A estudante e dona de casa Adeyula Dias Barbosa Rodrigues, de 31 anos, nunca trabalhou em algo que tivesse a função de líder. O mais perto que ela chegou disso foi ao ser vice-líder de turma, na época de colégio. Mas nos últimos dias, a moradora de Vila Velha passou a ser presidente da República, pelo menos no registro de ocupação na carteira de trabalho digital.
Ela descobriu o erro em sua base de dados ao ter o benefício emergencial de R$ 600 negado pelo governo. Desempregada desde o ano passado, no cadastro da capixaba constam dois empregos, sendo um deles no cargo de "presidente da República" pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu).
"Se a informação fosse verdadeira, Adeyula já sabe a que daria prioridade: a área da saúde, e não só durante a pandemia do novo coronavírus. Hoje estudante do curso de Gestão em Recursos Humanos, Adeyula avalia que é preciso aumentar os investimentos nos hospitais para poupar vidas, assim como ajudar a população que mais precisa.
"A saúde tem que ser priorizada com mais recursos, principalmente com respiradores, que estão em falta no país todo. Eu sou a favor do isolamento social. É a única forma de protegermos as nossas vidas. Assim, o auxílio emergencial é fundamental para nos mantermos neste momento", defende.
"Mas quem devia receber não está recebendo. Se eu fosse presidente, iria regularizar essas informações, fazer uma análise decente e fazer esse dinheiro chegar a quem precisa. Porque sei que tem muitas pessoas precisando", acrescenta.
Nas redes sociais, Adeyula recebeu muitos comentários de pessoas defendendo que ela fosse realmente presidente. A estudante considera, no entanto, que é preciso preparo para esta função, que tem muito impacto na vida da população.
Adeyula faz questão de frisar que nunca teve pretensões na política, e que suas opiniões são como cidadã. "Acho que cada um, se pudesse ser presidente, agiria de uma forma. Só é líder quem é regido por um povo, e tem que levar muito em consideração o que esse povo pensa. Sabemos que não tem como melhorar um país da noite para o dia, por isso acredito que é preciso ter união entre os próprios governantes", comenta.
Além de reconhecer a importância do isolamento social, e da necessidade de mais respiradores para atender os pacientes de coronavírus, a capixaba aponta que para o Brasil estar em uma situação mais controlada após a pandemia é preciso também investir nas pesquisas para a vacina contra a Covid-19.
"Acho que o Brasil poderia se envolver, com uma união com outros países nas pesquisas para conseguir uma vacina. Acredito que é preciso um investimento maior, ou então não vamos voltar a ter uma vida normal. O Brasil podia buscar informação com países que já passaram por epidemias, e estão dando bons exemplos. Tem que absorver isso para a vida daqui para a frente", acredita.
Após a reportagem de A Gazeta, Adeyula entrou em contato com a Sedu para alterar as informações, e o órgão indicou que ela enviasse a documentação necessária. Com isso, poderiam fazer a baixa da Rais, para atualizar dos dados. No entanto, ainda não há previsão sobre quantos dias deve demorar para a regularização ser feita.
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