O radialista capixaba Max Pitangui (PTB) foi preso na tarde desta quinta-feira (14) no Paraguai. A informação foi confirmada pelo advogado que faz a defesa dele, Marcelo Brasileiro.
O radialista estava desde julho no país vizinho após ter obtido uma autorização provisória de asilo. Ele tem um mandado de prisão em aberto desde 15 de dezembro do ano passado no Brasil por suspeita de promover atos antidemocráticos no Espírito Santo, por integrar milícia digital e por ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Pitangui, segundo o advogado, foi chamado nesta quinta (14) pelas autoridades paraguaias para uma reunião onde seria debatida a concessão de sua autorização permanente de asilo. Porém, na saída da reunião, ele foi detido, juntamente com outros brasileiros foragidos que também haviam sido convocados.
“Conversei com a esposa dele, ela confirmou a prisão. Ligaram hoje pra que ele fosse procurar o documento definitivo. Quando saiu (da reunião), a Interpol estava pronta para pegá-lo”, diz a defesa.
Desde que se mudou com a família para o Paraguai, Pitangui tinha vida normal e frequentemente postava sobre sua rotina nas redes sociais.
O advogado afirmou que ainda não sabe para onde Pitangui será levado. "Vou procurar saber se ele vai para Brasília, ou se vem para o Espírito Santo. Depois que conseguir falar com ele, vamos tomar as medidas."
Candidato a deputado estadual em 2022 e não eleito, Pitangui foi um dos alvos da megaoperação da Polícia Federal em oito Estados, incluindo o Espírito Santo, e no Distrito Federal contra atos antidemocráticos, cumprindo mandados de prisão e de busca e apreensão.
No Estado, foram presos o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos) e o proprietário do site Folha do ES, Jackson Rangel. No mesmo dia, os deputados Capitão Assumção (PL) e Carlos Von (DC) receberam tornozeleira eletrônica.
Dias depois também foi detido o pastor Fabiano de Oliveira, que se escondeu no acampamento bolsonarista instalado em frente ao 38º BI, na Prainha, em Vila Velha. Acabou sendo preso em operação da PF.
Nesta quinta-feira, após a prisão de Max, o ministro da Justiça, Flávio Dino, elogiou o trabalho da polícia.
No mesmo dia em que a Polícia Federal realizava as prisões e cumpria os mandados de prisão e de busca e apreensão, em 15 de dezembro do ano passado, Max gravou vídeo e compartilhou em suas redes sociais.
Nas imagens, ele afirma saber que estava sendo procurado. Pelo mandado de prisão, os suspeitos foram proibidos de usar suas redes sociais e de dar entrevistas, sob pena de multa de R$ 30 mil em caso de descumprimento.
As investigações do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) apontam Max Pitangui como uma das lideranças dos “movimentos criminosos e antidemocráticos que atacam o sistema eleitoral”.
“Indivíduo tem reiterada e continuamente se manifestado de forma abusiva, não só questionando (sem provas) a lisura do pleito eleitoral, mas também incitando a abolição do próprio Estado Democrático de Direito mediante intervenção militar e/ou tomada violenta de poder, representando verdadeira liderança dos movimentos antidemocráticos (assim reconhecidos pela e. Suprema Corte na ADPF 519) nesta unidade da federação”, diz o relatório do MPES.
Ofensas ao ministro do Supremo também são atribuídas a Max Pitangui. Em uma mensagem no Twitter, ele os chama de "bandidos de capa preta” e diz que, se o ex-deputado federal Roberto Jefferson tivesse “abrido fogo (sic)” contra o STF, “a maioria dos brasileiros estaria feliz da vida”.
Além dos pedidos de prisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou busca e apreensão em um endereço relacionado a Max em Laranjeiras, na Serra, e em um veículo.
Também foi determinada a quebra de sigilo telefônico, dos arquivos armazenados na nuvem (inclusive registros de deslocamentos de Uber), conteúdos de contas de e-mail e o bloqueio das páginas de Facebook, Instagram, Twitter e Youtube relacionados a Max e ao movimento Soberanos da Pátria. Também deveria ser bloqueado o canal de Telegram do Soberanos da Pátria.
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