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Assembleia do ES publica anulação de eleição antecipada da Mesa Diretora

Assembleia do ES publica anulação de eleição antecipada da Mesa Diretora

Decreto foi publicado no Diário do Legislativo desta segunda-feira. Texto atende a uma das críticas feitas à forma como a eleição foi convocada e estabelece prazo mínimo de três sessões entre a convocação e a realização do pleito

Publicado em 9 de dezembro de 2019 às 12:39

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Assembleia Legislativa realizou a eleição da Mesa Diretora, no último dia 27, após aprovação da emenda que permite antecipar o pleito. (Tati Beling)

Cinco dias depois do anúncio da anulação da eleição da Mesa Diretora  para o biênio 2021-2023, a Assembleia Legislativa do Espírito Santo publicou nesta segunda-feira (9) o decreto oficializando a renúncia dos deputados estaduais eleitos no pleito. A emenda constitucional que permite a eleição antecipada do comando da Casa continua valendo. 

O ato - assinado pelo presidente da Casa, Erick Musso (Republicanos) - diz que a nova eleição deverá ser realizada após publicação da convocação no Diário do Poder Legislativo e num intervalo de, no mínimo, três sessões ordinárias entre a designação e o pleito.

A publicação atende a uma das críticas feitas pela base governista no Legislativo, que alegou não ter conseguido montar uma chapa entre a convocação das eleições, feita às 9h da sessão do dia 27 de novembro, e o início da votação, às 9h20 do mesmo dia. 

"As eleições para a Mesa Diretora alusivas ao biênio 2021-2023 serão realizadas na forma do §9º do Art. 58 da Constituição Estadual, devendo o Presidente da Assembleia Legislativa designar a data e hora de realização da nova eleição mediante publicação no Diário do Poder Legislativo, com interstício de, no mínimo, três sessões ordinárias entre a designação e a datada eleição", diz o texto do ato publicado nesta segunda.   

A emenda à Constituição que permitiu a antecipação da eleição da Mesa Diretora não prevê data e nem especifica um prazo mínimo para inscrição de chapas. No texto consta apenas que o pleito deve acontecer "em data e hora previamente designadas pelo presidente da Assembleia Legislativa".

"Em data e hora previamente designadas pelo Presidente da Assembleia Legislativa, antes do início do terceiro ano de cada legislatura, sob a direção da Mesa Diretora, realizar-se-á a eleição da Mesa, cujos membros terão mandato de dois anos e serão empossados na forma do inciso II do § 5º, sendo permitida aos membros da Mesa a recondução para o mesmo cargo no biênio imediatamente subsequente", diz o trecho, com nova redação, da Constituição Estadual

AÇÕES QUESTIONAM EMENDA

seccional do Espírito Santo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES) questiona, na Justiça Federal, a legalidade da emenda, já que, segundo o presidente da entidade, José Carlos Rizk Filho, houve uma falha jurídica quando o Legislativo criou uma comissão especial para analisar o tema. De acordo com o Regimento Interno da Assembleia, as comissões só podem ser criadas para assuntos que interessem o Estado ou a população. Para a Ordem, a antecipação da eleição não se enquadraria nesta categoria.

O partido Cidadania disse que vai levar até o Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) para revogar a emenda. O anúncio foi feito pelo deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), que acionou, ainda, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), pedindo a anulação do texto.

ENTENDA A ELEIÇÃO DA MESA DIRETORA

Originalmente, a Mesa Diretora que ficará à frente da Casa no período de 1º de fevereiro de 2021 a 31 de janeiro de 2023 somente seria eleita em 1º de fevereiro de 2021. Mas Erick propôs e a maioria dos deputados aprovou uma alteração na Constituição Estadual para permitir a antecipação da eleição.

O pleito, então, foi antecipado em 14 meses e o atual presidente foi reeleito para comandar a Casa por mais dois anos a partir de 2021. Após críticas e as ações na Justiça, Erick Musso recuou e  divulgou uma "Carta ao povo do Espírito Santo", subscrita, ao todo, por 22 deputados, em que eles sustentam que a eleição antecipada ocorreu dentro da legalidade, mas os integrantes da Mesa Diretora eleita decidiram renunciar aos cargos que ocupariam no biênio seguinte pela "estabilidade e harmonia entre os Poderes"

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