Com a presença do principal apoiador, o prefeito Luciano Rezende (Cidadania), e com o reforço de seis legendas, o Cidadania de Vitória confirmou a candidatura do deputado estadual Fabrício Gandini a prefeito da Capital, na noite desta quarta-feira (16). Na convenção do partido, realizada em um auditório na Avenida Vitória, no bairro Horto, centenas de aliados e pré-candidatos a vereador manifestaram apoio ao deputado, também de forma virtual, na transmissão.
Com discurso de defesa do legado de Luciano como uma boa gestão e que representará sua continuidade, Gandini destacou também que terá uma marca própria, "governando com parceria com o governo do Estado e o governo federal", pois é preciso "defender a cidade de ameaças", alfinetando os grupos políticos adversários.
Parlamentares que estão entre os principais nomes da base do governador Renato Casagrande (PSB) estiveram presentes, como Alexandre Quintino (PSL) e Luciano Machado (PV), assim como integrantes do governo, como os secretários de Estado Tyago Hoffmann (PSB), Lenise Loureiro (Cidadania) e Fábio Damasceno (PSB). O deputado federal Josias Da Vitória, outro aliado do governador e correligionário de Gandini, também marcou presença.
Na convenção, foi reafirmada a indicação do vereador Nathan Medeiros (PSL) como vice na chapa, em uma composição considerada heterodoxa, devido à diferença de perfis entre os partidos Cidadania situado na centro-esquerda e o PSL, sigla de direita, pela qual se elegeu o presidente Jair Bolsonaro (hoje sem partido). Gandini também conta com PDT, Podemos, PV, Avante e PMN como partidos aliados.
O PSB tem candidato próprio, o vice-prefeito de Vitória, Sérgio Sá, que está rompido com Luciano Rezende. Na convenção do socialista também estiveram nomes de peso do governo estadual, como Hoffmann. E um vídeo de Casagrande foi exibido, mas nele o governador não manifestou apoio expresso a Sá, num terreno em que há mais de um aliado na disputa.
Em suas falas, os representantes do governo do Estado presentes Hoffmann e Damasceno garantiram a Gandini o apoio por parte do Palácio Anchieta.
"Aqui me sinto tão em casa quanto no PSB, só vejo companheiros. Somos partidos irmãos, temos a candidatura do Sérgio, mas minha presença traz muito simbolismo, para dizer que o governador, o PSB estarão ao seu lado para ajudar a gerir a cidade de Vitória. Vitória passou por 4 anos de cerco político e econômico financeiro. Mas o governo do Estado não faltará, estará aqui realizando obras importantes e ajudando na sua gestão", declarou Hoffmann.
Luciano Rezende, que este ano encerra o segundo mandato consecutivo na prefeitura, reafirmou que o projeto da candidatura de Gandini como seu sucessor já vinha sendo construído há anos e revelou ter falado ao telefone com o governador Casagrande, nesta quarta, que manifestou apoio a eles.
"Nós sonhamos muito com este momento. Desde o meu primeiro dia de prefeito, disse que você era o cara que tem todas as condições para continuar este trabalho. Temos visto o turismo eleitoral, que vemos de 4 em 4 anos. Gandini é honesto, trabalhador, é competente, mas também é família. Ele vai liderar pela boa política. Não adianta falar em 'nova política'. Tem novo que é carcomido. Tem novo fazendo política com mentira, com ódio, jogando uns contra os outros, pagando gente para falar mal de outros. E o mesmo cara cada ano está assessorando uma pessoa diferente, aonde pagou ele vai, é o língua alugada", disse.
Luciano frisou ainda que, na posição de prefeito, com o cuidado ético precisará ter, vai precisar pedir à cidade para se defender das ameaças.
Com a promessa de "fazer diferente", com uma campanha propositiva e para transformar Vitória na capital mais segura do país, no discurso da convenção Gandini agradeceu às parcerias, em especial a de Luciano, e relembrou toda sua trajetória na política, destacando a atuação na presidência da Câmara de Vitória, com o contraponto à atual administração, do vereador Cléber Félix (DEM).
"Tem grupo que quer administrar Vitória que não sabe administrar um orçamento de Câmara. Eles estão se juntando, porque não olham para a cidade com o amor de quem mora nela, de quem quer transformar, olham como um orçamento bonito para fazer contrato, negócio, aumentar grupo político, para dar cargo. Nós vamos continuar enfrentando isso. Esses grupos estão rondando a cidade, não fazem coligações, fazem negócio, e nós precisamos ficar atentos às ameaças", afirmou.
