A disputa pela cadeira de prefeito de Vitória, para decidir quem comandará a cidade a partir de 2021, já teve seu início oficial, contando com 14 nomes que solicitaram registro de candidatura à Justiça Eleitoral para estar nas urnas no dia 15 de novembro. Entre as 14 chapas, há 5 coligações e 9 chapas puro-sangue, ou seja, em que o partido disputa sozinho e tem os candidatos a prefeito e vice da mesma sigla.
Um dos candidatos, Fábio Louzada (MDB), se inscreveu de forma individual, sem aval da direção municipal do partido. Teve o pedido de registro negado e recorreu.
Além dos nomes dos inscritos, como A Gazeta já publicou, confira também o perfil, o histórico de cada um e em qual lado do tabuleiro político estão. Os candidatos estão listados em ordem alfabética.
É deputado estadual desde 2019, em seu primeiro mandato neste cargo, eleito com 27.744 votos. Ingressou na Polícia Militar em 1983 e foi para a inatividade em 2009, quando assumiu o cargo de deputado federal, até 2011, pelo PSB, como suplente de Neucimar Fraga (PSD).
Assumção tem 57 anos, é graduado no Curso de Formação de Oficiais (CFO), cursou Ciências Sociais até o 7º período, e possui especialização em Políticas Públicas Municipais, em Gerenciamento e Engenharia de Trânsito e em Segurança Pública.
Filiou-se ao PSL em março de 2018. Mas teve também passagem, além do PSB, pelo PROS, pelo PRB, pelo PMB e pelo Solidariedade. Em março deste ano foi expulso do PSL e se filiou, em abril, ao Patriota.
Também já foi diretor de Habilitação e Veículos do Detran na gestão anterior de Casagrande, em 2011. Em outubro daquele ano envolveu-se em um acidente de trânsito com um carro oficial e, dias depois, perdeu o cargo.
O oficial da reserva chegou a ficar preso por dez meses, acusado de incitar o movimento da Greve da PM de 2017. Ele se entregou após, dias antes, fugir ao receber a ordem de prisão dada por um coronel. Ele foi condenado na esfera criminal, em setembro de 2019, por "atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de utilidade pública", considerado um dos principais líderes do movimento grevista realizado pelos policiais militares em fevereiro de 2017.
Assumção recorre da decisão, e declarou que a sentença é falaciosa e que contraria o relatório do comando da PM. Segundo ele, o julgamento de processos envolvendo PMs não era da alçada da juíza que atuou no caso.
O deputado também responde por homicídio culposo na direção de veículo automotor. Ele foi indiciado pela Polícia Civil por ter se envolvido em um acidente em janeiro deste ano que resultou na morte de um motociclista, em Ecoporanga.
A pauta de Capitão Assumção na Assembleia é, principalmente, a segurança pública, mais detidamente pleitos corporativos de policiais militares. Ele é membro da Comissão de Segurança Pública da Casa.
O deputado usou a tribuna da Assembleia Legislativa, no ano passado, para oferecer R$ 10 mil a quem matasse o responsável pelo assassinato de uma jovem, de Cariacica. O caso foi levado à Corregedoria da Casa, mas foi arquivado. Também foi alvo de investigação pelo Ministério Público, ainda sem conclusão.
Ele se apresenta como defensor de Jair Bolsonaro (sem partido), participando de diversos atos em apoio ao presidente, inclusive em Brasília. Como parlamentar, é um crítico severo da esquerda e constantemente do governador Renato Casagrande (PSB), seu outrora colega de partido.
O vice dele é o também capitão da Polícia Militar Hélio Martinelli Trisão (PTB).
Nylton Rodrigues ingressou na Polícia Militar em 1988. Em 2010, no primeiro governo Casagrande, comandou o Batalhão da PM da Serra.
Durante a greve da Polícia Militar, em fevereiro de 2017, foi convocado para assumir o cargo de comandante-geral da corporação, no 4º dia da greve, a pedido do então governador Paulo Hartung, permanecendo no cargo até abril de 2018.
No período, foi o responsável por elaborar a lei que estabeleceu novas regras para promoções de policiais militares, que conferiram, em tese, um peso maior a critérios meritocráticos, além da antiguidade na tropa. A medida foi tida como a resposta imediata mais impactante à greve que tomou conta da PMES em fevereiro daquele ano.
De abril a dezembro de 2018, Nylton foi secretário estadual de Segurança Pública, ainda na administração de Paulo Hartung.
De janeiro a maio de 2019, foi Secretário de Segurança e Defesa Social da Prefeitura de Serra. Chegou a ser cotado como possível sucessor do prefeito Audifax Barcelos (Rede), mas os dois romperam. Em julho, filiou-se ao Novo. Nunca disputou eleições e participou do processo seletivo do partido para ser candidato.
Conta com aliados de Hartung, como Haroldo Corrêa Rocha, Regis Mattos e Anselmo Tozi como colaboradores de sua campanha.
A vice em sua chapa é a servidora pública Patrícia Bortolon (Novo).
Eron Domingos Souza Lima tem 57 anos, é empresário e disputa sua primeira eleição. O vice em sua chapa é o corretor de imóveis Sérgio Capovilla (PRTB).
A reportagem não conseguiu contato com o candidato ou com os dirigentes do PRTB.
