Durante pronunciamento em resposta ao pedido de demissão do ex-ministro Sergio Moro, na tarde desta sexta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro voltou a citar a facada que levou durante ato de campanha em 6 de setembro de 2018. Ele insinuou que a Polícia Federal, sob o comando de Moro, não investigou o episódio com o afinco que deveria. O processo que julgou Adélio Bispo culpado pelo fato foi encerrado em julho de 2019 e, mesmo ainda podendo recorrer da decisão que declarou o réu inimputável sem condições de responder por seus atos , o presidente não o fez.
Diversas vezes, desde o episódio, Bolsonaro insinuou que haveria um suposto "mandante" do crime. Tal teoria não foi comprovada no curso do processo, que concluiu que Adélio agiu sozinho.
A sentença indicando que o acusado tem transtorno delirante persistente e que não poderia ser punido criminalmente foi dada em 14 de junho de 2019. Nos dias seguintes, o Ministério Público, o presidente Jair Bolsonaro e a defesa do acusado foram chamados a apresentar recurso. Contudo, ninguém se manifestou no prazo legal.
Na ocasião, ao jornal O Globo, Bolsonaro disse que se absteve de recorrer porque sabia que ganharia, o que acarretaria uma sentença de tentativa de homicídio e um tempo considerado por ele curto de prisão. "No máximo em dois anos estaria na rua. Agora, pela insanidade mental, é prisão perpétua", disse.
Após o trânsito em julgado do processo, a Justiça determinou que Adélio ficasse internado por tempo indeterminado sob tratamento psiquiátrico. Inicialmente, ele foi alocado na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS). No entanto, em março deste ano, a Justiça Federal do Mato Grosso do Sul determinou que ele fosse transferido para uma instalação mais adequada ao seu tratamento.
Em 12 de março, Adélio foi internado no Hospital Psiquiátrico de Custódia Jorge Vaz, em Barbacena, Minas Gerais. Ele deverá ser reavaliado em dois anos.
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