O empresário Guerino Balestreassi (PSC) tomou posse, na manhã desta sexta-feira (1º), como prefeito de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Em seu discurso, evitou fazer promessas ou falar do que pretende fazer, mas afirmou que vai trabalhar focado no desenvolvimento econômico do município.
Ainda durante o discurso, Balestrassi se emocionou algumas vezes lembrando de suas gestões anteriores - ele esteve à frente da Prefeitura de Colatina entre 2001 e 2008 - e falando da esposa, das filhas e da mãe de 94 anos.
A sessão solene que deu posse aos vereadores, prefeito e vice-prefeito foi realizada na Câmara Municipal, no Centro do município, e deveria ter início às 10 horas, mas houve um atraso de 20 minutos para começar.
No plenário, além do prefeito, estavam os vereadores eleitos, o vice-prefeito, Doutor Rogério Resende (PDT), o deputado estadual Renzo Vasconcelos (PP), aliado político e articulador da candidatura de Balestrassi, e Tadeu Marino (PSB), subsecretário estadual de Saúde que representava o governo do Estado na cerimônia.
E, apesar da pandemia do novo coronavírus, os políticos ainda levaram alguns familiares e convidados. Membros da nova equipe de Balestrassi também acompanharam a cerimônia.
Todos usavam máscaras, mas tiravam a proteção para discursar na tribuna da Casa. Com cerca de 100 convidados, o distanciamento social, também necessário como medida preventiva à Covid-19, não foi totalmente colocado em prática.
Existia a expectativa sobre a presença do ex-prefeito na posse dos novos eleitos. Sem concorrer à reeleição, Sérgio Meneguelli (Republicanos) teria dado indícios que poderia não comparecer. No início da sessão, a mesa de autoridades foi anunciada sem Meneguelli.
Diante da situação, a reportagem de A Gazeta procurou um assessor de Meneguelli que disse que ele não iria ao local, pois estava se preservando para um procedimento cirúrgico que vai realizar na próxima segunda-feira (4).
Com a cerimônia em andamento, perto das 11 horas, o vereador Jolimar Barbosa (PL), que conduzia os trabalhos, anunciou que Meneguelli havia chegado ao plenário. De maneira improvisada, o ex-prefeito foi colocado na mesa.
Ele cumprimentou os presentes e posou para fotos ao lado do novo prefeito. Meneguelli também foi convidado a discursar na tribuna da casa. Ele disse que sai com sentimento de dever cumprido e que estaria “muito leve” com o fim de sua gestão. Com muita popularidade nas redes sociais, o político afirmou ainda que se orgulhava, em sua visão, de deixar a cidade capixaba conhecida em todo o país.
Em clima de muita cordialidade, ele desejou sorte ao novo prefeito e disse que estava muito confiante e satisfeito com a nova gestão, repetindo a afirmação que tinha feito para reportagem de A Gazeta algumas horas depois do pleito. Meneguelli finalizou se colocando à disposição para ser um voluntário da gestão de Balestrassi.
Inicialmente, a sessão de posse foi conduzida pelo vereador Jolimar Barbosa (PL) por ser um dos remanescentes da legislatura anterior. Durante a cerimônia também foi feita a escolha da Mesa Diretora da Câmara Municipal.
Duas chapas se inscreveram para eleição. A primeira encabeçada pelo próprio Barbosa e a segunda pelo vereador Marcelo Pretti (Patriota). Por nove votos, contra seis, Jolimar Barbosa foi eleito para comandar a Casa pelos próximos dois anos. O nome dele para ser o novo presidente já era dado como favorito nos bastidores da política colatinense. Essa é a terceira oportunidade de Jolimar na presidência, cargo que ocupou, por duas vezes consecutivas, entre 2015 e 2018. Darin Rudio Pavan (MDB), ficou como vice-presidente; Wanderson Rodrigues (Solidariedade) como 1º secretário; e Kecia Bassetti (PDT), única mulher na Câmara, como 2ª secretária.
Em seu discurso, após ser eleito o novo presidente, Jolimar Barbosa pregou a união dos vereadores. “Todas as decisões vamos tomar juntos, todos somos iguais”, ressaltou.
Entre os componentes da nova Mesa Diretora, apenas Bassetti (PDT) estava em um dos partidos que faziam parte da chapa de Balestrassi na eleição. Apesar disso, a composição da Mesa não deve representar dificuldade ao prefeito na Câmara. Os próprios discursos de Barbosa e Balestrassi apontaram para a mesma difeção.
Uma das principais lideranças de Colatina, Guerino Balestrassi foi prefeito em duas gestões, de 2001 a 2008. Desde então, esta foi a primeira vez que ele tentou voltar ao comando do Executivo colatinense. Em 2020, Guerino Balestrassi foi eleito com 34,08% dos votos. Foram 20.072 votos no total. Seu principal oponente foi Luciano Merlo (Patriota), que ficou com 33,01%.
Aos 61 anos, Balestrassi é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e pós-graduado em Administração pela Faculdade de Ciências Econômicas de Colatina. O ex-prefeito é dono de uma empresa na área de metal e mecânica.
Durante seu período na administração municipal, foi presidente da Associação dos Municípios do Estado do Espírito Santo (Amunes), entre 2005 a 2009. Após sair do Executivo, Guerino foi secretário de Estado de Economia e Planejamento, em 2010, e secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, de 2015 a 2016. Recentemente, ocupou o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico de Aracruz. Ele saiu do cargo para disputar o comando da Prefeitura de Colatina.
Balestrassi também participou das eleições estaduais de 2014 e 2018. Na primeira, tentou uma vaga na Câmara dos Deputados. Mais recentemente disputou uma cadeira na Assembleia Legislativa. Em nenhuma delas Guerino saiu vencedor das urnas. Apesar de ter boa avaliação da sua passagem pela prefeitura, Guerino acumula essas duas derrotas eleitorais nas suas últimas empreitadas.
Entre seus principais apoiadores para a eleição de 2020, Guerino Balestrassi contou com um importante grupo político de Colatina. A candidatura dele recebeu as bênçãos do empresário Pergentino Júnior, representante da família que é dona da faculdade Unesc e do Hospital São José na cidade. Pergentino é pai do deputado estadual Renzo Vasconcelos (PP), que também aderiu ao nome de Balestrassi. Foi do grupo de Pergentino e Renzo a escolha do nome do vice na chapa. A opção foi pelo médico Rogério Resende (PDT). Além do seu PSC, sigla considerada de pequeno porte, PSD, PDT, DEM e PP fizeram parte da coligação que o reconduziu para a prefeitura.
Para esse mandato, 80% do Legislativo municipal foi renovado. Dos 15 vereadores da legislatura anterior, 13 tentaram reeleição, mas apenas três venceram e vão continuar no cargo. Veja a lista completa dos empossados em Colatina.
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