As pesquisas eleitorais são alvos frequentes de críticas e questionamentos. Nesse período de eleições, é comum que a população se depare nas redes sociais com números e gráficos, alguns com dados alterados, manipulados ou de pesquisas que nem existem. Com a desconfiança recorrente, uma dúvida que sempre paira é: como saber se uma pesquisa é verdadeira?
Essa dúvida foi enviada por leitores ao Passando a Limpo. Um dos exemplos traz números que seriam das intenções de voto para a disputa presidencial em cada Estado do Brasil, com o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) tendo ampla vantagem sobre o ex-presidente Lula (PT) em todas as unidades da federação. Os dados, porém, são falsos.
Outra pesquisa, desta vez para a disputa ao governo do Espírito Santo, também foi encaminhada por um leitor, que questionou se ela é verdadeira. Neste caso, o levantamento de fato existe.
Veja abaixo como diferenciar pesquisas verdadeiras e falsas:
Todas as pesquisas eleitorais, para serem divulgadas em ano eleitoral e terem valor legal, devem ser registradas na Justiça Eleitoral. Essa é uma exigência para entidades e empresas que fazem pesquisas de opinião pública para conhecimento público. É isso que comprova que um levantamento de fato foi feito por um instituto de pesquisa registrado pela Justiça Eleitoral. Esse registro deve ser feito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para pesquisas nacionais, e nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para levantamentos regionais.
A realização de enquetes ou pesquisas de opinião que não respeitem os parâmetros estabelecidos é proibida a partir de 1º de janeiro em anos eleitorais, por determinação do TSE. Por isso, elas não são consideradas pesquisas eleitorais verdadeiras. Enquetes eleitorais também não têm valor de pesquisa e não podem ser divulgadas na imprensa, em redes sociais ou aplicativos de mensagens. O motivo é simples, não há controle de quem responde a essas enquetes, logo, não é possível afirmar que aquele resultado retrata a opinião ou a intenção de voto de determinada população.
Para pedir o registro, os institutos de pesquisa precisam informar à Justiça Eleitoral quem contratou o levantamento e qual o valor pago por aquele serviço. Além disso, têm que apresentar a metodologia e o período de realização da pesquisa, detalhar o plano de amostragem, intervalo de confiança, o sistema de verificação, a margem de erro e apresentar o questionário que será aplicado. Todas essas informações são exigidas pela Lei no 9.504/1997 para que uma pesquisa eleitoral de opinião pública seja registrada. A legislação também traz regras para a divulgação dos resultados, como a necessidade de sempre ser informado o número do registro para conferência do eleitor. A consulta às pesquisas registradas na Justiça Eleitoral pode ser feita pela internet, no sistema do TSE. É possível selecionar pelo ano da eleição, Estado ou município de realização, ou filtrar pelo número da pesquisa para conferência.
Existem duas formas de coletar informações para entender o comportamento de uma população de forma quantitativa. A primeira opção é entrevistar todos os indivíduos, o que chamamos de censo.
Dada a dificuldade de entrevistar todo o universo de eleitores (são mais de 156 mil pessoas no país), o formato utilizado nas pesquisas de intenção de foto consiste em selecionar uma parcela deles que represente as características mais importantes do conjunto. Essa técnica é chamada de amostragem.
Esse método exige o cumprimento de vários requisitos, que são cobrados pela Justiça Eleitoral, como ter uma margem de erro, que é definida quando os estatísticos planejam o tamanho da amostra que vão utilizar no levantamento. Quanto menor a margem de erro que eles desejam alcançar, maior deve ser a quantidade de entrevistados para alcançá-la.
Toda pesquisa verdadeira também precisa informar seu nível de confiança. Quando se diz que o nível de confiança de um estudo é de 95% (valor mais comum em pesquisas de opinião), isso significa que, de uma forma simplificada, se 100 amostras fossem retiradas simultaneamente de uma mesma população, 95 delas teriam seus resultados dentro da margem de erro.
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