O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, quer ajuda do governo federal para controlar a entrada de armas ilegais no Estado. Segundo ele, os criminosos estão "muito bem armados" e é necessário que haja maior rigor no controle das fronteiras do país e nas divisas do Estado. O chefe do Executivo informou que vai se encontrar com Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, nesta terça-feira (4).
"Vou conversar com ele sobre segurança pública. Temos que tentar controlar a entrada de armas. Armas são um desespero. Os grupos criminosos estão muito bem armados e essas armas não são fabricadas no Espírito Santo. Vamos ver se tem algo a mais que se possa fazer, se ele tem alguma proposta", afirmou Casagrande, em evento no Palácio Anchieta na manhã desta segunda-feira (3).
Em 24 de junho, tiros disparados no bairro Gurigica, em Vitória, atingiram uma clínica, matando um paciente idoso que estava internado no local. O caso causou comoção, principalmente porque a quantidade de tiros disparados mostrou o poder bélico de grupos criminosos que atuam em comunidades vulneráveis.
Segundo Casagrande, houve uma melhora no controle dos armamentos com a revogação de decretos que haviam flexibilizado o acesso a armas durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Contudo, ele diz, isso não foi suficiente.
"O governo federal tem que ter controle. Já está melhorando, porque mudou acesso fácil às armas, mas é preciso ter controle nas divisas, nas fronteiras."
Em 2019, o Espírito Santo inaugurou a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) justamente com o objetivo de rastrear a origem das armas ilegais, principalmente aquelas usadas por grupos criminosos. Entre 2019 e 2022, mais de 12 mil armas foram apreendidas no Estado, uma média de oito por dia.
Em março deste ano, as forças de segurança estaduais foram incluídas na Força-Tarefa de Segurança Pública (FTSP) da Polícia Federal. O objetivo é o compartilhamento em tempo real de informações que subsidiem operações policiais com foco no combate ao tráfico de drogas e de armas utilizadas para o abastecimento de organizações criminosas que atuam no Espírito Santo.
A partir da assinatura de Casagrande, a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), a Polícia Militar do Espírito Santo, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) passaram a integrar a força-tarefa. Completam o quadro a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as guardas municipais da Grande Vitória.
A principal agenda de Casagrande em Brasília, contudo, é um encontro com governadores e parlamentares dos Estados do Sul, Sudeste e Mato Grosso do Sul para discutir a Reforma Tributária. O Espírito Santo tenta se aliar a outras unidades da federação para pressionar pela mudança no texto do projeto de lei e garantir compensações pelas perdas de arrecadação.
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