Twitter, na tarde deste sábado (30), que vai mudar o líder do governo na Assembleia. O socialista afirmou ter feito um convite ao deputado estadual Freitas (PSB), e que o correligionário aceitou. Ele entra na função que era ocupada por Enivaldo dos Anjos (PSD) desde o início do governo.

A atuação de Enivaldo na liderança vinha sendo alvo de questionamentos, nos últimos dias, visto que o deputado deu algumas demonstrações de que poderia estar mais próximo dos interesses do presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos), do que do governador. Isto ficou configurado devido à postura dele na aprovação da PEC que permitiu a eleição antecipada da Mesa Diretora da Assembleia, na última segunda, e do apoio dado a Erick na realização da eleição surpresa na última quarta-feira (27), 14 meses antes do que ocorreria anteriormente.

Em julho deste ano, Enivaldo chegou a entregar o cargo de líder do governo, após seis meses, alegando estar cumprindo uma resolução, que dispõe a validade de seis meses para a função. No entanto, em agosto, "reassumiu" a função, a convite do governador. O deputado Dary Pagung (PSB) está na função de vice-líder.

MOTIVAÇÃO

De acordo com o secretário chefe da Casa Civil, Davi Diniz, a troca na liderança do governo ocorreu por decisão do governador, que entendeu que era o momento de mudar. "Ele entendeu que era o momento de repensar a estrutura, de voltar para um diálogo com os deputados para restabelecer uma base governista, apesar de Enivaldo sempre ter apoiado o governo. Ele o agradeceu, pois o deputado sempre cumpriu o papel dele na liderança, tanto é que foi revalidado na função, e 100% dos projetos do governo foram aprovados. Esperamos que ele continue a apoiar nossas pautas", explicou. O secretário nega que seja por conta da proximidade entre Enivaldo e Erick Musso. "Enivaldo sempre teve relação próxima com Erick, nunca escondeu isso, sempre deixou claro. Não teve relação."

O governador poderia ter indicado para a função alguns dos deputados que votaram contra a chapa de Erick Musso e têm se comportado de forma mais fiel ao Palácio Anchieta,  mas questionado sobre o porquê da escolha por Freitas, já que o deputado votou a favor da PEC da eleição antecipada, foi a favor da chapa de Erick Musso, da qual inclusive faz parte, como 2º secretário, Diniz afirmou que foi devido ao trânsito que o socialista possui. "Não foi só por ele ser do PSB. Foi por ele ter abertura com todos os deputados. Poderá montar as pautas e tem condição de dialogar inclusive com o presidente. A eleição da Mesa é página virada. O governador já manifestou seu pensamento sobre ela e não há mais o que comentar."

Após a manobra para a eleição antecipada surpresa na Assembleia, o secretário admite que o governo precisará recompor sua base no Legislativo. "Teremos que restabelecer um diálogo com os deputados, buscando trazê-los para base, com uma maior adesão, em um grupo mais firme, que cause menos surpresa na hora das votações. Hoje há uma volatilidade muito grande.  É um grupo pró-governo, e não de oposição a qualquer pessoa", disse. 

Freitas deve ficar na função pelo menos até abril de 2020, visto que ele é suplente de Bruno Lamas (PSB), hoje licenciado para atuar como secretário de Assistência Social do governo. Lamas é pré-candidato à prefeitura da Serra, e se for mesmo disputar, precisará se desincompatibilizar do cargo do Executivo seis meses antes da eleição, e retomar o mandato na Assembleia. 

SAÍDA

Enivaldo se manifestou sobre a mudança por meio de nota. "Comunico a todos que deixo no dia de hoje a liderança do governo , por motivos pessoais , e que continuo trabalhando pela harmonia na política do Espírito Santo. Agradeço a todos que comigo colaboraram durante o exercício da liderança", disse.

Em um áudio que circulou nas redes sociais, Enivaldo se queixou de ter sido dito que ele foi destituído do cargo. "Se o chefe da Casa Civil quer dizer que eu fui destituído com a intenção de pagar pelo serviços que prestei até agora, é uma demonstração clara de que o governo está desnorteado. Quando a PEC da eleição da Mesa foi votada, também foi votada a da Previdência, que eu como líder ajudei a aprovar em nove dias, e isso eles não agradecem. Todas as matérias do governo até hoje na Assembleia, consegui a aprovação", disse.

Enivaldo disse ainda que se houve erro na Assembleia foi da política do governo, e não dele. "O que fez o governo perder na Assembleia foi exatamente essa incoerência, essa falta de habilidade do chefe da Casa Civil, falta de capacidade política de conseguir se organizar. Ele está procurando um culpado para um assunto que não tem explicação. Não participei da chapa [de Erick Musso], ela teve 24 votos, inclusive do deputado do PSB,  que está na chapa do Erick", afirmou.

"Eu era líder para aprovar matérias do governo, e aprovei todas, com ajuda dos deputados e orientação do governo. Eleição de Mesa não era função minha, e a falha foi do chefe da Casa Civil, que é incoerente. Como ele quer falar que me tirou, e coloca um deputado da chapa que foi eleita? Que coerência é essa?." 

O deputado Freitas  foi procurado, mas não atendeu as ligações. 

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