A Princesa do Norte está disputada. A um ano das eleições, 12 nomes já são apontados pelos partidos para concorrer à Prefeitura de Colatina em 2020. Além deles, o atual prefeito, Sérgio Meneguelli, que deixou o MDB e está sem partido, também pode concorrer à reeleição, embora não tenha confirmado o interesse em um novo mandato. (Veja a lista de candidatos no final desta reportagem.)
Quem também preferiu não falar a respeito das próximas eleições foi o deputado estadual Renzo Vasconcelos (PP), embora seja cotado pela atual sigla a que pertence. Entre todos os apontados, apenas dois já estariam confirmados como pré-candidatos: o médico Paulo Roberto Martins, pelo PSD; e o capitão da reserva da Polícia Militar Aloir da Silva, pelo PTdoB.
Em quase todos os casos, as possíveis candidaturas ainda estão sendo discutidas internamente nos partidos, e as poucas que já se arriscam em uma articulação externa, procurando apoio e alianças, o fazem em um estágio inicial cenário que resultará em um menor número de candidatos no ano que vem.
Por enquanto, dessas 13 pessoas, a experiência política divide a lista em três partes: aqueles que já ocuparam cargo público eletivo, os que já chegaram a disputar alguma eleição e aqueles que estreiam nesse meio. Além disso, vale ressaltar que há apenas uma mulher e somente um nome que não se coloca como cristão.
Para esta matéria, A Gazeta entrou em contato com os sete partidos que disputaram a Prefeitura de Colatina em 2016. Também foram consultados PT, PSL e PSDB, que foi o único a não informar qualquer possível nome, embora tenha garantido que terá um representante na próxima eleição municipal.
Independentemente de quem seja o candidato vencedor, o consultor político Ronaldo Almeida aposta em algumas características que ele terá. "Acredito que será eleito aquele que apresentar uma gestão moderna, conservadora e progressista, sem ter qualquer mancha de corrupção no currículo. Saber se comunicar com os jovens nas redes sociais também será essencial", resumiu.
Já para o professor universitário João Bosco Pedruzzi, formado em administração e mestre em economia, o perfil que deve vencer as eleições é mais difuso. "Na minha opinião, a parte da população que não está nos extremos é que será decisiva e irá cobrar propostas claras e concretas. Não adiantará dizer que vai melhorar a saúde, é preciso dizer de que forma a melhoria será feita", defendeu.
Ratificando o principal tema defendido pelos possíveis candidatos, Almeida vê como essencial a atração de empresas de grande porte para Colatina. "A cidade tem muito comércio, mas faltam indústrias maiores", avaliou. "Além disso, acho que a questão da mobilidade urbana também é um desafio muito grande e que não vem sendo resolvido nas últimas gestões", continuou o consultor.
De modo complementar, Pedruzzi crê que o gestor do município deverá se antecipar a futuros problemas e trazer soluções a longo prazo, principalmente na área da educação e da saúde. "Precisamos de soluções que realmente funcionem nessas áreas. Para além, acho que o colatinense quer o que todo brasileiro quer: emprego e segurança", concluiu.
Com bacharelado em direito e aos 63 anos, ele é o atual Prefeito de Colatina. Antes de concorrer ao cargo, também foi vereador do município por três mandatos consecutivos (2005-2016). A gestão dele é marcada por vídeos de ações que fizeram sucesso nas redes sociais. Em entrevista, ele explicou que falar sobre as eleições do próximo ano atrapalharia o trabalho atual e que ainda não pensa sobre o assunto.
Capitão reservista da PM, ele é presidente da Associação dos Militares de Colatina pelo terceiro mandato e atualmente busca o apoio das igrejas evangélicas para a candidatura do ano que vem. Formado em Direito, tem 49 anos e acredita que há dois pontos principais a serem trabalhados na cidade: a atração de novas indústrias para a geração de emprego e a segurança.
