O governo do Estado vai ampliar o serviço de transporte de servidores com uso de aplicativo. Até então restrito à Região Metropolitana de Vitória, a ferramenta estará à disposição a partir desta sexta-feira (30) em todo o Espírito Santo.
É uma espécie de "Uber do servidor", lançado em novembro de 2017 com o nome de TáxiGovES. "É para técnicos que precisam visitar espaços que precisam ser licenciados, por exemplo. Temos superintendências de educação, serviços de saúde e assistência no interior que farão uso", exemplifica a secretária de Estado de Gestão e Recursos Humanos, Lenise Loureiro.
Um contrato, após licitação, foi firmado pela Seger com a empresa Brazil GO Tecnologia e Serviços EPP. A empresa detém o aplicativo em si. Os motoristas são autônomos, dirigem os próprios veículos, como nos serviços Uber e 99Pop, utilizados pelas pessoas em geral. Mas este será um outro aplicativo, específico. O valor do contrato é de R$ 2,1 milhões com duração de 12 meses, conforme publicação no Diário Oficial desta quinta-feira (29).
De novembro de 2017 a agosto de 2019, foram realizadas cerca de 17.500 corridas por meio do aplicativo no governo do Estado e 34 secretarias ou órgãos usam o serviço.
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O Executivo dispõe de 5.967 carros, sendo 5.580 próprios e 387 alugados. O gasto com locação, manutenção e combustível de janeiro a julho deste ano chegou a R$ 24,3 milhões.
A maior parte é utilizada pelas polícias, pela Secretaria de Estado da Justiça (que transporta presos) e pela de Saúde. Esses não podem ser substituídos por transporte por aplicativo. Mas os que podem, serão.
De início, 87 veículos locados devem ser devolvidos. A economia a ser gerada com o pagamento do aluguel e do combustível é estimada em R$ 5 milhões anuais pela Seger.
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O custo do quilômetro rodado no veículo locado é de aproximadamente R$ 4,80. Com o aplicativo, ainda de acordo com Lenise, o valor cai para R$ 2,36.
O serviço funciona por agendamento, apenas com a autorização da chefia do servidor. Não é para o trajeto casa-trabalho e vice-versa, e sim para atividades relacionadas ao trabalho. O controle de gastos é feito por meio de relatórios eletrônicos gerados pelo aplicativo.
SECRETÁRIOS
Os secretários de Estado não devem utilizar o serviço, embora não sejam impedidos de fazê-lo. É que eles já têm veículos oficiais à disposição.
"Os secretários têm carro oficial à disposição. Só agentes políticos como secretários, que representam o Estado, que têm essa possibilidade. Circulam mais de mil quilômetros por mês. Precisam ter prontidão do motorista para acompanhar agendas e acompanhar o governador", diz Lenise.
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Em relação aos servidores, cada secretaria pode fazer a adesão ao serviço de aplicativo ampliado. Mas têm um dever de casa a cumprir, mostrar como poderiam economizar ao deixar de usar os veículos da frota própria ou alugada.
A titular da Seger diz que o uso do transporte por aplicativo tem também vantagens práticas. "Muitas vezes os técnicos querem ir todos às 14h fazer vistoria para liberar licença ambiental, é um bom horário. Mas têm que esperar a disponibilidade dos carros da frota. Com o aplicativo, podemos chamar mais de um carro ao mesmo tempo".
"O objetivo do contrato não é substituir toda a frota locada ou própria (lembrando que viaturas policiais, por exemplo, não podem ser substituídas desta forma). É para dar mais respostas ao contribuinte", complementa Lenise.
A Seger não exige marca e modelo específicos para os carros utilizados pela empresa de transporte por aplicativo. Entretanto, os veículos devem ter ar-condicionado, quatro portas, terem sido fabricados há no máximo cinco anos, estarem em perfeito estado de conservação e limpeza, sem avarias que comprometam sua circulação e a segurança no transporte de servidores.
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