Após as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), insinuando que o impacto da crise econômica causada pelo isolamento pode ser maior que o abalo provocado na saúde, o governador Renato Casagrande (PSB) disse que a declaração do presidente "dificulta" o contingenciamento da crise. Na TV, na noite desta terça-feira, o presidente fez pronunciamento minimizando os efeitos da doença. Para o chefe do Executivo estadual, a fala gera dúvidas na sociedade.
Casagrande afirma que pontuou isso com o presidente em uma reunião realizada na manhã desta terça-feira (25) com Bolsonaro e governadores do Sudeste. Ele avalia que a fala do presidente pode incentivar as pessoas a saírem de casa e abandonar o isolamento, em um período crucial para conter a contaminação.
"A palavra do presidente tem força, mas traz dúvidas para a sociedade. Mostra que estamos sem liderança e dificulta nosso trabalho. O problema é que a palavra dele pode estabelecer um relaxamento nas pessoas. Ele menospreza a pandemia e faz com que as pessoas deixam de ter os cuidados necessários", explica.
O governador ainda ressalta que estão sendo tomadas boas medidas na área econômicas e que outras propostas. "A economia é importante, mas nesse momento prevalece a saúde das pessoas", argumenta. Na próxima semana, a partir da quarta-feira (1º), começam a vencer decretos de fechamento de escolas, comércios e shoppings. Segundo Casagrande, serão analisados os dados desta e da próxima semana e, se houver recuo no número de casos registrados, algumas restrições podem ser revistas.
"Vocês estão vendo a quantidade de gente morrendo na Itália e na Espanha. O vírus tem se comportado aqui no Brasil como se estivesse em região temperada, em clima fio. Não vamos brincar com isso", disse Casagrande.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta