O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), que administra um Estado que registra mais de duas mil mortes por Covid-19, avalia que o governo federal até ajuda, com verbas, mas a instabilidade no Ministério da Saúde e o comportamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atrapalham.
Casagrande discorda, no entanto, do termo "genocídio" utilizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Para Mendes, "é preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso".
As referências são às mais de 75 mil mortes por Covid-19 no país e à gestão do Ministério da Saúde, comandado interinamente pelo general Eduardo Pazzuelo.
"O que faz diferença no Ministério da Saúde é a instabilidade, é a troca permanente de ministro e a permanência de um ministro interino. Isso faz diferença porque muda equipe técnica, atrapalha a coordenação nacional, que teria que ser puxada pelo presidente da República", afirmou o governador.
A frase de Gilmar acirrou ainda mais, num primeiro momento, os ânimos entre o governo federal e o Judiciário, notadamente o STF. O Ministério da Defesa chegou a emitir uma nota de repúdio assinada também pelos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. E até a Procuradoria-Geral da República foi acionada.
O ministro do STF não retirou o que disse e recebeu uma ligação de Pazzuelo, numa tentativa de diálogo. A conversa, segundo interlocutores, foi "institucional" e "cordial", como registrou o jornal "O Estado de S. Paulo".
Na entrevista, Casagrande falou também sobre possível impeachment de Bolsonaro e sobre a politização do combate à Covid-19. Confira a entrevista na íntegra.
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