> >
Assembleia do ES arquiva projeto que barrava uso de câmeras por policiais

Assembleia do ES arquiva projeto que barrava uso de câmeras por policiais

Maioria dos deputados presentes à sessão desta segunda-feira (13) acompanhou parecer da Comissão de Constituição e Justiça pela inconstitucionalidade da proposta

Publicado em 13 de março de 2023 às 19:12

Ícone - Tempo de Leitura 2min de leitura
Primeira sessão ordinária da Assembleia Legislativa em 2023
Plenário da Assembleia Legislativa: deputados debateram projeto por quase duas horas . (Ednalva Andrade)

O Projeto de Decreto Legislativo 02/2023, que previa sustar a portaria do governo do Estado que instituiu o uso de câmeras corporais pelos policiais penais nas penitenciárias do Espírito Santo, foi arquivado pela Assembleia Legislativa. O parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) apontou a inconstitucionalidade da proposta, entendimento seguido pela maioria dos parlamentares na sessão desta segunda-feira (13). 

Apresentado pelo deputado Wellington Callegari (PL), o projeto tinha, entre outras justificativas, a preservação da integridade dos agentes de segurança. Contudo, o argumento usado não foi adequado ao previsto para a aprovação de um decreto legislativo. A iniciativa é, sim, parlamentar, mas é um ato para casos em que, por exemplo, o Executivo extrapole a sua competência, o que não foi observado pelo presidente da CCJ, deputado Mazinho dos Anjos (PSDB).  

"Questões meritórias e administrativas não podem ser consideradas como exorbitação do poder regulamentar do Executivo, sob pena de entrar na competência administrativa do Executivo, e ofender também o princípio da separação dos poderes", explicou Mazinho, ao apresentar seu parecer pela inconstitucionalidade na comissão. 

Assembleia do ES arquiva projeto que barrava uso de câmeras por policiais

 Isso significa dizer que, em debate, não estava o mérito da portaria que instituiu o uso das câmeras, mas o fato de o projeto de Callegari não ter apresentado qualquer argumento legal que pudesse justificar o decreto para sustar a medida adotada pelo Executivo, sendo que o governo do Estado tem legitimidade para a iniciativa. 

Callegari foi à tribuna para defender seu posicionamento e conseguiu apoio de oito deputados, mas a aliança não foi suficiente para que a matéria seguisse em votação nas demais comissões e no plenário da Assembleia. O presidente do Legislativo, deputado Marcelo Santos (Podemos), encaminhou o projeto para arquivo após quase duas horas de discussões. 

A Portaria 2-R, da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), regulamentou em fevereiro o uso de câmeras corporais nas contenções e intervenções realizadas pelos policiais penais nos presídios. A utilização dos equipamentos nos uniformes dos agentes foi liberada no dia 16 do mês passado nas 36 unidades prisionais do Espírito Santo.

Na ocasião, o secretário André Garcia disse que o uso de câmeras vai ser avaliado, de modo a corrigir eventuais erros e procedimentos e, ainda, definir um cronograma para expandir a outros agentes de segurança. "As câmeras serão importantes para efeito de treinamentos, para se ajustar condutas de policiais, se for o caso. É um mecanismo de transparência", afirmou. 

A utilização de câmeras pelos policiais militares também já está em análise, com a criação de uma comissão dentro da corporação, conforme adiantou a colunista Letícia Gonçalves.  

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais