Se em 2016 oito nomes disputaram a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, desta vez há 13 na corrida pela cadeira mais importante do Palácio Bernardino Monteiro. Entre eles estão o atual chefe do Executivo, Victor Coelho (PSB), que busca a reeleição, e o vice-prefeito, Jonas Nogueira (PL), que rompeu com o prefeito.
Outro candidato na disputa é Josué Batista da Silva (PSC). Ele se inscreveu de forma individual, sem aval do partido, e seu registro ainda não foi julgado pela Justiça Eleitoral. O PSC apoia a reeleição de Victor Coelho.
Veja, em ordem alfabética, quem são os nomes na disputa nas eleições de Cachoeiro de Itapemirim, suas trajetórias políticas e pessoais e seus principais aliados:
Candidato do ex-prefeito e hoje deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM), Diego Libardi (DEM) é o nome lançado pelos demistas na disputa pela Prefeitura de Cachoeiro. Com um perfil alinhado ao governo Bolsonaro, ele foi superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Espírito Santo. Libardi deixou o cargo para disputar as eleições deste ano.
O candidato do DEM é professor e advogado, tem pós-graduação em Gestão Pública e mestrado em Direitos e Negócios Internacionais. No setor público, atuou como diretor na Secretaria de Esportes no governo de Roberto Valadão (2005-2008) em Cachoeiro e também foi secretário de Meio Ambiente em Marataízes, na gestão de Doutor Jander.
O advogado é o atual presidente do DEM no Espírito Santo, que tem Theodorico Ferraço como a principal liderança no Estado. Até o início do ano, a presidência era exercida pela deputada federal Norma Ayub (DEM), esposa de Theodorico e candidata a prefeita de Marataízes.
Theodorico, inclusive, é padrinho político de Libardi e chegou a dizer que o pupilo "tem tudo para ser o Ferraço dos velhos tempos". O parlamentar foi prefeito de Cachoeiro por quatro mandatos.
Aos 37 anos, Libardi teve passagens por MDB e PP e disputa pela primeira vez uma eleição. O partido Democratas se aliou ao Republicanos para a disputa. A empresária Renata Bedim (Republicanos) é a vice.
Izaias Júnior (PSDB) tem 45 anos, é advogado há 20 e professor da Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim (FDCI) há 15 anos. Atuou no Escritório Modelo da faculdade durante 10 anos, atendendo gratuitamente.
É pós-graduado em Gestão Educacional, Direito Penal e Processual Penal e é pós-graduando em Ciências Penais e Segurança Pública. Em 2019, iniciou o curso intensivo para doutorado da Universidade de Buenos Aires - UBA.
Nascido em Cachoeiro de Itapemirim, já disputou eleição para vereador e deputado federal. Atualmente é presidente do PSDB municipal e candidato a prefeito do município.
Ele tem o apoio do deputado estadual Pastor Marcos Mansur, líder do PSDB na Assembleia Legislativa do Espírito Santo. A chapa puro-sangue é composta pelo militar da reserva Jose Tadeu da Silva, o Capitão Tadeu.
Fabrício do Zumbi (PDT) tem 42 anos, é servidor público e esteve à frente de diversas secretarias da prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim. Foi vereador por dois mandatos. Na eleição 2008 recebeu 1.732 votos e nas eleições seguintes se reelegeu com 1.640 votos.
Atuou em movimentos comunitários e religiosos, sendo presidente da associação de moradores do bairro Zumbi, maior bairro de Cachoeiro, entre os anos de 2002 e 2003.
Antes de se filiar ao PDT, sigla que ele hoje preside na cidade, teve passagem pelo PP. Fabrício tem o apoio nestas eleições do Solidariedade, sigla de seu vice Osmar da Silva. Osmar entrou na disputa após a morte do membro do partido, o contador Márcio Barbosa, que faleceu um dia após ser definido como vice de Fabrício, durante convenção.
Fayda Belo (PP) é advogada. Além da graduação em Direito, tem pós graduação em Gestão Pública e em Segurança Pública. Aos 38 anos, já disputou o cargo de deputada federal nas eleições de 2018 e recebeu 5.545 votos. A candidata nunca ocupou cargo público e o Progressistas foi sua única filiação partidária.
Ainda antes das convenções partidárias, a sigla chegou a dialogar uma possível aliança com o DEM de Diogo Libardi, mas optou por lançar candidatura própria.
Fayda tem o apoio do partido Avante, de seu vice, Pastor Eber. A candidata é idealizadora do ECAD-Encontro Capixaba de Direito, um evento jurídico para acadêmicos de Direito.
Tornou-se comendadora após receber a comenda Ancila Zanol da Câmara Municipal de Cachoeiro, em virtude dos trabalhos em prol da defesa dos direitos da mulher. É formada pelo curso Mais Mulheres na Política da Onu Mulheres, também é embaixadora do Movimento Nacional Suprapartidário Vai ter Mulher, Sim.
Professor, Guilherme Nascimento (PSOL) tem 26 anos e formando em Pedagogia e Gestão Pública. É a primeira vez que o candidato disputa uma eleição. O partido lançou candidatura puro-sangue, ou seja, com vice da mesma sigla, que é Vitor Pizetta.
O candidato é presidente do Psol em Cachoeiro de Itapemirim e engajado na causa LGBTQIA+. Atuou em projetos sociais que envolvem a inserção de arte, cultura e educação nas comunidades e escolas de vários municípios do Sul do Estado.
Defendendo o legado de Carlos Casteglione, ex-prefeito de Cachoeiro por dois mandatos (2009-2016), e tentando trazer o PT de volta ao comando da cidade, está Joana D'arck (PT). A candidata é professora de Geografia da Rede Pública Estadual e disputa sua quarta eleição, a primeira para a prefeitura.
Joana D'arck não é nova nas urnas e concorreu ao cargo de vereadora três vezes (2004, 2008 e 2012). No entanto, não obteve sucesso. Foi vereadora por um curto período, em 2012, como suplente. Ela possui carreira no serviço público tendo ocupado as funções de diretora de assuntos pedagógicos da Secretaria Municipal Educação e de secretária de Cultura em Cachoeiro em 2013.
A professora é pós graduada em Gestão Estratégica de Políticas Públicas pela Unicamp e Mestre em História Social das Relações Políticas, pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Joana tem o apoio do ex-prefeito Carlos Casteglione (PT) e tem como vice Capitão Sousa (Rede). O partido, que tem o senador Fabiano Contarato (Rede) como o principal representante no Estado, chegou a lançar o vice de Joana como pré-candidato antes das convenções municipais, mas acabou voltando atrás e formando chapa com Joana.
A candidata também atua em movimentos religiosos, tendo participado das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) da Igreja Católica.
Atual vice-prefeito, Jonas Nogueira (PL) disputa este ano a cadeira de chefe do Executivo após romper com o prefeito Victor Coelho (PSB). Alinhado ideologicamente com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ele conta com o apoio do ex-deputado Carlos Manato (sem partido) e do ex-senador Magno Malta (PL), que lhe garantiu a legenda para concorrer à prefeitura.
Jonas tem 50 anos, já disputou cinco eleições, mas esta será a primeira para prefeito. Concorreu ao cargo de vereador em 2004, 2008 e 2012. Não foi eleito em nenhum dos pleitos, mas chegou a exercer o mandato por 10 meses em 2015, como suplente.
O vice-prefeito tem um histórico político ligado a partidos de centro-esquerda, como o próprio PSB e o PP, mas mudou, recentemente de lado e ideologia.
O candidato se tornou um opositor da atual gestão municipal não muito depois do início do mandato como vice. O rompimento aconteceu no final de 2018, quando se posicionou contrário a um projeto da prefeitura sobre o subsídio ao transporte coletivo. A aliança entre prefeito e vice, contudo, foi fechada de forma estratégica em 2016. A ideia era fazer uma chapa mais competitiva para não dividir votos.
Hoje, Jonas Nogueira faz parte do grupo que representa a oposição ao governo de Renato Casagrande (PSB) em Cachoeiro e é considerado um candidato bolsonarista. Filiou ao PSL quando Manato presidia o partido no Estado. Mas com a saída de Manato da sigla, o vice-prefeito ficou sem espaço. Por isso, migrou para o PL, de Magno Malta.
Assim como o líder do seu partido, ele se declara cristão e pretende fazer da base religiosa o seu eleitorado. Foi professor da Escola Bíblica Dominical, líder dos adolescentes e líder dos jovens na igreja. Também foi presidente da JABC - Juventude da Associação Batista Cachoeirense, composta por mais de 40 igrejas no Sul Estado.
O candidato informou ter formação em Administração, Direito, Contabilidade e Jornalismo e pós-graduação em administração financeira. Ele recebe o apoio do Patriota para a disputa das eleições. Seu vice é Wellington Callegari, também do PL.
Nome novo nas urnas, Josué Batista (PSC) tem 44 anos e vai disputar uma eleição pela primeira vez. Ele é bacharel em Teologia, pastor evangélico e atua como coach de desenvolvimento pessoal e palestrante empresarial. O partido dele fez aliança com o atual prefeito Victor Coelho (PSB), que tenta reeleição. Mesmo assim, o candidato solicitou registro à Justiça Eleitoral e aguarda julgamento.
Apesar de nunca ter disputado um pleito, já ocupou cargos públicos em gestões passadas: foi secretário municipal em Cachoeiro na Secretaria de Articulação Comunitária, em uma das gestões de Theodorico Ferraço(DEM) e na Secretaria de Meio Ambiente, durante administração de Carlos Roberto Casteglione (PT).
Ocupou cargos também na cidade vizinha, em Itapemirim. Em 2013 assumiu a Secretaria Municipal de Projetos Especiais e Desenvolvimento Estratégico durante gestão conturbada do prefeito afastado Luciano Paiva.
Josué já presidiu o CONPEC (Conselho de Pastores de Cachoeiro) por dois mandatos eletivos consecutivos. Ele compõe sua chapa com Antônio Marcos Cruz, também do PSC.
Jovelino Schiavo (PRTB) tem 56 anos e atua como consultor ambiental de empresas. Foi proprietário e diretor responsável do Jornal Tribuna do Povo, em Castelo, e secretário da Associação dos jornais do Interior do Estado do Espírito Santo (ADJORI-ES) por quatro mandatos consecutivos.
Na carreira política, Jovelino Schiavo foi candidato a vereador em 1999 pelo PSL. Ele se desfiliou em 2007 e, no início deste ano, entrou no Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). O candidato nunca teve cargo público.
Ele recorre em uma ação na Justiça Eleitoral por conta de publicações no jornal de denúncias de corrupção do prefeito e secretários de Castelo, em 2016. O jornal teria publicado propaganda eleitoral antecipada de uma candidata. A chapa puro-sangue é formada pelo Sargento Luciano Missias.
Breno Mariano Robles (PROS) tem 40 anos. É professor há 18 anos, formado em Ciências Sociais e Geografia e pós-graduado em Recursos Humanos. Ele atua desde 2017 na administração pública de Marataízes, com passagens pela secretaria de Educação, Governo e até recentemente era o superintendente de compras na Secretaria de Administração.
Breno coordenou a campanha do presidente Jair Bolsonaro no Sul do Espírito Santo. O candidato já vinha sendo anunciado pelo PROS, que confirmou o nome durante convenção partidária. A sigla fechou a chapa com o partido Democracia Cristã (DC), que indicou o nome de Aldo Abreu para vice.
Única mulher na Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, a advogada Renata Fiório (PSD) está em seu primeiro mandato e disputa sua segunda eleição, desta vez para comandar a prefeitura da cidade. A candidata é advogada e comerciante e tem formação na área de Gestão de Negócios Imobiliários e Estudos de Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra.
Renata tem 42 anos, é membro da Ouvidora da Mulher e foi secretária-geral da subseção cachoeirense da OAB-ES por dois triênios, de 2010 a 2015. Nas eleições de 2016, ela foi eleita com 1.247 votos, seu primeiro cargo público.
O Partido Social Democrático se coligou ao PMN. O vice de Renata, decidido às vésperas dos registros de candidatura, é Astor Dilem Junior (PSD). A candidata recebe o apoio do presidente estadual do PSD e candidato da prefeitura de Vila Velha, Neucimar Fraga. Se eleita, ela pode ser a primeira mulher a governar a cidade.
Paulo Sergio (PTB) é subtenente da Polícia Militar do Espírito Santo há 30 anos. Aos 50 anos de idade, atualmente trabalha na administração do Centro de Operações da Polícia Militar/Comando de Policiamento Ostensivo Sul. É graduado em Gestão Ambiental, com pós-graduação em Geografia.
Paulo Sergio disputa sua primeira eleição ao lado de Sargento Chamasquini (PTB). O subtenente fez parte do primeiro grupo de apoio operacional do Estado (GRI), que posteriormente foi rebatizado de GAO, e hoje se chama Força Tática.
Um dos poucos candidatos a receber o apoio explícito de Renato Casagrande (PSB), Victor Coelho (PSB) tem o partido do governador e a máquina pública a seu favor nas eleições deste ano. O atual prefeito busca a reeleição e seu segundo mandato eletivo. Em novembro, vai enfrentar nas urnas o seu atual vice, Jonas Nogueira (PL), da chapa que saiu vitoriosa em 2016.
Victor Coelho tem 44 anos, é formado em Sistemas da Computação com pós-graduação em Marketing e Publicidade. Já atuou como professor particular e diretor financeiro.
O atual prefeito ingressou na carreira política após a morte de seu irmão Glauber Coelho, que foi vereador e deputado estadual. Em 2016, Victor disputou e venceu sua primeira eleição, obtendo 59.377 votos.
Apesar de a chapa ter saído vitoriosa, prefeito e vice romperam menos de dois anos depois. Isso aconteceu no fim de 2018, após Jonas Nogueira (PL) discordar de um projeto encaminhado pelo prefeito para a Câmara. Desde então, a relação entre os dois é estritamente profissional. Antes aliados, agora são adversários no pleito.
Este ano, o vice será Ruy Guedes Barbosa Júnior (Podemos), secretário de Defesa Social da atual gestão. Ele foi responsável por coordenar a comissão de trabalhos para o enfrentamento à Covid-19 no município.
Victor Coelho conta com a "benção" do governador Renato Casagrande (PSB) que, em alguns municípios, preferiu não se envolver em relação aos candidatos.
Não foi o caso de Cachoeiro. Casagrande enviou um vídeo de apoio a Victor Coelho, exibido na convenção do PSB da cidade, que confirmou o nome do prefeito na disputa. O PSB recebeu o apoio de Podemos, PSC, MDB, PV, Cidadania e PSL na cidade.
(Com colaboração de Iara Diniz)
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