Em seu quarto pronunciamento em rádio e televisão sobre a crise do novo coronavírus, nesta terça-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro defendeu que as medidas de combate à pandemia sejam adotadas de forma "racional, responsável e coordenada", fazendo uma relação entre as ações da saúde e seus impactos na economia.
O presidente se disse preocupado com a vida e com a manutenção dos empregos, e que o remédio contra a pandemia não pode ser pior que os efeitos que ele provocará. "Todos nós temos que evitar qualquer perda de vida humana. Ao mesmo tempo, temos que evitar a perda de empregos", disse.
Como já era esperado, ele citou declarações do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, sobre a situação de trabalhadores informais durante a pandemia de coronavírus, e a preocupação com pessoas isoladas em lugares mais pobres do mundo que têm que trabalhar diariamente para ganhar o "pão de cada dia", ao cobrar dos governos que adotem medidas para garantir a renda da população mais pobre.
A OMS, no entanto, continua pregando o isolamento e o distanciamento social como principais medidas contra a Covid-19, informação omitida por Bolsonaro. Ele também não mencionou o pedido da organização para que governantes garantam aos mais pobres condições de seguirem as orientações de autoridades de saúde.
"O que será do camelô, do vendedor de churrasquinho, da diarista, do ajudante de pedreiro, do caminhoneiro, e dos outros autônomos, com quem venho mantendo contato durante toda minha vida pública? Por isso determinei ao nosso ministro da Saúde que não poupasse esforços, apoiando, através do SUS, todos os Estados do Brasil, aumentando a capacidade da rede de saúde e preparando-a para o combate à pandemia", afirmou Bolsonaro, que citou também que o governo tem adquirido novos leitos, respiradores, e kits de proteção individual.
Ele também anunciou que nesta terça-feira (24) decidiu adiar por 60 dias o reajuste de medicamentos no Brasil, e voltou a falar sobre a hidroxicloroquina. "O vírus é uma realidade, não existe vacina ou remédio, apesar da hidroxicloroquina parecer ser eficaz".
Ao final de sua fala, o presidente da República ainda fez um aceno ao Parlamento, Judiciário, governadores e sociedade.
Os pronunciamentos anteriores ocorreram nos dias 6, 12 e 24 de março. No último deles, na semana passada, ele criticou o fechamento de escolas, atacou governadores e culpou a mídia por "espalhar a sensação de pavor" no país.
O pronunciamento desta terça teve um tom mais brando do que aquele.
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