A eleição suplementar em que os eleitores de Boa Esperança, no Noroeste do Espírito Santo, vão às urnas novamente para escolher o prefeito da cidade está marcada para 1º de agosto e o primeiro fim de semana de campanha eleitoral vem aí. Os três candidatos devem apostar no contato direto com os eleitores, apesar de se dizerem preocupados com o risco de contaminação em meio à pandemia de Covid-19.
A preocupação com a questão sanitária no processo eleitoral também chegou ao Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES). Nesta quinta-feira, primeiro dia dedicado à campanha, o tribunal fez uma reunião com as três chapas em disputa para definir medidas e evitar aglomerações durante o contato com os eleitores.
De acordo com a Corte, estão proibidas todas as atividades coletivas durante a campanha em Boa Esperança. A medida foi tomada em acordo com representantes de todos os candidatos.
A proibição vai valer após a publicação da portaria, o que vai acontecer na próxima segunda-feira (5). Mas, após a reunião, os partidos se comprometeram a não realizar comícios ou encontros que propiciem aglomeração.
Com três chapas registradas, as coligações já começam a se movimentar no primeiro fim de semana dedicado à campanha eleitoral. Nas agendas, há caminhadas e visitas.
A chapa de Cláudio Boa Fruta (DEM) – que disputou a prefeitura em 2020 – e do ex-prefeito do município Lauro Vieira (PP), que concorre como vice, programou visitas a lideranças políticas do interior e da sede do município no sábado (3) e no domingo (4). Estão previstas ainda reuniões de campanha.
Vieira destacou que as visitas devem ocorrer sem aglomeração e a campanha em meio à pandemia é uma preocupação da coligação. “A gente está preocupado em como fazer visitas neste momento tão crítico. As pessoas gostam de cumprimentar e ser cumprimentadas e, agora, isso não é possível da maneira que a gente gostaria de fazer. Então vamos trabalhar a nossa campanha com todo cuidado e respeitando os protocolos”, afirmou o candidato a vice.
A candidatura de Fernanda Milanese (Solidariedade) também já começa a se movimentar nos primeiros dias de campanha. Está prevista para esse sábado uma caminhada pelas ruas do Centro da cidade e na Feira do Produtor Rural de Boa Esperança. No domingo deve ocorrer uma visita a eleitores do bairro Vila Fernandes.
Na coligação, a preocupação com a Covid-19 também está presente. Romualdo Milanese (Solidariedade), marido de Fernanda e candidato mais votado em 2020 que teve a candidatura barrada pela Justiça Eleitoral, afirmou que a chapa se comprometeu a não realizar eventos que promovam aglomerações e deve apostar nas caminhadas e visitas individualizadas ao longo do processo eleitoral.
Outro concorrente na disputa em Boa Esperança, o ex-vereador Antônio José (Republicanos) também deve passar pela feira municipal neste sábado. Além disso, ele e o vice, Izael Marchiori, do mesmo partido, estão visitando eleitores e produtores rurais do município. Ainda está prevista uma atividade de campanha na comunidade do Sossego, no domingo.
O candidato afirmou que fazer campanha em meio à pandemia também é uma preocupação do seu grupo político e que deve priorizar atividades que não gerem aglomeração.
Segundo o mapa de risco da Covid-19 do governo do Espírito Santo, Boa Esperança está em risco moderado de contaminação pelo novo coronavírus. Desde o início da pandemia, o município já registrou 1.590 casos e 42 óbitos em função da doença.
A eleição suplementar em Boa Esperança foi marcada após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negar, no dia 15 de abril, o recurso de Romualdo Milanese (Solidariedade) e manter a decisão do TRE-ES de barrar a candidatura dele, anulando os votos recebidos pela chapa.
A Justiça Eleitoral considerou que, no momento da filiação ao Solidariedade, que se deu no início de abril do ano passado, Romualdo estava com os direitos políticos suspensos, devido a uma condenação por improbidade administrativa que o tornou inelegível por três anos. Dentro desse período, não é permitido se filiar a uma legenda ou concorrer a cargo eletivo.
A defesa de Romualdo recorreu até a última instância, mas com a decisão do TSE de manter o entendimento da Corte capixaba, o município está vivendo todo o processo eleitoral novamente.
Além de Boa Esperança, outros três casos semelhantes tramitam na Justiça Eleitoral e aguardam um desfecho, que pode incluir eleições suplementares: Itapemirim, Marataízes e Ibitirama.
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