O estrategista americano Steve Bannon anunciou nesta sexta-feira (1º) o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como líder na América do Sul do The Movement, articulação de direita populista que ele comanda no mundo.
Filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Eduardo se disse "muito orgulhoso" de ter sido escolhido para a missão, em comunicado antecipado pela Folha de S.Paulo.
"Trabalharemos com Bannon para resgatar a soberania de forças progressistas, globalistas e elitistas e para expandir o nacionalismo de bom senso para todos os cidadãos latino-americanos", declarou o deputado.
Ex-assessor do presidente americano Donald Trump, Bannon disse que "The Movement tem a honra de dar as boas-vindas a Eduardo Bolsonaro como parceiro ilustre, e ao Brasil, como aliado-chave na região".
"Nos unimos na busca por uma agenda nacionalista e populista de prosperidade e soberania para cidadão em todo o mundo", concluiu.
Integrante da campanha de Trump para a Presidência, o americano foi nomeado estrategista-chefe da Casa Branca em novembro de 2016.
Foi demitido em agosto do ano seguinte. Ligado ao movimento "alt-right" - com o qual se identificam nacionalistas brancos, grupos homofóbicos e anti-imigrantes-, ele havia se tornado uma presença incômoda na Casa Branca, principalmente depois da marcha de grupos racistas e neonazistas em Charlottesville, na Virgínia, que terminou com uma morte, em agosto de 2017.
Desde a sua saída do governo Trump, Bannon passou a incentivar políticos e partidos alinhados a seu ideário pelo mundo.
Encontrou-se com Eduardo Bolsonaro mais de uma vez, antes e depois da campanha eleitoral no Brasil.
O The Movement se define como um consórcio de representantes europeus que apoia o nacionalismo populista e rejeita a influência do que chama de globalismo.
Ao indicar Eduardo Bolsonaro como seu representante, o movimento nota que ele obteve votação recorde para deputado fedeeral, de 1,8 milhão de votos, na eleição.
"Restauraremos a dignidade, a liberdade e as oportunidades econômicas na nossa grande nação e vizinhos", disse ainda o filho do presidente.
"A atuação de Bannon na Europa é vital, e apoiamos os seus esforços contra o perigoso pacto global de migração", diz o deputado. O Brasil deixou o acordo após a posse de Bolsonaro.
Desde antes de seu pai se lançar como candidato à Presidência, Eduardo já havia se aproximado de Bannon.
Em agosto do ano passado, dois dias antes do anúncio da candidatura, ele se reuniu com o americano em Nova York e tuitou uma foto com ele, dizendo que Bannon "afirmou ser entusiasta da campanha". "Certamente estamos em contato para somar forças", acrescentou.
Em entrevista à Folha de S.Paulo no dia 29 de outubro, Bannon disse que ficou "muito bem impressionado com Eduardo e seus assessores".
"Nós quase terminávamos as frases uns dos outros, temos a mesma perspectiva em relação à economia, estabilidade, lei e ordem. Eles estão muito sintonizados com o populismo e nacionalismo, compartilhamos a mesma visão de mundo", afirmou.
Disse, ainda, que se manteve em contato com o brasileiro informalmente e que não precisou ajudar a equipe de campanha, pois "são muito sofisticados" no trabalho com redes sociais.
No fim de novembro, o filho do presidente compareceu ao jantar de aniversário de Bannon em Washington, e também compartilhou a foto do encontro em uma rede social. Ele descreveu o aniversariante como uma "pessoa ícone no combate ao marxismo cultural".
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