A Executiva nacional do PSB, sigla do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, aprovou, no mês passado, uma resolução que apoia o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Casagrande é secretário-geral do PSB e, de acordo com o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, o texto da resolução foi uma unanimidade, contou com o endosso, inclusive, do capixaba. De lá pra cá, no entanto, o governador não demonstrou muito entusiasmo pelo impeachment.
Ele evitou ter que escolher entre o papel de dirigente partidário e o de governador. No final do mês passado, Casagrande chegou a avaliar, numa transmissão ao vivo feita pela Revista Istoé, que Bolsonaro trabalhava para aumentar o risco de ser impedido, o que o governador considerava pouco viável já naquele momento.
Na última quinta-feira (16), já recuperado após ter contraído Covid-19, ele recebeu a reportagem de A Gazeta no Palácio Anchieta. Com o devido uso de máscaras e distanciamento, por precaução. A entrevista completa será publicada neste sábado (18).
Questionado, então, sobre a resolução do PSB e se seria mesmo partidário do impeachment do presidente da República, Casagrande deixou claro que sua resolutividade, na prática, é outra.
Não só é favorável ao que chamou de estabilidade, como avalia, mais uma vez, ser pouco provável que o presidente seja afastado do cargo.
"A posição de defender impeachment é do partido. Eu, como governador, tenho que me afastar disso. É preciso que avaliemos que um presidente da República só sofre impeachment se perder apoio na sociedade e no Congresso. O presidente Bolsonaro tem ainda um apoio forte na sociedade e está conseguindo articular um apoio no Congresso Nacional. A luta política de um partido é para poder fazer o debate e mudar o comportamento do governo, mas não tem nenhuma perspectiva de impeachment do presidente da República", definiu.
Mas Casagrande torce para que tal perspectiva se viabilize?, perguntou a reportagem.
O governador também disse não acreditar que Bolsonaro vá mudar de comportamento mesmo após ter declarado que foi infectado pelo novo coronavírus o presidente minimiza a doença que já matou mais de 75 mil brasileiros em poucos meses e também criticou o que chamou de politização da pandemia.
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