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Casagrande diz que meta é colocar o ES entre os 5 Estados mais seguros

Casagrande diz que meta é colocar o ES entre os 5 Estados mais seguros

Promessa para um novo mandato foi feita pelo governador e candidato à reeleição durante entrevista à TV Gazeta, nesta quarta-feira (14)

Publicado em 14 de setembro de 2022 às 17:13

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Renato Casagrande, candidato ao Governo do ES
Renato Casagrande (PSB), candidato ao governo do Espírito Santo. (Fernando Madeira)
Ednalva Andrade
Repórter / [email protected]

O candidato ao governo do Estado Renato Casagrande (PSB) afirmou que, caso seja reeleito governador, vai perseguir como meta colocar o Espírito Santo entre os cinco Estados mais seguros do País. A promessa foi feita durante entrevista concedida à TV Gazeta, nesta quarta-feira (14), quando ele também falou sobre propostas na área de segurança pública, educação, combate à pobreza e competitividade, entre outras.

Atualmente, o Espírito Santo aparece como o 13º mais violento do País, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022, com uma taxa de homicídios de 28,2 por 100 mil habitantes registrada em 2021. No mesmo ranking, o Rio Grande do Sul aparece como o quinto Estado com menor taxa de mortes violentas intencionais — 15,9 por 100 mil habitantes.

Assim, para atingir a meta prometida por Casagrande nos próximos quatro anos, o Estado vai precisar reduzir em 12,3 pontos a taxa de homicídios por 100 mil habitantes, índice próximo à redução obtida desde 2014, quando a taxa era de 41,9.  

"Vamos buscar a posição de estar entre os cinco mais seguros do País. Essa é a nossa meta, um Estado que possa proteger a população. Se tiver continuidade de políticas públicas, pode ter certeza que venceremos a criminalidade no Espírito Santo", assegurou Casagrande. Ele também prometeu uma evolução de uma segurança analógica para digital, se reeleito.

Casagrande foi o terceiro candidato ao governo do Estado entrevistado pelo ES1, da TV Gazeta. Antes dele, os candidatos Carlos Manato (PL) e Audifax Barcelos (Rede) concederam entrevistas, respectivamente na segunda-feira (12) e na terça-feira (13). O calendário segue nesta quinta-feira (15) com a sabatina de Guerino Zanon (PSD). Na sexta (16), será a vez de Capitão Vinicius Sousa (PSTU), Aridelmo (Novo) e Claudio Paiva (PRTB).

DINHEIRO EM CAIXA

Durante a entrevista, Casagrande rebateu adversários políticos sobre estar guardando dinheiro em caixa em vez de investir ou utilizar esses recursos para reduzir as mazelas sociais dos capixabas, uma vez que mais de 1 milhão de pessoas estão na chamada linha da pobreza e outras 394 mil na extrema pobreza. Conforme dados apresentados na entrevista, o Estado tinha, ao final de 2019, R$ 2,2 bilhões em caixa; em 2020, R$ 1,5 bilhão; em 2021, R$ 3,2 bilhões; e até agosto deste ano, R$ 3,2 bilhões.

Diante dos dados, o candidato do PSB afirmou que não está faltando investimento e que esse dinheiro é para enfrentar desafios inesperados, como ocorreu durante as enchentes que atingiram vários municípios capixabas entre o final de 2019 e início de 2020, bem como a pandemia de Covid-19, e que "é preciso que a população tome cuidado, porque tem gente querendo raspar o caixa do Estado". 

"Temos alguns exemplos negativos perto de nós, como Minas Gerais e Rio de Janeiro, em que os gestores tiveram esse comportamento e levaram ao atraso de salários, de pagamento de fornecedores e impossibilitaram colocar políticas públicas em prática. A visão de quem não quer poupança é a visão de quem acha que pode governar e não vai ter desafios pela frente. Tive de enfrentar enchentes, pandemia. Imagina se eu não tivesse recursos em caixa? Não daria para recuperar municípios atingidos pelas chuvas, para comprar vacinas na pandemia e pôr em prática a redução do ICMS dos combustíveis, energia elétrica e telecomunicações para 17%. Na administração pública, a gente não pode vender o almoço para comprar o jantar", pontuou Casagrande.

COMBATE À POBREZA

Questionado sobre medidas que pretende adotar para reduzir o número de capixabas em situação de pobreza e extrema pobreza, Casagrande afirmou que a fome é um problema nacional e que o Estado está "fazendo o que está ao nosso alcance nessa questão do combate à pobreza".

