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Bolsonaro promete liberar garimpo em terras quilombolas

Bolsonaro promete liberar garimpo em terras quilombolas

Pré-candidato do PSL afirmou que irá levar 'progresso' para indígenas

Publicado em 13 de julho de 2018 às 23:14

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(GABRIELA BILO/ESTADÃO)

Em evento em Parauapebas, no interior do Pará, o presidenciável Jair Bolsonaro, do PSL, prometeu na manhã desta sexta-feira (13) que, se for eleito, vai levar "progresso" a aldeias indígenas e permitir que quilombolas abram garimpo em terras demarcadas ou até mesmo possam vendê-las.

No evento, que contou com centenas de simpatizantes, Bolsonaro declarou que os indígenas têm o desejo de se "integrar à sociedade".

— No meu governo, o progresso vai entrar nas terras indígenas, como vai entrar nos quilombolas também. O quilombola que quiser garimpar na sua terra, vai garimpar. Se quiser vender sua terra, vai vender também. O que a comunidade indígena quer é se integrar cada vez mais à nossa sociedade — afirmou.

Entre os dramas enfrentados atualmente por quilombolas e indígenas no Brasil estão o desmatamento e o avanço de latifúndios sobre territórios demarcados.

Líder nas pesquisas nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro busca reduzir os impactos eleitorais negativos da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele.

Em abril, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de racismo contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs. Parte da denúncia é baseada nas declarações de Bolsonaro sobre uma comunidade quilombola.

— Eu fui em um quilombo em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas — afirmou na ocasião o deputado, que também acrescentou que eles “não fazem nada” e “nem para procriador eles servem mais”.

Nesta sexta, Bolsonaro adotou tom mais amenos, e chegou a chamar quilombolas e índios de “irmãos".

— É uma satisfação muito grande estar aqui ao lado de gente que é tão brasileiro como nós, como índios, representantes afro neste evento. Somos irmãos — afirmou.

O evento foi organizado por Paulo Quilombola, que lidera uma entidade denominada Federação das Comunidades Quilombolas do estado do Pará. Seu grupo apoiava Alvaro Dias (Podemos), mas decidiu migrar para Bolsonaro.

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Paulo Quilombola é questionado por entidades que não o consideram um representante legítimo do movimento. Em abril, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas divulgou uma nota assinada por dez entidades do Pará com críticas a Paulo.

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