Ele também fez críticas à gestão anterior à de Luciano, de João Coser (PT), que agora será um de seus adversários nas urnas."Fazer gestão não é só dinheiro. É conceito, é equipe, e por onde passamos, deixamos nossa contribuição. A cidade não aguentava mais, estava apagada por esquema. Denunciamos quiosques, desapropriações, Finatec, havia um escândalo para cada estação do ano naquele governo, e está aí de novo. Portanto a gente não pode esquecer da história, retroceder ao erro. Tenho orgulho porque ninguém fala mais de corrupção na cidade de Vitória", assinalou.
Gandini prometeu ainda que irá governar com parcerias. "Não tentem fazer eu brigar com o governo do Estado e nem com o governo federal, eu não vou brigar. Qualquer gestor moderno compreende o papel. Não vou servir de martelo para ninguém. Estamos vivendo um período trágico de nossa história. Vamos ter que atravessar com parcerias. Quando alguém tenta fazer cerco político, quem paga é o cidadão."
O PMN oficializou a aliança com Gandini em Vitória nesta quarta-feira (16), na convenção do partido. O apoio foi selado com a presidente estadual do partido, deputada Janete de Sá, junto com a Executiva municipal, presidida por Izaías Lopes Fernandes.
"Nós temos uma chapa competitiva de pré-candidatos a vereador e acreditamos que Fabrício Gandini é a melhor opção para dar prosseguimento ao projeto de desenvolvimento com qualidade de vida para os moradores da Capital", declarou Janete.
Entre os candidatos lançados pelos partidos para a Prefeitura de Vitória nestas eleições, Gandini é o nome tido como certo e que está assumidamente na disputa há mais tempo. Com a garantia de contar com apoio total do prefeito Luciano Rezende e ter a marca de seu sucessor, há um ano seu nome já constava até no site oficial do partido Cidadania como candidato a prefeito de Vitória. Acumulando também a função de presidente estadual do partido, desde então o deputado já vinha dialogando com a cidade e suas forças políticas.
Aliado de primeira hora de Luciano, Gandini tem com ele uma ligação antiga. Antes de chegar à Câmara Municipal, em 2008, chegou a ser assessor parlamentar do então vereador Luciano. Depois, se reelegeu em 2012 e 2016, muito identificado com a região de Jardim Camburi, seu reduto eleitoral. Como vereador, foi o fiel escudeiro do prefeito como presidente da Câmara, em 2013 e, em seguida, como líder informal de sua base.
Logo depois das eleições de 2016, no início do segundo mandato de Luciano, em 2017, se licenciou do Legislativo e foi escalado como uma espécie de "supersecretário" do prefeito, chefiando a Secretaria de Gestão, Planejamento e Comunicação, já em um "treinamento intensivo" para a buscar a sucessão.
Nesse meio tempo, em 2014, ele foi o candidato a vice-governador na chapa de Renato Casagrande (PSB), na eleição em que o socialista foi derrotado por Paulo Hartung (então no MDB). Em 2018, se elegeu deputado estadual. A proximidade com Casagrande lhe rendeu alguns benefícios na pré-campanha e na montagem de chapa, embora o governador não tenha subido oficialmente em seu palanque ou declarado apoio explícito, já que o PSB possui candidatura própria em Vitória, do vice-prefeito Sérgio Sá, que é rompido com o prefeito.
A definição de um vice do PSL, partido que é aliado do Palácio, para além da afinidade pessoal e política, vai garantir a Gandini um expressivo tempo de TV e um volume considerável de recursos de campanha. Além disso, o vereador Nathan Medeiros é representante da Grande São Pedro (região de baixa renda da ilha), o que pode ajudar Gandini a penetrar nesse segmento da população.
Outro destaque foi a aliança feita com o PDT, que é um dos mais importantes partidos da coalização do governador. Em troca, o Cidadania garantiu apoio ao deputado Sérgio Vidigal (PDT) na Serra.
Gandini havia participado pessoalmente da construção da chapa de candidatos a vereador do PDT em Vitória. Fez o mesmo com o PTB. A sigla, contudo, foi vetada de se coligar com ele, por determinação da direção nacional contra partidos de centro-esquerda. Mas os candidatos a vereador petebistas, no entanto, estarão liberados para apoiá-lo.
A coligação de Gandini conta ainda com Podemos (do senador Marcos do Val), PV, Avante e PMN e ainda tem a possibilidade de chegada do PSC.
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