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Após eleições, governo do ES pode ter temporada de trocas no primeiro escalão

Após eleições, governo do ES pode ter temporada de trocas no primeiro escalão

Ex-prefeitos que terminaram seus mandatos e derrotados nas eleições são cotados para entrar no governo. Casagrande admite ajustes. Veja os cotados

Publicado em 7 de janeiro de 2021 às 06:00- Atualizado Data inválida

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Entrevista com o governador do Espírito Santo Renato Casagrande (PSB) na residência oficinal, Praia da Costa, Vila Velha
Casagrande durante entrevista concedida, em dezembro, na residência oficial, na Praia da Costa. (Vitor Jubini)
Rafael Silva
Repórter de Política / [email protected]

A partir de fevereiro, uma temporada de "ajustes" no primeiro escalão do governo do Espírito Santo deve ser iniciada. O próprio governador Renato Casagrande (PSB) não esconde que, iniciando seu 3º ano de mandato, é hora de "avaliar o desempenho de cada pasta". Além disso, aliados do governo que foram derrotados nas eleições ou que simplesmente terminaram seus mandatos como prefeitos estão ociosos e podem ser chamados para compor a equipe da administração estadual.

No tabuleiro político, finalizado o pleito municipal, os partidos se rearranjam em seus espaços, reveem alianças e refazem projetos para as próximas eleições em 2022. No Palácio Anchieta, internamente, sabe-se que a governabilidade depende de trazer para perto os aliados. Em entrevista para A Gazeta, em dezembro, Casagrande disse que reservaria espaço na agenda em janeiro, entre reuniões para tratar de ações sobre a pandemia da Covid-19 e obras, para falar sobre as eleições da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

Por lá, no Legislativo, todo mundo dá como certo que o governo terá candidato. Só não se sabe se esse candidato será alguém da base governista – o deputado estadual Coronel Alexandre Quintino (PSL) chegou a ser cotado no ano passado, mas perdeu força – ou se Casagrande vai apoiar uma reeleição do atual presidente, Erick Musso (Republicano).

Mais de um ano após a polêmica antecipação da eleição da Mesa, quando houve um desgaste entre o grupo de Erick e o de Casagrande, o clima entre os dois voltou a ser amigável. O desentendimento, garantem palacianos, ficou no passado. É certo que a composição de uma chapa na Assembleia passa também pela recomposição da equipe de governo.

QUEM ENTRA?

Os "ajustes", como o próprio Casagrande prefere chamar, devem acontecer a partir de fevereiro, já prevendo rearranjos devido à eleição da Mesa Diretora. Já são cotados para serem nomeados o ex-prefeito de Vila Velha Max Filho (PSDB), que não descarta a possibilidade e já tem conversa marcada com o governador; o ex-prefeito de Viana Gilson Daniel (Podemos); o ex-prefeito de Santa Leopoldina, Vavá Coutinho (PSB); e o ex-prefeito de Nova Venécia, Lubiana Barrigueira (PSB).

Para quem está sem mandato, uma secretaria ou mesmo uma autarquia dentro do governo é crucial para se manter em evidência, principalmente entre aqueles que pretendem disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, em 2022.

Um retorno do deputado estadual Bruno Lamas (PSB) para a Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades), que deixou em abril do ano passado para disputar as eleições, também é cogitado.

Há ainda uma movimentação para que Marcelo Santos (Podemos) assuma a Secretaria de Esportes, atualmente sob o comando de Júnior Abreu (PDT). A troca já teria até o aval dos pedetistas, uma vez que com a saída de Marcelo Santos da Assembleia, quem herdaria seu cargo seria a ex-deputada federal Sueli Vidigal (PDT).

QUEM SAI?

No entanto, se já há nomes para entrar no governo, ninguém se arrisca a apontar quem sai. Desde janeiro de 2021, Casagrande demitiu apenas um secretário, Roberto Sá, que comandou a Segurança Pública por 15 meses, mas foi exonerado em meio ao crescimento do número de homicídios na reta final de sua gestão. "O governador não tira ninguém para acomodações políticas, a única troca que ele fez foi por uma questão de resultados. E isso pode acontecer a qualquer momento, não existe data", afirmou um interlocutor do governador.

Outros dois secretários já deixaram suas pastas, um deles foi o próprio Bruno Lamas, que saiu para disputar a Prefeitura da Serra, e Heber Viana de Resende, que ficou até julho de 2021 na Secretaria de Desenvolvimento, mas deixou o cargo para assumir a presidência da estatal ES Gás. A pasta chegou a ficar 29 dias sem titular, até Marcos Kneip, que era secretário de Desenvolvimento em Anchieta, ser nomeado como novo chefe da secretaria.

Casagrande tem reforçado que não "marca data para reforma de secretariado" e que não há demanda para acomodar prefeitos que terminaram seu mandato. "Não tenho interesse em recompor equipe que não seja para ter mais eficiência", disse ele, para A Gazeta, ainda em dezembro.

Embora aliados confirmem a intenção de novas nomeações, ninguém se arrisca. “Imagina o desconforto que seria alguém saber pela imprensa que vai perder seu cargo. Essa não é a postura do governador”, avaliou um deles.

Dito tudo isso, dá para se ter uma ideia que embora 2021 não seja ano eleitoral, as articulações políticas não param. Enquanto digerem os resultados da eleição de 2020, as lideranças partidárias já começam a separar os ingredientes para o pleito de 2022.

Como diria uma raposa política do Estado: "Eleição é como um caminhão carregado de melancias. A carga sai de um jeito, mas é no caminho que ela se organiza e ninguém pode prever como chegará ao seu destino."

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