Familiares, amigos, autoridades e políticos do Espírito Santo, entre elas o governador em exercício, Ricardo Ferraço (MDB), compareceram ao sepultamento do ex-governador Max Mauro, realizado na tarde desta sexta-feira (15). O político morreu na madrugada de quinta-feira (14), aos 87 anos, após ter ficado 60 dias internado em um hospital de Vitória para tratamento de um quadro de pneumonia.
O último adeus a Max Mauro aconteceu no Cemitério Parque da Paz, na Ponta da Fruta, em Vila Velha. A cerimônia foi marcada por homenagens e lembranças sobre a figura do ex-governador. Um helicóptero do Núcleo de Operações e Transportes Aéreo (Notaer) lançou flores no momento em que o ex-governador estava sendo sepultado. Também houve honrarias prestadas por agentes da Polícia Militar. Ambos os momentos emocionaram a multidão que acompanhou o enterro.
Veja vídeo da chuva de flores e das honras militares abaixo:
Ladeado pela esposa e pela filha, o filho do ex-governador, Max Filho, emocionou-se durante vários momentos do sepultamento. Em conversa com a reportagem da TV Gazeta, o ex-prefeito de Vila Velha disse que o sentimento era de gratidão por tudo o que o pai havia lhe proporcionado como exemplo e referência de vida.
Emoção e homenagens de autoridades, familiares, amigos, correligionários e até mesmo adversários políticos também marcaram o velório de Max Mauro, que aconteceu na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales).
O corpo do ex-governador foi velado na Casa de Leis da tarde de quinta-feira (14) até o meio-dia desta sexta-feira (15), de onde seguiu para ser sepultado em Vila Velha.
Na ocasião o deputado Marcelo Santos, presidente da Casa de Leis, prestou condolências a Max Filho e demais familiares do ex-governador. O presidente do Legislativo estadual frisou que a política do Espírito Santo e do Brasil havia perdido “um dos maiores políticos que o Estado já teve”.
“Max Mauro foi um homem honrado e nós, políticos que temos comprometimento com a coisa pública, nos orgulhamos muito do seu legado e da sua história. No tempo de sua gestão, ele criou mecanismos que hoje são um controle para a transparência, isso ele fez lá atrás com um olhar diferenciado, ajudando a todos e, em especial, às pessoas que mais precisam”, disse Marcelo, relembrando ainda ações estruturantes para a mobilidade do Estado, como a Terceira Ponte, inaugurada durante a gestão de Max Mauro.
Governador do Estado de 1999 a 2003, José Ignácio Ferreira foi mais uma das figuras públicas capixabas que passaram pelo velório de Max Mauro, para prestar uma última homenagem ao ex-chefe do Executivo estadual. Ao conversar com a reportagem de A Gazeta, o político destacou o perfil firme do ex-governador, afirmando se tratar de "um homem turrão, mas de postura digna".
"O Max foi sempre um modelo para mim. Ele deixa um rastro de correção absoluta. Foi um homem de dignidade (...) Era um homem turrão que impunha as suas ideias quando achava que estava certo. Seu grande mérito é ter sido o homem digno que toda a vida foi", frisou.
O presidente do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES), Rodrigo Chamoun, compareceu ao velório de Max Mauro na Ales. Ao falar à reportagem sobre sua relação com o ex-governador, o conselheiro da Corte de contas citou a forma transparente com que o ex-chefe do Executivo estadual conduziu a administração do Estado e sua trajetória política.
"Ele teve um governo muito bem avaliado, além de uma trajetória política marcada por dois pilares: uma defesa intransigente da ética e um senso de responsabilidade fiscal muito aprimorado, tanto é o que o governo dele se notabilizou pelo equilíbrio nas contas públicas. Isso tudo baseado na coragem. Era um homem de muita coragem", destacou Chamoun.
Em meio aos depoimentos dos presentes no velório de Max Mauro quinta-feira, emergiu a lembrança de seu legado de luta contra a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985). Ele seguiu os passos do pai, Saturnino Rangel Mauro, que foi sindicalista, deputado estadual por dois mandatos e um dos fundadores do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Estado.
Com a implantação do regime e a implementação do bipartidarismo, apenas com as legendas Arena, de sustentação ao regime e Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que concentrava as forças de oposição, Saturnino Mauro ingressou no partido oposicionista e foi seguido pelo filho, que sempre o acompanhava na vida política.
Max Mauro comandou o Estado entre 1987 e 1991, foi deputado estadual (1975-1979) e deputado federal por três mandatos (1979-1983, 1983-1987 e 1999-2003).
Além de Max Filho, o ex-governador deixa uma filha, Márgia; quatro netos, Mariana, João Pedro, Luísa e Davi; e quatro bisnetos, Zion, Levi, Ayla e Lana.
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