O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), pediu uma coordenação nacional no combate à crise do coronavírus em videoconferência com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e com governadores na manhã desta quinta-feira (21). Casagrande foi um dos interlocutores do encontro virtual que também contou com a participação dos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM).
Pela proposta de Casagrande, tal coordenação central no combate à pandemia deveria contar com a participação de representantes do governo federal, da Câmara, do Senado, dos governos estaduais e municipais. Já estamos vivendo três crises econômica, social e de saúde. Não precisamos de uma crise política. Tenho sempre colocado a importância dessa coordenação central, comentou.
Em entrevista ao ES1, da TV Gazeta, o governador disse que foi uma reunião proveitosa a primeira em ambiente civilizado desde o início do governo. "Tivemos pela primeira vez uma reunião do presidente com todos os governadores, presidentes da Câmara, do Senado em um ambiente civilizado, sem nenhum debate que fosse o que estava proposto, que nesse caso era a ajuda aos Estados e municípios pedindo a sanção da lei por conta da queda de receita que estamos passando", disse Casagrande.
Logo após o encontro, em entrevista à GloboNews, Casagrande disse que o governo federal tem enviado sinais contraditórios no combate à pandemia. Quando falo em uma coordenação central, é porque hoje não tem. O governo federal tem feito ações importantes com relação aos R$ 600 e para diminuir as filas nas agências da Caixa. Mas, ao mesmo tempo, dá sinais contraditórios, como a presença do presidente em atos e passeios em Brasília, disse quando questionado sobre o assunto.
Isso [as ações contraditórias] atrapalha quem está trabalhando nos Estados. Nós pregamos a disciplina, mas a maior liderança institucional do Brasil dá um sinal contrário e isso atrapalha o nosso trabalho, acrescentou.
O governador insistiu na defesa do isolamento social. A prioridade de todos nós é salvar vidas. O que salva vidas é o distanciamento social e as práticas de higiene. Abrir leitos salva muitas vidas, mas não salva todas, ponderou. Não está fácil enfrentar a pandemia. Uma parte das pessoas colabora, mas outra parte não. Se a gente conseguir coordenar uma ação central vai ajudar no nosso trabalho. É hora de abrir mão das disputas ideológicas mais momentâneas, disse o governador.
Casagrande lembrou ainda que a sociedade deverá conviver por mais tempo com a questão do coronavírus. "Não vamos acabar com essa crise em um mês. Ela vai continuar esse ano, ano que vem Só vai terminar quando tiver um remédio cientificamente comprovado, ou uma vacina. Não temos nos Estados e municípios poder para passar por isso sozinhos, concluiu.
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