O Partido Liberal (PL) elegeu o maior número de deputados federais no domingo (2) e terá a maior bancada na composição partidária da Câmara dos Deputados nos próximos quatro anos. Impulsionado pela filiação do presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, o PL elegeu 99 parlamentares, o que representa 66 a mais do que o total que elegeu em 2018.
Em segundo lugar aparece o PT, partido do ex-presidente Lula, que fez 68 cadeiras na Câmara. As outras legendas com o maior número de eleitos em 2022 são o União Brasil, com 59; o PP, com 47; e MDB e PSD, ambas com 42 cada uma.
Entre os 10 representantes da bancada federal do Espírito Santo na Câmara também houve mudança na composição partidária. Enquanto em 2018 oito partidos elegeram deputados federais pelo Estado, no último domingo (2) seis partidos conseguiram ficar com ao menos uma cadeira. Quatro partidos do Estado terão dois deputados federais: PT, PP, Podemos e Republicanos. Já PSB e PL terão um parlamentar cada.
Os dois partidos que garantiram as duas maiores bancadas na Câmara dos Deputados são também os protagonistas da disputa presidencial nas eleições 2022, já que Bolsonaro disputa o segundo turno contra o ex-presidente Lula (PT). No Espírito Santo, o PT sai em vantagem em relação ao PL, com duas cadeiras, que serão ocupadas pelo deputado reeleito Helder Salomão e pela presidente estadual da legenda, Jack Rocha. O PL terá como representante o vereador de Vitória Gilvan da Federal.
O PT dobrou a sua bancada no Espírito Santo, passando de uma para duas vagas. Já o PSB fez o movimento inverso e perdeu metade da bancada na Câmara dos Deputados, garantindo apenas a reeleição de Paulo Foletto. Dos que elegeram parlamentares há quatro anos, ficaram sem representantes: Cidadania, PDT e União Brasil, que na época elegeu um pelo PSL e outro pelo DEM.
Apesar de ter dobrado o número de eleitos pelo Espírito Santo em relação a 2018, passando de um para dois, o PP viu sua bancada ser reduzida à metade em relação à quantidade atual de parlamentares. A legenda tem hoje quatro dos 10 deputados federais, depois da janela partidária, em março, quando três parlamentares migraram para a sigla para concorrer ao pleito deste ano. A partir de 2023, ficará com dois: Evair de Melo e Da Vitória.
Quem também dobrou a bancada em comparação com 2018 foi o Republicanos, que reelegeu Amaro Neto e elegeu Messias Donato. Já o Podemos elegeu representantes pela primeira vez pelo Estado e terá dois deputados federais: Gilson Daniel e Victor Linhalis.
O número de cadeiras a que o PL terá direito a partir de 2023 equivale a quase um quinto das 513 da Câmara dos Deputados. Atualmente, o partido já tem 76 representantes na Casa, um número bem superior aos 33 eleitos há quatro anos, pois muitos deputados migraram para a sigla na janela partidária.
Segundo no ranking, o PT terá uma bancada com 12 representantes a mais do que em 2018, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A legenda, no entanto, não atuará sozinha na próxima legislatura, pois integra a Federação Brasil da Esperança (Fe Brasil) com PCdoB e PV pelos próximos quatro anos. Juntas, as três siglas terão 80 deputados federais. As federações partidárias são uniões entre partidos que devem durar por pelo menos quatro anos.
A relação das maiores bancadas tem a partir da terceira posição diversas siglas do chamado Centrão, como União Brasil, PP, PSD e Republicanos, além do MDB. Todas elas ampliaram as suas bancadas, com exceção da União Brasil, que é resultado da fusão entre DEM e PSL, sendo que este elegeu a segunda maior bancada há quatro anos (52), na época tendo Bolsonaro entre os filiados.
Três partidos que haviam eleito representantes em 2018 não conseguiram repetir o feito em 2022: PMN, Agir e DC. Há também aqueles que sofreram redução drástica no número de eleitos, como o PSB, que teve a bancada reduzida de 32 para 14 em comparação há quatro anos. No PDT, a queda foi de 28 para 17.
Outros 11 partidos elegeram menos de dez deputados federais. Nessa lista estão PCdoB e PV, federados ao PT; Cidadania, que está federado ao PSDB; e Rede, que está unida pelos próximos quatro anos ao Psol.
A disputa para deputado federal é considerada uma das mais importantes pelas legendas porque ela define vários benefícios aos quais os partidos têm direito. Por isso, os que não obtiveram o desempenho exigido pela legislação eleitoral não terão acesso aos recursos do Fundo Partidário e também não terão direito a participar da propaganda eleitoral gratuita. Uma dessas exigências era eleger 11 deputados federais ou obter 2% dos votos válidos nacionais para a Câmara dos Deputados.
Além disso, a eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados leva em consideração a representação dos partidos na Casa. As maiores bancadas ganham mais espaço no comando e também nas negociações com o governo federal, assim como nas votações realizadas no Legislativo federal.
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