Deputado estadual entre 1995 e 1999, o agropecuarista também já atuou como Secretário de Agricultura de Colatina e do Espírito Santo. Em 2006, renunciou ao seu mandato de deputado federal por causa das investigações acerca de desvios do caso que ficou conhecido como "Máfia dos Sanguessugas". Aos 61 anos, é o nome cotado pelo partido e antecipou que a prioridade seria trazer desenvolvimento para a cidade.
Vereador de Colatina, ele é advogado e tem interesse em voltar para o Executivo municipal, onde construiu toda a carreira profissional e ocupou o cargo de secretário de Transporte e de Segurança. Tem 36 anos e uma pós-graduação em gestão pública. Se eleito, pretende aumentar a geração de empregos e discutir, junto a segmentos da sociedade, o que é preciso ser feito para o município crescer.
Aos 35 anos, além de produtor rural, formado em Direito e diretor do Hospital São José e da Unesc, também exerce o cargo de deputado estadual. Por este motivo, preferiu não comentar a possível candidatura à Prefeitura de Colatina, ao entender que este assunto deve ser tratado apenas no próximo ano.
O nome dele está sendo cotado após um levantamento feito pelo próprio partido, mas a candidatura ainda está sendo discutida. Sem ter disputado nenhum cargo eletivo, ele foi secretário do Interior durante os dois mandatos de Leonardo Deptulski (PT), em Colatina. Formado em administração de empresas, aos 56 anos, é um dos que teria a geração de emprego como prioridade na gestão da cidade.
Este é o outro possível nome a disputar a prefeitura pelo Solidariedade. Aos 62 anos de idade, ele estreou na política nas últimas eleições, quando concorreu ao cargo de deputado estadual pelo Podemos. Médico há praticamente quatro décadas, ele atua como ortopedista. Segundo ele, as propostas ainda serão discutidas coletivamente, visando o melhor para Colatina.
Recém-eleito presidente do diretório municipal, o bancário aposentado já tem mais de 30 anos de filiação ao partido, pelo qual conseguiu ser eleito vereador de Colatina por quatro vezes e deputado estadual, em 2010. Católico, também já foi ecônomo voluntário da diocese local. Se confirmado como candidato, defenderá o orçamento participativo e a política habitacional, principalmente.
Nas últimas eleições municipais, o professor e diretor da Faculdade Castelo Branco disputou a Prefeitura de Colatina pelo Solidariedade e obteve cerca de 21% dos votos. No ano passado, ele também tentou o cargo de deputado estadual e acabou como terceiro suplente da coligação. Aos 50 anos, é católico e defende que é necessário resgatar o desenvolvimento e melhorar a educação local.
Atual diretor jurídico, integra o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Colatina há três mandatos e já foi candidato à prefeitura em 2008. Advogado com pós-graduação em gestão pública, ele é um dos três nomes cotados pelo partido. Se confirmado, ele antecipou que defenderá a geração de empregos e a adoção de políticas públicas para a juventude.
Negra e com uma filha deficiente, ela também é uma das pessoas cotadas pelo partido. Aos 47 anos, é professora e trabalha em movimentos sociais em prol das minorias. Com formação sindical, graduação em Letras e conselheira da saúde em Colatina, ela acredita que esta seja a principal deficiência da cidade atualmente e que seria tratada de maneira primordial, se eleita.
Mais novo entre os possíveis candidatos e único sem religião, tem 34 anos e formação em Artes Visuais. A candidatura dele depende da escolha coletiva acerca dos dois companheiros de partido. Na política, já tentou se eleger duas vezes como vereador e uma vez, nas últimas eleições, como deputado federal. As bandeiras defendidas por ele são a cultural e a ambiental.
Aos 70 anos, o otorrinolaringologista concorrerá pela primeira vez a um cargo eletivo. Nascido e residente de Colatina, ele saiu da cidade apenas para estudar no Rio de Janeiro, em 1963. Atualmente, é casado e tem três filhos. Para ele, a questão hídrica municipal é importantíssima e deve ser revista. A saúde, a educação, a segurança e a captação de empresas também devem ser melhoradas.
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