> >
Capixaba investiria em saúde se fosse mesmo 'presidente da República'

Capixaba investiria em saúde se fosse mesmo "presidente da República"

Adeyula Dias Barbosa Rodrigues, que não consegue receber auxílio de R$ 600 por erro, no entanto, diz que não gostaria de ocupar o cargo de verdade. "Tem que ser alguém se preparou uma vida inteira, que saiba sobre gestão pública"

Publicado em 9 de maio de 2020 às 09:57

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Adeyula Dias Barbosa Rodrigues, 31 anos, teve o pedido do auxílio emergencial negado por ter dois empregos em aberto
Um erro na base de dados do governo registrou a capixaba Adeyula Dias Barbosa Rodrigues, de 31 anos, como presidente da República. (Arquivo pessoal)

A estudante e dona de casa Adeyula Dias Barbosa Rodrigues, de 31 anos, nunca trabalhou em algo que tivesse a função de líder. O mais perto que ela chegou disso foi ao ser vice-líder de turma, na época de colégio. Mas nos últimos dias, a moradora de Vila Velha passou a ser presidente da República, pelo menos no registro de ocupação na carteira de trabalho digital.

Ela descobriu o erro em sua base de dados ao ter o benefício emergencial de R$ 600 negado pelo governo. Desempregada desde o ano passado, no cadastro da capixaba constam dois empregos, sendo um deles no cargo de "presidente da República" pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu).

"Se a informação fosse verdadeira, Adeyula já sabe a que daria prioridade: a área da saúde, e não só durante a pandemia do novo coronavírus. Hoje estudante do curso de Gestão em Recursos Humanos, Adeyula avalia que é preciso aumentar os investimentos nos hospitais para poupar vidas, assim como ajudar a população que mais precisa.

"A saúde tem que ser priorizada com mais recursos, principalmente com respiradores, que estão em falta no país todo. Eu sou a favor do isolamento social. É a única forma de protegermos as nossas vidas. Assim, o auxílio emergencial é fundamental para nos mantermos neste momento", defende.

"Mas quem devia receber não está recebendo. Se eu fosse presidente, iria regularizar essas informações, fazer uma análise decente e fazer esse dinheiro chegar a quem precisa. Porque sei que tem muitas pessoas precisando", acrescenta.

E SE FOSSE VERDADE?

Nas redes sociais, Adeyula recebeu muitos comentários de pessoas defendendo que ela fosse realmente presidente. A estudante considera, no entanto, que é preciso preparo para esta função, que tem muito impacto na vida da população.

Aspas de citação

Vou levando na brincadeira, jamais almejo um cargo dessa responsabilidade. Tem que ter uma grande capacidade, tem que ser alguém se preparou uma vida inteira, que saiba sobre gestão pública

Adeyula Dias Barbosa Rodrigues
Estudante e dona de casa
Aspas de citação
Adeyula Dias Barbosa Rodrigues, 31 anos, teve o pedido do auxílio emergencial negado por ter dois empregos em aberto, um deles de presidente da República, mas ela está desempregada.
Adeyula teve o pedido do auxílio emergencial negado por ter dois empregos em aberto, um deles de presidente da República, mas ela está desempregada. . (Acervo pessoal)

Adeyula faz questão de frisar que nunca teve pretensões na política, e que suas opiniões são como cidadã. "Acho que cada um, se pudesse ser presidente, agiria de uma forma. Só é líder quem é regido por um povo, e tem que levar muito em consideração o que esse povo pensa. Sabemos que não tem como melhorar um país da noite para o dia, por isso acredito que é preciso ter união entre os próprios governantes", comenta.

DEPOIS DA PANDEMIA

Além de reconhecer a importância do isolamento social, e da necessidade de mais respiradores para atender os pacientes de coronavírus, a capixaba aponta que para o Brasil estar em uma situação mais controlada após a pandemia é preciso também investir nas pesquisas para a vacina contra a Covid-19.

"Acho que o Brasil poderia se envolver, com uma união com outros países nas pesquisas para conseguir uma vacina. Acredito que é preciso um investimento maior, ou então não vamos voltar a ter uma vida normal. O Brasil podia buscar informação com países que já passaram por epidemias, e estão dando bons exemplos. Tem que absorver isso para a vida daqui para a frente", acredita.

E O AUXÍLIO?

Após a reportagem de A Gazeta, Adeyula entrou em contato com a Sedu para alterar as informações, e o órgão indicou que ela enviasse a documentação necessária. Com isso, poderiam fazer a baixa da Rais, para atualizar dos dados. No entanto, ainda não há previsão sobre quantos dias deve demorar para a regularização ser feita.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais