A Gazeta e CBN Vitória encerrou a rodada de entrevistas com os concorrentes à Prefeitura de Vitória, na manhã desta quinta-feira (4), com Camila Valadão (Psol). A candidata prometeu municipalizar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), incentivar startups e investir na educação dialogando com as comunidades.
Na quarta, o entrevistado foi Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB); na terça (3), João Coser (PT); e na segunda (2), Lorenzo Pazolini (Republicanos).
“Quando a gente fala do Samu, é para afirmar que, embora Vitória seja a Capital do Estado e a cidade mais rica, nós ainda não temos a gestão plena da saúde. O município tem condições econômicas e políticas de assumir uma gestão plena no âmbito da saúde”, comentou.
A candidata direcionou críticas à atual gestão em relação à condução da saúde pública. “Para nós, saúde é pensar na prevenção, promoção e assistência. O município de Vitória está parado na área da saúde pública, entendemos que é preciso avançar assumindo a gestão plena, ampliando equipamentos e revertendo o processo de terceirização que vem sendo implementado na atual gestão. Em Vitória, parece que estamos trocando pediatras por asfalto, porque temos rodado os bairros e escutado, por exemplo, que falta pediatra em Unidade Básica de Saúde”, disse.
Na área econômica, a deputada afirma que não é possível construir um desenvolvimento econômico sem o desenvolvimento social, e cita a falta de planejamento da cidade. “Uma cidade se desenvolve economicamente quando ela tem a capacidade de explorar, de dar visibilidade à sua diversidade social e cultural e isso é o que entendemos que falta na atual gestão, e não por acaso Vitória vem perdendo protagonismo na área econômica, porque falta planejamento econômico, falta um planejamento estratégico da economia da nossa cidade”, analisou.
Para ela, Vitória precisa focar o fortalecimento das pequenas e microempresas, além de investir na área do conhecimento. “Aqui na nossa cidade está a única Universidade Federal do Estado do Espírito Santo (Ufes), está o Instituto Federal que, inclusive, é o mais antigo, grande parte das principais instituições privadas na área do conhecimento e da educação estão na nossa cidade. Como que essas instituições não fazem parte de um planejamento estratégico econômico do município?”, questionou.
“Vitória tem um potencial enorme para as startups e isso, infelizmente, não é visto pela atual gestão. Nós não queremos uma lógica de administração da cidade que favorece só os empreendimentos do setor imobiliário, queremos que o município possa investir na diversidade, nas potências que a nossa cidade tem”, completou.
Falando de educação, Camila minimizou as recentes melhoras da cidade no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e afirmou que essa não deve ser a única forma de avaliar a qualidade do ensino.
“O Ideb traz informações, mas que não podem ser pensadas de maneira isolada ou não devem ser utilizadas numa lógica de competição entre as escolas ou ainda numa lógica de marketing político porque o Ideb por si só não explica um conjunto de questões que estão colocadas no dia a dia da educação da nossa cidade como, por exemplo, a estrutura das escolas, as condições de trabalho dos professores, se eles estão ou não bem remunerados, valorizados”, apontou.
Ela destaca que uma das suas propostas é a criação de escolas em tempo integral, mas ressalta que a implementação deve ser debatida com a população.
“A gente viu arbitrariedades no processo de implementação das escolas em tempo integral por essa gestão, a gente foi em comunidade que disse: ‘o prefeito está implementando aqui escola em tempo integral, nós não queremos porque a minha filha já faz outras atividades e agora ela vai precisar mudar de bairro para poder estudar’. A gente quer escola em tempo integral, não só no sentido de ocupação do tempo livre das nossas crianças, mas articulando cultura, articulando esporte, construindo estrutura física para isso, e mais do que isso, garantindo participação popular”.
Confira como foi a sabatina no vídeo abaixo:
Camila Valadão (Psol), Lorenzo Pazolini (Republicanos), João Coser (PT) e Luiz Paulo (PSB) foram os únicos sabatinados, já que, para participar, o candidato precisaria alcançar, no mínimo, 5% das intenções de voto no cenário estimulado da pesquisa Quaest. No levantamento divulgado na quarta-feira (28), superaram essa marca Pazolini, com 51%; Coser, com 17%; Luiz Paulo, com 8%; e Camila, com 7%.
As entrevistas são conduzidas pela jornalista e âncora Fernanda Queiroz e contam com a participação dos colunistas de A Gazeta Abdo Filho, Leonel Ximenes, Letícia Gonçalves e Vilmara Fernandes.
Os candidatos que não alcançaram a pontuação mínima, mas registraram pelo menos 1% das intenções de voto, vão participar de uma única entrevista de 5 minutos, que será veiculada no site A Gazeta e na rádio CBN Vitória, após as sabatinas. No caso de Vitória, apenas Assumção (PL) atingiu esse requisito, ao registrar 2% na pesquisa.
A pesquisa Quaest sobre o cenário eleitoral em Vitória, contratada pela TV Gazeta, realizou 852 entrevistas domiciliares presenciais com eleitores de 16 anos ou mais entre os dias 25 e 27 de agosto. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número ES-08003/2024.
Nas próximas semanas, seguindo os mesmo critérios, também serão sabatinados candidatos de Serra e Cariacica, conforme o calendário abaixo. Em cada rodada, poderão ser entrevistados até cinco candidatos de cada município que alcançaram a pontuação mínima.
Confira a ordem das próximas entrevistas:
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta