Durante entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (16), o deputado estadual e candidato a prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), adotou um tom brando ao falar da liderança de votos - no primeiro turno das eleições que ocorreu neste domingo (15) - e de suas estratégias para a segunda fase da disputa.
Pazolini teve 30,95% dos votos válidos (53.014) enquanto seu adversário, João Coser (PT) teve 21,82% dos votos válidos (37.373). Os dois vão se enfrentar nas urnas no próximo dia 29.
O candidato do Republicanos chegou a convocar uma entrevista coletiva na noite deste domingo, mas desmarcou devido ao atraso na divulgação da apuração dos votos.
O resultado foi confirmado por volta das 22h. Após a divulgação, ele enviou apenas uma nota à imprensa, na qual agradeceu ao povo de Vitória e cumprimentou os demais candidatos: "As pessoas depositaram em nós a esperança de mudança."
Já na entrevista em seu comitê, em Jardim da Penha, Pazolini, nesta manhã de segunda (16), voltou a agradecer e parabenizar os moradores de Vitória por terem ido às urnas e o levado para o 2º turno.
A campanha foi marcada por troca de farpas entre Pazolini e seu colega de Assembleia Legislativa Fabrício Gandini (Cidadania). Candidato do atual prefeito, Luciano Rezende (Cidadania), Gandini esteve entre os candidatos com maior intenção de votos em todas as pesquisas eleitorais, mas acabou fora do 2º turno por uma diferença de 1.201 votos a menos que Coser.
Os dois parlamentares trocaram acusações durante o tempo de propaganda eleitoral de TV, enquanto Coser apostou em uma campanha mais propositiva e relembrando sua atuação como prefeito no passado.
Pazolini começou a disputa em terceiro lugar, como mostrava a pesquisa Ibope divulgada em 13 de outubro, mas ultrapassou os dois principais adversários na reta final. Às vésperas da eleição, no sábado (14), o delegado, Gandini e Coser estavam tecnicamente empatados.
Agora, prestes a enfrentar Coser, o candidato do Republicanos assumiu um tom brando e evitou alfinetar adversários. Questionado se a briga poderia ter influenciado nos votos e, se buscaria o apoio dos adversários, inclusive de Gandini, disse que a estratégia de campanha sempre foi "debater a cidade de Vitória de maneira propositiva e cordial" e que vai para "o diálogo."
"Nós estamos dialogando, vamos dialogar com muita humildade, muito pé no chão e certamente iremos aglutinar forças para termos o resultado positivo que a cidade tanto precisa e espera", afirma.
Durante sua atuação na Assembleia, para qual foi eleito há dois anos, em 2018, Pazolini teve uma postura de oposição ao governo de Renato Casagrande, fazendo críticas a atuação do governador, por exemplo, na condução do enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Agora, um passo mais perto de se tornar prefeito da Capital do Estado, o delegado afirma que "não há oposição e, sim, independência."
"A nossa posição sempre foi de independência. Eu fui eleito para defender os interesses dos capixabas e não de um grupo político A, B ou C e foi isso que eu fiz em um ano e 11 meses de mandato", sustenta.
Caso seja eleito, garante que a relação será boa. "Será uma relação republicana, democrática, cordial. Sempre tratei com respeito os integrantes do governo e sempre fui tratado com respeito, então não vejo dificuldade nenhuma. Teremos bons pactos e bons convênios", finalizou.
A revista Veja, anunciou a chegada de Pazolini ao segundo turno como uma "surpresa bolsonarista." O delegado já apareceu ao lado de representantes do governo federal, como da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
O deputado também esteve entre os parlamentares que fizeram uma "visita surpresa" ao Hospital Dório Silva, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pedir, em uma live, que seus apoiadores fizessem isso.
Nesse dia, com ele estavam outros deputados de direita, como Vandinho Leite (PSDB), Carlos Von (Avante), Danilo Bahiense (sem partido) e Torino Marques (PSL). Os deputados negam, no entanto, que tenham agido como resposta ao pedido do mandatário e sim para fiscalizar denúncias que haviam recebido.
Até o momento, no entanto, o candidato não se associa de forma aberta à figura do presidente. Questionado sobre a reportagem da Veja e se era bolsonarista, Pazolini voltou a falar em uma "postura de independência." "Meu trabalho o Espírito Santo conhece. É um trabalho de mais de 15 anos. Sou independente, tenho minha linha de atuação e sempre vou fazer o que eu acredito. Meu compromisso é com o morador de Vitória e do Espírito Santo", disse.
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