Após as eleições deste ano, a Câmara da Serra será renovada em mais de 50%, com a chegada de 12 novos nomes para ocupar uma das 23 cadeiras de vereador. O resultado do pleito do último domingo (6) também mostrou como deve ficar a configuração da bancada por partido e que legendas terão maior representação na Casa de Leis.
Nas eleições de 2020, foram escolhidos vereadores de 13 partidos diferentes. A partir da próxima legislatura, em 2025, a Câmara passará a contar com representantes de 12 legendas.
O PDT foi novamente a legenda que conseguiu eleger mais vereadores na cidade, totalizando cinco nomes vitoriosos nas urnas. Um aumento de 66% em relação a 2020, quando haviam sido três eleitos. Trata-se do partido do atual prefeito, Sergio Vidigal, e do indicado à sucessão dele, Weverson Meireles, que disputará o segundo turno da eleição para a Prefeitura da Serra contra Pablo Muribeca (Republicanos), no próximo dia 27.
A sigla é geralmente apontada como de viés político-partidário alinhado à esquerda, mas na cidade age como se fosse um partido de direita. É que observa Filipe Savelli, professor de História, pesquisador e membro do Laboratório de História das Interações Políticas Institucionais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Conforme o especialista, a liderança do PDT no número de vereadores no Legislativo do município faz a câmara iniciar a nova legislatura com direita e centro sendo maioria.
Inclusive, o candidato a vereador mais votado na Serra é do PDT. Saulinho da Academia, atual presidente da Câmara Municipal, foi reeleito com 8.241 votos. Paulinho do Churrasquinho (PDT) também foi reeleito na chapa proporcional lançada pelo diretório pedetista, com 4.781 votos.
Reeleitos para mais quatro anos no cargo, disputando o pleito pelo PDT, os vereadores Marlon Fred e Teilton Valim, chegaram ao Legislativo em 2020, eleitos por PSDB e PP, respectivamente. O partido ainda elegeu Professor Renato Ribeiro, estreante na Câmara.
Podemos e Republicanos, partidos considerados de direita, empatam no número de vereadores eleitos para a Câmara da Serra. As duas legendas terão três representantes, cada uma, na legislatura que começará em 2025. No caso do Podemos, o partido passa a ter um nome a mais em relação a 2020. Já o Republicanos – partido de Muribeca, que disputa o segundo turno para a prefeitura – ganha dois representantes a mais na Casa de Leis
O Podemos reelegeu um vereador que havia chegado à câmara eleito por outro partido em 2020: Jefinho do Balneário, que vencera a eleição de quatro anos atrás pelo PL. Durante a legislatura iniciada em 2021, dois parlamentares que haviam sido eleitos pela sigla trocaram de legenda: Igor Elson, que disputou a Prefeitura da Serra pelo PL, e Anderson Muniz, que foi para o Agir e não conseguiu se reeleger este ano.
Chegam para o primeiro mandato na Casa de Leis após terem vencido a eleição como candidatos do Podemos os vereadores eleitos Henrique Lima e George Guanabara. O Republicanos, por sua vez, reelegeu Rodrigo Caldeira, e ainda terá os novatos Agente Dias e Antônio Carlos CEA.
PSDB, PP e MDB, que são de centro-direita, também surgem empatados no total de vereadores eleitos em 2024. As três legendas emplacaram dois nomes cada uma. O partido tucano e a legenda progressista mantiveram a mesma representação de 2020. Já o MDB não tinha representantes na câmara.
Leandro Ferraço e Rafael Estrela do Mar são os dois vereadores eleitos pelo PSDB. Eles vão ocupar o cargo pela primeira vez. O PP elegeu Raphaella Moraes, que disputou a reeleição após ter sido eleita em 2020 pela Rede, e Andréa Duarte, que vai ingressar em seu primeiro mandato. Já o MDB saiu vitorioso com Cleber Serrinha e Cabo Rodrigues.
Na lista de partidos que elegeram apenas um vereador para a próxima legislatura estão: PL, PV, Rede, PSD, PSB e União. O PL, legenda do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, elegeu o estreante Pastor Dinho Souza. O PV, partido que endossa a esquerda nacional e está federado com o PT e PCdoB, teve Stefano Andrade escolhido nas urnas.
A Rede, que integra a esquerda e forma federação com o Psol, elegeu Wellington Alemão. O PSD, partido de centro, terá Pequeno do Gás na Câmara. O União, de centro-direita, Wiliam Miranda; e o PSB, de centro-esquerda, Professor Rurdiney.
Em 2020 o PL havia eleito dois vereadores para o Legislativo serrano e agora vê sua representação na câmara cair. Rede e PSB enfrentam o mesmo cenário. PSD e PV não tivera candidatos eleitos na corrida eleitoral de quatro anos atrás.
O União, nascido da fusão entre os partidos DEM e PL, em 2022, não teve participação no pleito municipal de 2020. O extinto DEM, no entanto, também havia conseguido eleger apenas um vereador para a Casa de Leis serrana, nas eleições de quatro anos atrás.
Há também o caso dos partidos que em 2020 tiveram vereadores eleitos na Serra, mas que, após esse período, foram extintos, por incorporação ou fusão com outras legendas. Esse é o caso do Patriotas, que elegeu dois vereadores nas eleições daquele ano. No ano passado, a sigla se fundiu ao PTB, dando origem ao PRD, legenda que não elegeu parlamentares na cidade este ano.
Em 2020, o PMN elegeu um vereador para o Legislativo serrano. Em 2023, mudou de nome e passou a se chamar Mobiliza. Também não teve eleitos para a Casa de Leis agora. O Pros havia conquistado uma cadeira na Câmara da Serra em 2020. Em 2023 foi incorporado ao Solidariedade, que não teve parlamentares eleitos na cidade neste pleito.
Veja abaixo o gráfico com a representação partidária na Câmara da Serra após o resultado das eleições 2024:
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