Em evento em Parauapebas, no interior do Pará, o presidenciável Jair Bolsonaro, do PSL, prometeu na manhã desta sexta-feira (13) que, se for eleito, vai levar "progresso" a aldeias indígenas e permitir que quilombolas abram garimpo em terras demarcadas ou até mesmo possam vendê-las.
No evento, que contou com centenas de simpatizantes, Bolsonaro declarou que os indígenas têm o desejo de se "integrar à sociedade".
No meu governo, o progresso vai entrar nas terras indígenas, como vai entrar nos quilombolas também. O quilombola que quiser garimpar na sua terra, vai garimpar. Se quiser vender sua terra, vai vender também. O que a comunidade indígena quer é se integrar cada vez mais à nossa sociedade afirmou.
Entre os dramas enfrentados atualmente por quilombolas e indígenas no Brasil estão o desmatamento e o avanço de latifúndios sobre territórios demarcados.
Líder nas pesquisas nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro busca reduzir os impactos eleitorais negativos da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele.
Em abril, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de racismo contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs. Parte da denúncia é baseada nas declarações de Bolsonaro sobre uma comunidade quilombola.
Eu fui em um quilombo em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas afirmou na ocasião o deputado, que também acrescentou que eles não fazem nada e nem para procriador eles servem mais.
Nesta sexta, Bolsonaro adotou tom mais amenos, e chegou a chamar quilombolas e índios de irmãos".
É uma satisfação muito grande estar aqui ao lado de gente que é tão brasileiro como nós, como índios, representantes afro neste evento. Somos irmãos afirmou.
O evento foi organizado por Paulo Quilombola, que lidera uma entidade denominada Federação das Comunidades Quilombolas do estado do Pará. Seu grupo apoiava Alvaro Dias (Podemos), mas decidiu migrar para Bolsonaro.
Paulo Quilombola é questionado por entidades que não o consideram um representante legítimo do movimento. Em abril, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas divulgou uma nota assinada por dez entidades do Pará com críticas a Paulo.
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