Após exercer seis vezes consecutivas a presidência da Câmara Municipal de Vila Velha, o vereador Ivan Carlini (DEM), que não foi reeleito este ano, deixa o comando da Casa. O mais cotado para ocupar a cadeira é o vereador reeleito Bruno Lorenzutti (Podemos), que deve ser eleito em chapa única, por consenso entre os parlamentares em 1º de janeiro.
Mas a renovação na presidência não representa, necessariamente, uma mudança no grupo político à frente do Legislativo. Ivan Carlini não lançou um sucessor, mas a candidatura de Bruno Lorenzutti é "abençoada" por ele.
"É um excelente vereador, tem contribuído muito comigo, vai ser um bom presidente. Tem minha bênção", brincou Carlini.
O vereador de Cobilândia ficou marcado por ter se aliado a todos os prefeitos que comandaram o município nos últimos anos, inclusive com troca de partidos, e portanto, não ter fortalecido uma oposição ao Executivo. Esse é um ponto em comum com Lorenzutti, já que o vereador é um grande aliado do prefeito eleito, Arnaldinho Borgo (Podemos).
Lorenzutti descarta alianças com o atual presidente da Casa. "Não sou o candidato da continuação", frisou, contestando qualquer possibilidade de ser visto como um sucessor de Ivan Carlini.
"Nós temos um bom relacionamento, assim como tenho com outros vereadores. Eu não o procurei para pedir apoio, até porque ele não fará parte da Câmara no ano que vem. Mas minha postura é de independência", declarou.
Vereador em segundo mandato, Bruno Lorenzutti foi o segundo parlamentar mais votado este ano em Vila Velha. É economista e tem especialidade na área de gestão. Antes das eleições, o cenário na Casa já sinalizava que ele poderia colocar o nome na disputa pela presidência.
"O Ivan deu espaço para que ele crescesse ali dentro e ele foi construindo uma boa relação com todo mundo", declarou um parlamentar. Mas as articulações foram começar mesmo logo após o resultado do pleito deste ano.
Com Ivan Carlini fora do páreo e a eleição de 12 novos vereadores - apenas cinco se reelegeram-, Lorenzutti passou a ir em busca de votos. Conseguiu agregar um número grande de apoiadores e consolidar sua candidatura.
"O trabalho dele está bem adiantado, acredito que não terá problemas. É um vereador visto com bons olhos, e é ligado ao atual prefeito", afirmou um parlamentar eleito, que assume mandato em 2021.
O atual presidente da Casa, Ivan Carlini, até cogitou lançar Rogério Cardoso (DEM) para ocupar o cargo, seu aliado de primeira linha na Câmara. Mas as conversas já estavam bem adiantadas para o lado de Bruno Lorenzutti, que também tem o apoio de Cardoso, reeleito vereador mais votado na cidade.
"Eu estou em meu quinto mandato, poderia até pleitear a vaga, mas acho importante o consenso, a pacificação. Não podemos brigar", disse Cardoso, afirmando que apoia a candidatura do vereador do Podemos. "Nós compomos com Bruno", frisou.
Outro que sinalizou que poderia disputar a presidência é Jonimar (PSC), que já esteve na Câmara em outros mandatos e voltará em 2021. Apesar do interesse inicial do vereador eleito, ele teve dificuldades na articulação de aliados e decidiu não ser candidato. "Conversei com o Bruno e pretendo apoiá-lo", garantiu.
Lorenzutti é, se não o maior, um dos maiores aliados do prefeito eleito Arnaldinho Borgo (Podemos) na Casa. Além de ser presidente municipal do partido, ele é amigo pessoal do prefeito e esteve com ele em todos os momentos da campanha. Os dois exerceram o atual mandato juntos.
Ter um parceiro ocupando essa função estratégica no Legislativo é uma grande vantagem para Arnaldinho, afinal, é o presidente da Câmara quem define a pauta de votação no plenário.
O prefeito eleito, inclusive, não deve ter grandes dificuldades com tramitação de projetos da prefeitura nessa nova composição da Câmara de Vila Velha. A maioria dos 17 vereadores eleitos apoiou a candidatura dele no segundo turno, com direito a presença no palanque de Arnaldinho no dia do resultado.
A eleição para a Mesa Diretora da Câmara de Vila Velha ocorre no dia 1º de janeiro, logo após a posse dos vereadores eleitos. Na ocasião, além do presidente, serão eleitos o 1º e 2º vice-presidentes e o 1º, 2º e 3º secretários. O mandato é de dois anos.
Embora haja um consenso para a presidência, o mesmo não se pode dizer sobre os outros cargos. Com um grande número de novatos, muitos estão de olho em uma vaga e já se colocaram à disposição de Lorenzutti para a composição. Os nomes para os outros cargos ainda não foram definidos.
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