Para o candidato, isso mostra que as políticas do atual governo estão dando resultados. Ele citou que o Bolsa Capixaba contemplou 40 mil famílias; 87 mil famílias foram atendidas pelo Espírito Santo Solidário; foram investidos mais de R$ 20 milhões em alimentos comprados da agricultura familiar e passados para instituições da área social; além dos cursos oferecidos pelo Qualificar ES. "Agora vamos ter o Realiza ES, que vamos ofertar linhas de crédito para quem faz cursos do Qualificar ES", acrescentou.

SEGURANÇA PÚBLICA

Em relação à segurança pública, além de prometer fazer do Espírito Santo o quinto mais seguro do País, Casagrande afirmou que vai fazer a migração da área de um período analógico para um período digital, com a ligação de mais de 1.600 câmera ao sistema de inteligência artificial. Isso vai permitir o monitoramento de veículos em vias de todo o Estado. Ele também citou concurso em andamento para delegado e contratação de mais policiais militares e bombeiros.

Sobre a redução da maioridade penal para crimes hediondos, proposta que defendeu em entrevista ao G1 no final de agosto, Casagrande ressaltou que, durante o seu mandato de senador, foi relator do novo Código de Processo Penal, cuja proposta chegou a ser aprovada no Senado, mas está há 12 anos emperrada na Câmara dos Deputados aguardando votação.

EDUCAÇÃO

A respeito das propostas para a educação, Casagrande ressaltou que a educação brasileira ainda tem nível baixo e prometeu mais investimentos na área de infraestrutura, como a climatização de todas as escolas nos próximos quatro anos e laboratórios em todas elas.

"O ensino médio do Espírito Santo é o melhor do Brasil e ainda é nota 5. Estamos com a Unicef na busca ativa de alunos. Fizemos pacto com os municípios e estamos financiando 100 creches para os municípios, financiando R$ 3 mil por aluno/ano para os municípios investirem em tempo integral. Já estamos com 100 escolas em tempo integral e vamos avançar nisso", afirmou.

Indagado sobre como melhorar a qualidade do ensino de forma efetiva, já que não basta investimento em infraestrutura das escolas, o candidato do PSB respondeu que vai atuar na valorização dos profissionais da educação, mantendo aumenta salarial e pagamento de bônus e abonos, além de investir no centro de formação de professores. 

COMPETITIVIDADE

Sobre a queda do Estado em cinco colocações no ranking de competitividade, o candidato à reeleição afirmou que foram alterados critérios na elaboração da relação, embora reconheça a importância do ranking. Ele atribuiu a redução da eficiência da máquina pública, principal fator para o Espírito Santo perder posições, à mudança de metodologia de elaboração da lista e à reformulação pela qual passa o Judiciário capixaba.

"O problema da não digitalização do sistema do Poder Judiciário é um dos motivos para ter caído tanto na eficiência. Temos de compreender para fazer uma análise. Somos o Estado mais transparente, o que tem a melhor gestão fiscal, temos um bom ambiente para negócios e temos capacidade de dialogar com todos. Por mais que tenhamos mudado de posição, o Estado continua sendo referência para os capixabas e para quem fazer daqui a sua morada”, acrescentou.

Trecho da BR 101 onde ocorreu o acidente
BR 101: se reeleito, Casagrande vai tentar agilizar nova concessão. (Reprodução/Google Maps)

DUPLICAÇÃO DA BR 101 E DA BR 262

Acerca da duplicação das duas rodovias federais que cortam o Espírito Santo — BR 101 e BR 262 —, Casagrande afirmou que vai continuar se articulando para tentar reduzir os prejuízos para o Estado.  "Estamos em contato com o ministro da Infraestrutura e a bancada federal para tentar agilizar a nova concessão. Estamos pedindo agora agilidade para a nova concessão", disse.

Para o candidato, a BR 262 é a situação mais grave, porque não está mais no processo de duplicação e não há perspectiva para isso. "Eu ia colocar dinheiro do Estado, tinha colocado à disposição, mas o acordo não foi adiante. Vamos ter que conversar com o atual e o próximo governo federal para tentar agilizar a concessão da BR 101", completou.

DISPUTA PRESIDENCIAL

Questionado se sente algum desconforto com o apoio do PT à sua candidatura e em apoiar o candidato do partido à Presidência da República, o ex-presidente Lula, Casagrande reiterou que o petista é candidato do seu partido, já que o PSB indicou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin para vice de Lula. 

"Temos uma posição clara em relação a isso. É importante as pessoas terem posição clara e capacidade de diálogo. Eu não tenho dificuldade de dialogar com qualquer um que seja eleito. Dialogaremos com quem quer que seja o presidente da República", insistiu.

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