Em uma área de eventos cheia de apoiadores, o PL confirmou, nesta quinta-feira (27), a pré-candidatura do coronel Alexandre Ramalho à Prefeitura de Vila Velha. Nos discursos, o foco muitas vezes se voltou para o prefeito Arnaldinho Borgo (Podemos), em uma tentativa de estabelecer a relação dele com o espectro político de esquerda para que o oficial da reserva da PM, e ex-secretário estadual da Segurança Pública, seja visto como o único de direita na disputa das Eleições 2024 do município.
Da abertura do evento com o presidente municipal do PL, Carlos Salvador, à manifestação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), também presente ao lançamento, havia um empenho em sempre mencionar que as eleições de 2026, quando o partido espera que Jair Bolsonaro não esteja mais inelegível para concorrer à presidência, dependem bastante das movimentações neste ano.
Assim, sugeriram que Arnaldinho e o Podemos, que foi o partido do Coronel Ramalho até o início deste ano, não são totalmente de direita, esperando convencer o eleitor que o voto que for dado para prefeito em outubro pode repercutir no resultado eleitoral do Estado e do país daqui a dois anos.
Durante as manifestações, críticas também ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, particularmente, ao ministro Alexandre de Moraes. O deputado Eduardo Bolsonaro, que antes do evento havia ido a um clube de tiro em Cariacica com Callegari, exaltou pessoas que participaram dos ataques às sedes dos Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro do ano passado.
"É comum, nos locais aonde vou, ter pessoas de tornozeleira na perna por causa do 8 de janeiro. E sabe o que vai acontecer, se deixar se candidatar? Vai ter gente de tornozeleira que vai bater recorde de voto", estima o filho do ex-presidente. Inclusive, no espaço destinado ao lançamento da pré-candidatura de Ramalho, havia apoiadores usando o equipamento eletrônico por determinação do STF.
Após cerca de uma hora do início do evento, foi a vez de o pré-candidato se manifestar. Ele usou o slogan de Bolsonaro — Deus, Pátria, Família e Liberdade — para pontuar características próprias que, em sua avaliação, o credenciam para a disputa em Vila Velha. Falou, ainda, de projetos para saúde, educação, segurança. Nas suas declarações, Ramalho foi menos contundente ao se referir a Arnaldinho e ao governo do Estado, do qual foi secretário até janeiro deste ano, mas criticou o possível uso da máquina pública das duas esferas de poder no processo eleitoral.
"Todos que me antecederam já falaram que 2026 passa por 2024. Se não abraçarmos fortemente os candidatos do PL, nós vamos de novo ter problemas em 2026. A luta é: o máximo de vereadores do PL, o máximo de prefeitos do PL para que a gente possa avançar. É o espectro da direita, que não casa com outro espectro. Essa é a determinação que temos que ter, sair daqui convictos. Estamos lutando contra máquina pública municipal apoiada pela máquina pública estadual. Nossa tarefa é árdua, mas nosso exército está aqui!", bradou.
O presidente estadual do PL, senador Magno Malta, foi ausência no encontro. Recém-operado, ele foi orientado pelos médicos a ficar em repouso, mas apareceu em uma chamada de vídeo feita pelo deputado Gilvan da Federal para manifestar apoio a Ramalho e reforçar posicionamentos do partido.
Na falta do senador, Carlos Salvador, do diretório de Vila Velha, falou da estratégia do PL para as Eleições 2024. Ele disse que já existem 65 chapas de vereadores do partido no Espírito Santo e 51 pré-candidatos a prefeito. O presidente municipal aproveitou o momento para anunciar os 22 nomes de pré-candidatos à Câmara.
Salvador afirmou que o PL vai ter mulheres em quantidade superior ao mínimo exigido por lei (30% das candidaturas) — a proporção ficou em 14 vagas para homens, 8 para o público feminino. Assim, ressaltou o dirigente, não há risco de perda de mandato por descumprimento da cota de gênero, como ocorreu neste ano com Devacir Rabello, que na última eleição havia concorrido pelo DC. O ex-parlamentar, agora no PL, é um dos pré-candidatos. "Aqui, ele não corre esse risco", garantiu.
A construção das candidaturas deste ano, segundo Salvador, é para fortalecer a base para pavimentar o caminho até o processo eleitoral de 2026.
Nesse contexto, ele apontou que o partido já deliberou e vai trabalhar o nome de Gilvan da Federal como candidato ao Senado daqui a dois anos. O parlamentar, no momento em que discursou, falou dessa possibilidade e admitiu que concorre se esse for o desejo da população e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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