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Casagrande pede união após Bolsonaro desautorizar compra de vacina chinesa

Casagrande pede união após Bolsonaro desautorizar compra de vacina chinesa

Governador do ES afirmou em publicação em rede social que adquirir primeiras vacinas prontas é "meta primordial" e criticou inclusão de questões ideológicas no debate sobre medidas para conter a pandemia

Publicado em 21 de outubro de 2020 às 11:46

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Casagrande também fez alerta sobre aumento da taxa de transmissão de coronavírus
Renato Casagrande fez postagem em suas redes sociais pedindo "união de todos" no combate ao coronavírus. (Reprodução/ Youtube)

Horas após o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), dizer em rede social, nesta quarta-feira (21), que o Brasil não vai comprar a Coronavac, vacina chinesa que será desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), pediu "união" em publicação em sua rede social.

Segundo o chefe do Executivo capixaba, comprar as primeiras vacinas que "estiverem prontas", é uma "meta primordial" nas ações de combate à pandemia. Ainda nesta terça-feira (20), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia anunciado a compra de 46 milhões de doses da imunização pelo governo federal, mas Bolsonaro disse em resposta a um seguidor no Facebook que o anúncio do dia anterior pode ser considerada traição.

Apesar de não falar diretamente que a postagem teria relação com a fala do mandatário, Casagrande afirma no texto que "libertar os brasileiros do coronavírus" é um objetivo que deve "unir a todos" e que nesse contexto, "não há espaço para discussões sobre assuntos eleitorais ou ideológicos".

"Salvar vidas e libertar os brasileiros do coronavírus são objetivos que devem unir todos nós. Adquirir as vacinas, que primeiro estiverem a disposição, deve ser a meta primordial. Nesse contexto não há espaço para discussão sobre assuntos eleitorais ou ideológicos", diz.

Para a Folha de São Paulo, o governador já havia dito que a decisão do ministro da Saúde, de comprar a vacina, havia sido "republicana" e deveria ser mantida. Ele e outros governadores se mostraram "perplexos" e disseram esperar equilíbrio e racionalidade por parte do presidente.

"Temos que apelar ao presidente para que a gente tenha equilíbrio, racionalidade, empatia com quem pode pegar esse vírus. Um apelo mesmo para manter o que falamos ontem. É importante manter a decisão republicana de ontem e deixar de lado questões eleitorais, ideológicas. E torcer para que o que disse Bolsonaro não seja levado ao pé da letra", disse para o Painel da Folha.

A fala de Bolsonaro coloca em xeque a autoridade de seu próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que nesta terça-feira (20) havia anunciado um acordo com o Estado de São Paulo para a compra de 46 milhões de doses da vacina pelo governo federal. A informação causou comemoração por parte do governador do Espírito Santo, que participou de uma reunião com outros governadores e o Ministério da Saúde sobre a aquisição da imunização.

Bolsonaro disse, em resposta a um internauta que afirmou ter 17 anos e querer "um futuro, mas sem interferência da ditadura chinesa", que a imunização não será comprada.  De acordo com a Folha de São Paulo, o presidente ainda enviou uma mensagem a seus ministros e aliados no Congresso. "Alerto que não compraremos uma só dose de vacina da China, bem como o meu governo não mantém qualquer diálogo com João Dória na questão do Covid-19. PR Jair Bolsonaro."

A fala causou reação, também, no secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes (PCdoB). Também no Twitter, ele reforçou a necessidade de o país ter união para poder enfrentar a pandemia. "Quando a gente pensa que vai...Precisamos de unidade nacional e acertar como país! Seguiremos resistindo e tratando de criar pontes para encontrar saídas para o Brasil e para a crise derivada da pandemia!", disse.

O secretário já havia dito que o Estado se prepara para, assim que a primeira vacina estiver pronta, imunizar um milhão de pessoas dentro do prazo de um mês

Ainda nesta semana, na segunda-feira (19), Bolsonaro havia dito que a vacina da Covid-19 não será obrigatória no Brasil, após o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), ter dito que no território paulista a imunização será obrigatória. "O meu ministro da Saúde já disse claramente que não será obrigatória essa vacina e ponto final", disse o chefe do Executivo.

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