Faltando menos de um mês para a eleição da Mesa Diretora que vai comandar a Assembleia Legislativa pelos próximos dois anos, o governador Renato Casagrande (PSB) classifica como "bons nomes" os parlamentares que se desenham como possíveis candidatos à presidência do Legislativo: o atual presidente Erick Musso (Republicanos), candidato à reeleição, o líder do governo na Casa, Dary Pagung (PSB), e Marcelo Santos (Podemos), um dos deputados mais próximos ao governador.
Questionado nesta segunda-feira (11) se Marcelo ou Dary seriam candidatos que teriam o apoio do governo para concorrer, Casagrande não descartou nenhum e falou em "bom senso" dos demais deputados para escolher. "São bons nomes, tanto Erick, quanto Marcelo, quanto Dary. Acho que a Assembleia terá bom senso para escolher", pontuou.
O mandatário tem se reunido com parlamentares desde a semana passada sobre a possibilidade de lançar um nome "de confiança" do Palácio Anchieta na disputa. As conversas, no entanto, ainda estariam em "fase inicial" e, portanto, o chefe do Executivo estadual prefere não responder, ainda, qual seria seu candidato.
"Eu estou começando a conversar com os parlamentares, não tenho ainda uma opinião formada sobre a Mesa Diretora. Acho que o presidente Erick tem o direito de pleitear a reeleição. Mas deixa a gente avançar um pouco mais nas conversas para ter uma opinião", disse.
A rápida entrevista foi concedida no Palácio logo após o almoço que reuniu, entre outros, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato à sucessão de Alcolumbre na eleição de outra Mesa Diretora, a do Senado, também marcada para 1º de fevereiro.
Casagrande tem um bom relacionamento com a maioria dos deputados estaduais, incluindo o atual presidente Erick Musso. Durante a gestão do republicano, o chefe do Executivo estadual não encontrou dificuldades para emplacar seus projetos e dialogar com todos os membros do Legislativo.
Nos bastidores, no entanto, Erick não é apontado como o candidato que terá apoio de Casagrande. Um dos principais motivos seria a eleição antecipada que o reelegeu, em novembro do ano passado, para conduzir a Assembleia até 31 janeiro de 2023.
O movimento não foi bem visto, inclusive pelo governador, que criticou abertamente a manobra. Depois de críticas e processos na Justiça, Erick cancelou a votação. Como apurou o colunista Vitor Vogas, interlocutores do Palácio falam em certa desconfiança do governo com o nome de Erick após o episódio.
Outro possível motivo de preocupação é o crescimento do grupo político do qual Erick Musso é um dos principais nomes. O partido Republicanos elegeu nove prefeitos no Estado, entre eles Lorenzo Pazolini, na Capital, enquanto o PSB não elegeu prefeito na região metropolitana. No Estado, o partido do governador ainda lidera, elegeu 13 chefes municipais em 2020, mas o Republicanos o segue de perto, com 10.
A demonstração de força e crescimento rápido da sigla e, consequentemente, de seus aliados, pode resultar em um nome para concorrer ao governo, contra Casagrande, em 2022.
Embora Casagrande tenha uma bancada grande na Assembleia, com outros nomes disponíveis para se candidatar, os dois mais cotados para concorrer são Marcelo Santos e Dary Pagung. Marcelo é vice-presidente da Mesa na atual formação e é aliado tanto de Casagrande quanto de Erick. O nome dele seria, portanto, uma tentativa de chegar a uma chapa de consenso, agradando "os dois lados".
Erick quer a reeleição e se mantém como candidato. Conforme apurou Vitor Vogas, o parlamentar esteve com Casagrande e pediu apoio para disputar. Durante a posse dos deputados suplentes que assumiram as cadeiras dos ex-parlamentares que foram eleitos prefeitos, o presidente acenou para o governo fazendo um discurso sobre a parceria entre os dois poderes e garantindo que Casagrande poderia continuar "contando com a Assembleia".
Para convencer Erick a não concorrer e emplacar outro nome, possivelmente o de seu aliado Marcelo Santos, o governo teria oferecido para o republicano a Secretaria de Esportes ou, até mesmo, a da Agricultura.
Já Dary Pagung é líder do governo na Casa e teve o trabalho elogiado por parlamentares durante as últimas sessões de 2020. Dary é visto pelos colegas como um bom articulador, que sabe conversar com a oposição e que representa bem os interesses do governo.
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