O governador Renato Casagrande (PSB) rebateu, nesta terça-feira (18), as declarações do ex-deputado federal Lelo Coimbra sobre supostas interferências do Palácio Anchieta na disputa interna do MDB no Espírito Santo.
Para Lelo, o socialista teme o "fantasma" do ex-governador Paulo Hartung, conforme declarou à coluna Vitor Vogas. Já Casagrande, à reportagem de A Gazeta, saiu-se com esta: "Sou cristão. Não tenho medo de fantasma".
Lelo preside a comissão provisória do MDB no Estado e enfrenta o grupo do também ex-deputado Marcelino Fraga numa briga que parece não ter fim. Para Lelo, a mão do governo, por meio de atos do próprio Casagrande, tem pesado em busca de votos para Marcelino. A eleição acabou cancelada pela comissão provisória e o grupo de Marcelino improvisou uma votação com urnas de papelão.
Ainda de acordo com Lelo, aliado de primeira hora de Hartung, o governador quer a ascensão de Marcelino por imaginar que, se Lelo permanecer no comando do MDB, Hartung usará o partido como plataforma contra ele no Espírito Santo.
O Paulo Hartung desencarnou da política capixaba, mas parece que continua sendo o tempo todo um fantasma para o governador. É impressionante como esse fantasma fez com que ele recebesse delegado do MDB no dia em que a população sofria com ataques. O Paulo desencarnou da política do Estado, mas o Renato não desencarnou do Paulo. Eu não sei se isso é paixão ou se é temor. Virou assombração. Ele deve ir dormir pensando no Paulo, ironizou, ainda em declaração à coluna.
O governador, por sua vez, reservou poucas palavras para responder ao emedebista e somente o fez após ser questionado pela reportagem. O secretário de Governo, Tyago Hoffmann, é que foi escalado para tratar do tema. Mas Casagrande rechaçou qualquer interferência no partido alheio: "Não tem por parte do governo nenhuma interferência".
Casagrande atendeu brevemente a reportagem de A Gazeta entre uma agenda e outra após uma coletiva de imprensa em que divulgou dados sobre a educação no Estado. Hartung está sem mandato, decidiu não disputar a reeleição no ano passado.
A convenção do MDB-ES, que elegeria o comando do partido no Estado, estava marcada para o último domingo (16). No sábado (15), no entanto, a comissão provisória presidida por Lelo Coimbra publicou um edital cancelando o pleito.
Entre os motivos, insegurança jurídica, uma vez que a chapa de Marcelino concorreria sub judice, por força de decisão liminar (provisória). Ele teve, inicialmente, a candidatura barrada pela comissão, por possuir condenação judicial. O edital, no entanto, também citava "interferências externas".
No domingo, o grupo de Marcelino fez a eleição mesmo assim. Foi na Praça Getúlio Vargas, no Centro, em frente ao hotel em que a convenção ocorreria. Caixas de papelão viraram urnas. O resutlado divulgado pelo grupo deu Vitória a Marcelino. A comissão provisória, no entanto, não reconhece a legitimidade da votação. Já a chapa MUDA MDB (de Marcelino) pretende acionar a Justiça para que a votação seja reconhecida.
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