Em um universo de quase 10 mil candidatos no Espírito Santo entre vereadores, prefeitos e seus vices, nem sempre é fácil se destacar. É nessa hora que muitos concorrentes usam a profissão ou a área em que atuam como nome de urna na expectativa de despertar a atenção do eleitor e ganhar votos.
Para as eleições de outubro, os candidatos "da saúde" estão no topo do ranking dos nomes de urna, com 162 menções, sem contar as denominações correlatas, como "do hospital", "da farmácia", "doutor" e "doutora" (e as respectivas abreviaturas), "da enfermagem", entre outros.
Bem perto nessa disputa estão os candidatos identificados como "professor", com 109 citações. Contudo, se somados às 95 mulheres que colocaram "professora" no nome de urna, eles ultrapassam a turma "da saúde" com folga e levam a votação no primeiro turno. Brincadeiras à parte, o jeito como o concorrente será identificado é um ponto crucial no momento de lançar uma candidatura.
"Em geral, esse candidato já tem uma conectividade anterior com essa base e o nome deriva daí, porque já existe uma representatividade", analisa Fabio Malini, professor do Departamento de Comunicação Social da Ufes.
Assim, continua Malini, um candidato da Guarda Municipal, por exemplo, pode usar seu nome associado à atividade.
"Ele está sempre no mesmo local na rua, é sempre visto, vira uma referência e é mais fácil ser identificado. Esse é um tipo de candidato que tem a ver com a qualidade dos serviços que oferece dentro da sua categoria, na sua base eleitoral. Ele vai buscar transformar o capital social em votos", complementa o professor.
Por isso, além da área em que atuam ou das profissões que exercem, muitos candidatos também se apegam ao local em que trabalham. Na disputa no Espírito Santo dá para encontrar concorrentes "do bar", "do churrasquinho", "do boteco", "do posto", "da mercearia", "da feira". Alguns também focam na prestação de serviço: "do gás", "do táxi", "do Uber."
Há outros tantos ligados à área de segurança, indicando patentes militares ou funções nas polícias Civil e Federal. Tem até um "xerife", embora o cargo, oficialmente, não exista no Brasil. Juntos, eles somam 146 concorrentes. Também há religiosos, como "padres", "bispos" e "pastores", e uma galera "do café", "do leite" e "do pão", alimentando a curiosidade do eleitor sobre os candidatos e, muitas vezes, garantindo a conexão que precisam para a eleição.
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