O vereador Waldeir de Freitas Lopes (PTB), suspeito de mandar matar o ativista político Jonas Soprani, pode perder o mandato na Câmara Municipal de Linhares devido às ausências nas sessões plenárias no período em que ficou foragido da Justiça. A Câmara informou que vai abrir um processo administrativo contra o parlamentar, preso na tarde de segunda-feira (29). Waldeir também terá descontos no salário devido às faltas.
Em nota divulgada nesta terça-feira (30), a Câmara de Linhares informou que a perda do cargo por ausências é prevista na lei orgânica municipal — já que o vereador atingiu o limite de 14 faltas injustificadas nas sessões — e, portanto, não tem relação com o processo de investigação policial.
O parlamentar já havia sido preso em julho do ano passado, mas foi liberado na ocasião. Ele estava foragido desde maio deste ano, quando a 1ª Vara Criminal de Linhares decidiu, novamente, pela prisão preventiva dele.
Após o mandado de prisão ser expedido, Waldeir chegou a solicitar uma licença de 30 dias, segundo consta no requerimento entregue à Câmara, “para tratar de interesse pessoal”. No entanto, o pedido foi arquivado. O vereador também apresentou atestados médicos de tratamento cirúrgico odontológico em justificativa de ausências.
Procurada, a Câmara Municipal de Linhares se pronunciou por meio de nota sobre o processo administrativo aberto contra o vereador Waldeir de Freitas.
Na 25ª Sessão Ordinária do ano de 2022 da Câmara Municipal de Linhares, realizada no dia 29 de agosto, o vereador Waldeir de Freitas Lopes atingiu 14 faltas injustificadas, que correspondem a mais de terça parte de faltas na sessão legislativa corrente.
Conforme previsto no inciso III, c/c §3º, ambos do artigo 20 da Lei Orgânica do Município de Linhares, a Câmara Municipal procederá a abertura de procedimento administrativo para, assegurada a ampla defesa do vereador, analisar acerca da declaração da perda do seu mandato.
A Câmara Municipal esclarece que, conforme previsto na lei municipal nº 3.612/2016, o vereador sofreu os descontos das faltas injustificadas em seus subsídios."
A reportagem questionou a Câmara para saber quanto tempo deve durar o processo e como será decidido se o vereador vai ou não perder o cargo. Assim que houver retorno, o texto será atualizado.
A reportagem de A Gazeta procurou o advogado de defesa de Waldeir de Freitas Lopes, que preferiu não ser identificado e informou que, no momento, não irá se manifestar.
Jonas da Silva Soprani era ativista político e foi candidato a vereador nas eleições municipais de 2020. Ele foi assassinado a tiros na noite do dia 23 de junho de 2021, em um bar do bairro Novo Horizonte. Na ocasião do crime, testemunhas relataram à polícia que dois homens armados e encapuzados teriam chegado no bar efetuando disparos contra a vítima.
Segundo as investigações, o crime teve como mandante o vereador Waldeir de Freitas. A Polícia Civil chegou até ele após prender dois intermediários e o atirador.
De acordo com a polícia, Cosme Damasceno, que é amigo do político e tem ligações com o tráfico de drogas, e Genebaldo da Fonseca, que atualmente está preso, atuaram como intermediários.
Jhulian Alves de Souza e José Natalino dos Santos foram identificados pela polícia como sendo os atiradores. O primeiro deles foi morto em um confronto com a PM no ano passado. O outro está preso em Linhares.
Assessor do vereador, Josenilton Alves dos Santos também é investigado por intermediar o contato com os executores do assassinato. Ele chegou a ser preso na época do crime, junto com o vereador, mas teve a liberdade concedida.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta