O capixaba Max Pitangui, preso pela Interpol na Cidade do Leste, no Paraguai, na quinta-feira (14), disse ao advogado Marcelo Brasileiro que "caiu em uma armadilha". Em conversa telefônica com Brasileiro, já em Foz do Iguaçu (PR), ele contou como ocorreu a prisão.
Max estava desde julho no Paraguai, onde obteve uma autorização provisória de asilo, que era válida por 90 dias. Na quinta (14), segundo informações passadas ao advogado, o radialista recebeu um comunicado do Conare, órgão paraguaio de imigração. A orientação era de que ele deveria comparecer a um escritório para supostamente tratar da documentação que permitiria a permanência definitiva dele no país vizinho ao Brasil.
Contudo, ainda de acordo com o advogado, Pitangui foi interceptado por agentes da Interpol, a polícia internacional, ao sair de casa, quando estava a caminho da reunião. "Doutor, eu caí em uma armadilha. Eu fui traído pela Justiça brasileira e agora traído pela paraguaia", disse o radialista ao advogado pelo telefone.
Em seguida, Max e Wellington Macedo, condenado por tentativa de ataque à bomba no aeroporto de Brasília, na véspera do Natal do ano passado, foram entregues pela polícia nacional paraguaia à Polícia Federal na Ponte da Amizade, que conecta os dois países. De lá, em Foz do Iguaçu (PR), eles foram de avião para Brasília.
As prisões deles foram efetuadas em coordenação com a Polícia Nacional e o Departamento de Migração do Paraguai, por meio de colaboração internacional entre as autoridades brasileiras e paraguaias e chancelarias e ministérios da Justiça e Interior, segundo informações da PF. O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), elogiou a atuação das polícias.
O advogado de Max afirmou que vai pedir a transferência dele para o Espírito Santo. Ainda ressaltou que o radialista pediu que cuidasse da esposa e dos filhos dele, que estão no Paraguai.
Pitangui tem um mandado de prisão em aberto desde 15 de dezembro do ano passado no Brasil por suspeita de promover atos antidemocráticos no Espírito Santo, por integrar milícia digital e por ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Maxcione Pitangui de Abreu é natural de Vitória, tem 41 anos, e concorreu a uma vaga na Assembleia Legislativa do Espírito Santo pelo PTB, em 2022, mas não foi eleito, recebendo apenas 895 votos.
Dois meses depois da eleição, Pitangui foi um dos alvos da megaoperação da Polícia Federal em oito Estados, incluindo o Espírito Santo, e no Distrito Federal contra atos antidemocráticos, cumprindo mandados de prisão e de busca e apreensão.
A operação foi realizada no dia 15 de dezembro e Pitangui chegou a fazer postagem de vídeo em suas redes sociais alegando não ter praticado atos antidemocráticos e afirmando que não faz parte de grupos radicais. “Todas as coisas que eu falei de política foram dentro da Constituição. Tenho certeza que esse pedido de prisão não tem a ver com uma questão nacional. Porque eu, recentemente, fiz denúncias contra a procuradora (geral de Justiça)”, disse, à época.
Durante a operação, foram presos no Espírito Santo o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos), afastado do cargo após a prisão, e o proprietário do site Folha do ES, Jackson Rangel. Ambos continuam presos. No mesmo dia, o deputado estadual Capitão Assumção (PL), e o ex-parlamentar Carlos Von (DC) receberam tornozeleira eletrônica.
Dias depois também foi preso o pastor Fabiano de Oliveira, que se escondeu no acampamento bolsonarista instalado em frente ao 38º BI, na Prainha, em Vila Velha.
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