Em meio a incêndios recorrentes na Amazônia e no Pantanal, principalmente nas últimas semanas, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), criticou, nesta segunda-feira (21), o "negacionismo" do governo federal, comandado por Jair Bolsonaro (sem partido). A data marca o Dia da Árvore.
"Nunca tivemos tanto desmatamento e tantas queimadas como agora. O Dia da Árvore é hoje, mas não temos muitos motivos para se comemorar. Sei que é difícil controlar focos de incêndio e desmatamento em um país do tamanho do Brasil. Mas a minha crítica é ao negacionismo. A falta de reconhecimento sobre o que está acontecendo assusta", disparou Casagrande.
Enquanto o Espírito Santo subiu duas posições no ranking de sustentabilidade ambiental, agora ocupando o quarto lugar, atitude do governo federal contribui para uma situação catastrófica no país, de acordo com o governador.
As declarações do governador foram externadas em transmissão ao vivo para o lançamento do Programa Estadual do Carbono, que permitirá a negociação de créditos de carbono por produtores rurais.
Na sexta-feira (18), durante passagem por Mato Grosso, Bolsonaro afirmou que há "alguns incêndios acontecendo pelo Brasil", mas que, segundo ele, ocorrem há anos.
A mesma linha de raciocínio foi apresentada pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, que, também naquele dia, chamou as queimadas na Amazônia de o "coelho da vez", usado para "induzir o espectador" como um truque de mágica. O general afirmou que o Brasil é o país "que menos desmatou na história da humanidade".
De acordo com dados do Instituto Nacionais de Pesquisas Espaciais (Inpe), do próprio governo federal, no entanto, houve crescimento do número de queimadas na Amazônia. Já o Pantanal tem o setembro com mais focos de incêndio de toda a história.
A crítica ao posicionamento das autoridades chegou a ser reforçada por Casagrande por meio de postagens nas redes sociais realizadas na manhã desta segunda.
O governador frisou ainda que a destruição da cobertura florestal precisa ser amplamente debatida "para chamarmos a atenção da sociedade sobre os efeitos danosos da destruição dos recursos florestais e uma ação bem articulada entre todos os níveis da administração pública para a proteção do planeta."
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