Uma das funcionárias que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) empregou na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), mas que não tinha crachá e ficava lotada fora do gabinete, mora no Espírito Santo. Segundo o jornal O Globo, a pessoa em questão é Andrea Siqueira Valle, 47 anos, irmã de Ana Cristina Siqueira Valle - ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. O jornal carioca descobriu que ela mora desde o fim de 2018 em Guarapari.
A publicação conta que ela, que chegou a receber até R$ 7,3 mil por pelo menos quatro anos da Alerj e participar de concursos de fisiculturismo, vive atualmente de faxinas na cidade capixaba. O jornal revela ainda que Andrea e o primo de Ana, Francisco Diniz, que ficou lotado por 14 anos na Alerj, só tiveram registro de crachá na Assembleia no ano de 2017.
O Globo conta que, em Guarapari, Andrea é uma mulher com medo. A publicação revela que a fisiculturista chegou a correr da reportagem ao ser abordada e repetir, insistentemente, que "não tinha nada a declarar". O jornal descobriu que ela aluga uma quitinete a R$ 800 por mês e trabalha dando faxina na academia Sports Center.
O cenário é bem diferente de quando ela vivia em Resende, no Rio, e tinha um salário bruto de R$ 7.326,64, além de receber um auxílio-educação de R$ 1.193,36. Ela esteve lotada no gabinete de Flávio Bolsonaro desde 2008 e apenas em 2017 foi pedido um crachá da Alerj em seu nome.
MAIS PARENTES
Ao todo, Flávio contratou nove parentes de Ana Cristina Siqueira Valle em seu gabinete e, segundo O Globo, quatro estão com dificuldades para comprovar que, de fato, assessoraram o senador. De acordo com a reportagem, o vendedor aposentado José Procópio Valle, Maria José de Siqueira e Silva - pai e tia de Ana Cristina -, e o primo Francisco Diniz são os outros três parentes com dificuldades de comprovar presença na Casa de Leis pois jamais tiveram crachá funcional da Alerj. José ficou lotado cinco anos no gabinete e Maria nove. Já Francisco foi contratado por 14 anos.
O grupo de familiares é alvo da investigação que apura a prática de "rachadinha" no gabinete. Tudo começou com as movimentações atípicas, de R$ 1,2 milhão, de Fabrício Queiroz, outro ex-assessor. Segundo o Globo, todos tiveram o sigilo fiscal e bancário quebrado por decisão do Tribunal de Justiça do Rio.
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