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Como fica articulação da bancada federal e da Assembleia com governos eleitos

Como fica articulação da bancada federal e da Assembleia com governos eleitos

O governador reeleito Renato Casagrande terá maior número de parceiros na bancada federal

Publicado em 31 de outubro de 2022 às 10:17

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Eleição 2022 - Segundo turno
Governos eleitos enfrentarão oposição fortalecida no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa. (Arte Geraldo Neto )
Ednalva Andrade
Repórter / [email protected]
Como fica articulação da bancada federal e da Assembleia com governos eleitos

O governador reeleito do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assumirão pela terceira vez o comando do Estado e do país, respectivamente, com uma oposição mais fortalecida do que nos dois governos anteriores de ambos, tanto na Assembleia Legislativa para Casagrande como no Congresso Nacional para Lula.

Em relação à bancada federal capixaba, dos 13 integrantes a partir de 2023, nove declararam abertamente voto no atual presidente e candidato derrotado, Jair Bolsonaro (PL). Os outros quatro são três do PT e um do PSB, partidos que apoiavam a eleição de Lula.

O senador Marcos do Val (Podemos) está entre os nove que apoiaram a reeleição de Bolsonaro e se manifestou no Twitter sobre a eleição do petista. “O resultado das urnas demonstra a vontade da maioria. Lutei para que continuasse a atual política de desenvolvimento do presidente Bolsonaro, mas essa foi a vontade da maioria dos brasileiros e deve ser respeitada numa democracia consolidada como a nossa”, ressaltou.

O senador eleito Magno Malta (PL) fez uma transmissão pelo Instagram em que afirma que vai ser “uma barreira conservadora” no Congresso Nacional. “Continuarei destemido. Nada me apavora”, afirmou, sobre fazer oposição a Lula. Nos mandatos anteriores do petista, Magno o apoiava.

Outro que garantiu nas redes sociais que fará oposição a Lula é o deputado federal eleito Gilvan da Federal (PL). Da mesma forma, o deputado federal reeleito Evair de Melo (PP) tuitou afirmando que vai manter a defesa do bolsonarismo. “Estarei na @camaradeputados de pé para defender os valores da direita no Brasil. O seu legado e do seu governo será honrado”, disse, se referindo a Bolsonaro.

Entre os que apoiavam Lula, o senador Fabiano Contarato (PT) esteve ao lado do presidente eleito quando ele fez o primeiro discurso após a vitória, neste domingo (30). “As urnas deram seu veredito e finalmente podemos celebrar a festa da democracia!”, destacou o senador, que também parabenizou Casagrande pela reeleição no Twitter.

Também devem integrar a base aliada de Lula no ano que vem os deputados federais Helder Salomão (PT), reeleito com a maior votação do Estado, e Jack Rocha (PT), eleita para o primeiro mandato.

Os três petistas também parabenizaram Casagrande pela reeleição. Aliás, a relação do socialista com a bancada federal deve ser de parceria, uma vez que a maioria apoiou a reeleição dele: oito dos 13 integrantes. Único membro da bancada capixaba filiado ao PSB, o deputado federal reeleito Paulo Foletto se manifestou apenas sobre o governador, mas não fez menção à eleição de Lula.

Oposição forte na Assembleia Legislativa

É na Assembleia Legislativa onde Casagrande deve enfrentar uma relação mais conflitante a partir de 2023. Dos 30 deputados que assumirão o mandato em fevereiro do próximo ano, metade foi eleita em partidos que não integravam a ampla coligação casagrandista, formada por 11 legendas.

Nem todos farão oposição a ele, já que tem gente nessa lista, como a deputada estadual eleita Camila Valadão (Psol), que fez campanha para Casagrande no segundo turno. Mas há também filiados a partidos aliados do governador reeleito que declararam que atuarão de forma independente no Legislativo.

As maiores bancadas da Assembleia Legislativa a partir do próximo mandato serão do PL, partido do adversário de Casagrande no segundo turno, Carlos Manato, que terá cinco deputados estaduais, e do Republicanos, que elegeu quatro deputados estaduais e estava com o candidato do PL no segundo turno. No entanto, o deputado campeão de votos, Sérgio Meneguelli (Republicanos), não declarou apoio a ninguém no segundo turno.

O PTB também estava na coligação de Manato e elegeu um  deputado. Outros partidos que terão representantes no Legislativo e não estavam na aliança de Casagrande são: União Brasil, com dois; Patriota, com um; e PSC, com um deputado.

Em entrevista à CBN Vitória logo após ser eleito, Casagrande afirmou que "tem que ser realista e saber trabalhar com a Assembleia Legislativa" no próximo mandato, já reconhecendo que não terá uma base de apoio tão ampla quanto nos dois mandatos anteriores.

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