O advogado Fábio Louzada, de 46 anos, fez o pedido de registro de candidatura individual à Justiça Eleitoral, tendo como vice em sua chapa o aposentado Madson Barboza, também do MDB.
O registro de Louzada é mais um capítulo de uma disputa interna travada no MDB no Espírito Santo. Sem a chancela da direção municipal do partido, que decidiu apoiar o candidato Lorenzo Pazolini (Republicanos), ele foi à Justiça Eleitoral por conta própria. Alega que colocou, em convenção partidária, o nome à disposição para disputar a prefeitura.
Atualização: em 23 de outubro a Justiça Eleitoral negou o registro de candidatura a Fabio Louzada e ao vice. Louzada recorreu para seguir fazendo campanha.
Tem 40 anos de idade e é mestre e doutorando em Planejamento Regional e Gestão de Cidades.
Foi eleito vereador de Vitória em 2008. Em 2012 e 2016 foi reeleito, sendo o mais votado do município, com base eleitoral principalmente no bairro de Jardim Camburi, o mais populoso de Vitória. Neste período, tornou-se um dos principais aliados do prefeito, Luciano Rezende (Cidadania). Foi presidente da Câmara de 2013 até o fim de 2014.
Em 2014, disputou as eleições como candidato a vice-governador na chapa de Renato Casagrande (PSB), mas os dois foram derrotados. Foi secretário de Gestão, Planejamento e Comunicação da Prefeitura de Vitória em 2017 e 2018.
No pleito de 2018 para deputado estadual, Gandini foi eleito com 20.170 votos e está em seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa. Na Casa, é presidente da Comissão de Constituição e Justiça, e membro das Comissões de Ciência e Tecnologia, de Finanças e de Meio Ambiente. É também o presidente estadual do partido Cidadania (antigo PPS).
Tem a maior aliança da eleição, com seis partidos (PSL, PDT, Avante, PSC, Podemos e Cidadania), englobando siglas de um amplo espectro ideológico. Com isso, também terá o maior tempo de propaganda no horário eleitoral na TV e no rádio.
O vice em sua chapa é o vereador de Vitória Nathan Medeiros (PSL).
Gilberto tem 63 anos, é técnico em contabilidade, historiador, professor e auditor fiscal aposentado da Receita Estadual. Disputa as eleições pela primeira vez.
É marido da ex-deputada estadual Brice Bragatto (PSOL) e atua como liderança do movimento negro, como coordenador nacional do Círculo Palmarino e ativista do Instituto Elimu (que realiza pesquisa, ensino e formação de educadores e lideranças negras), dois importantes núcleos do movimento negro no Espírito Santo.
A vice em sua chapa é a socióloga e mestre em História Munah Malek (PSOL).
Halpher é engenheiro civil de formação, especialista em logística de transportes e servidor público federal, aprovado em 1º lugar no concurso da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Nunca ocupou cargos eletivos. A filiação dele ao PL aconteceu em abril de 2020.
Já foi superintendente do DNIT no Espírito Santo em 2011, com indicação do então senador Magno Malta (PL). Em 2015, no governo Paulo Hartung, foi diretor-geral do Departamento de Estradas e Rodagens (DER-ES). Em 2016, tornou-se diretor-executivo nacional do DNIT.
Na disputa pela prefeitura, tem Magno, que é presidente estadual do PL, como principal apoiador.
A vice em sua chapa é a empresária Juliana Emanuele Prado (PL).
João Coser foi eleito prefeito de Vitória em 2004 e reeleito em 2008 em primeiro turno, permanecendo no cargo até 2012, sempre filiado ao PT. Formado em Direito, tem 64 anos. Antes disso havia sido deputado federal entre 1995 e 2002.
Foi um dos membros fundadores do diretório regional do Partido dos Trabalhadores (PT) no Espírito Santo, em 1980, ocupando a secretaria do partido até 1982.
Seu primeiro cargo eletivo foi o de deputado estadual constituinte, eleito em novembro de 1986. Em 1990, se reelegeu para a Assembleia Legislativa do Espírito Santo.
Depois que deixou a Prefeitura de Vitória, entre 2015 e 2016, foi secretário estadual de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb) no governo Paulo Hartung. Depois, deixou o cargo para voltar à presidência estadual do PT.
Disputou as eleições ao Senado em 2014, mas ficou como 3º colocado, com 338,8 mil votos. Em 2018, se candidatou a deputado federal, mas não foi eleito.
Para as eleições deste ano, foi estimulado a colocar seu nome à disposição pelo ex-presidente Lula, que é presidente nacional de honra do partido, e pela direção nacional do PT.
Ele já não preside o PT estadual, que é comandado por Jackeline Rocha, a vice na chapa na disputa pela prefeitura.
Está no primeiro mandato de deputado estadual, eleito em 2018 com 43.293 votos. É delegado de Polícia desde 2007 e foi titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Tem 38 anos de idade e também é ex-auditor de controle externo do Tribunal de Contas do Estado.
Na campanha de 2018 esteve em palanques com o então senador Magno Malta (PL). No ano passado, como deputado, concedeu a "Comenda Ordem do Mérito Domingos Martins" da Assembleia à Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que foi assessora de Magno.
Na Assembleia, é presidente da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente e de Política sobre Drogas, vice-presidente da Comissão de Educação e membro da comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos. Tem postura de oposição ao governo Casagrande nas votações.
Eleito pelo PRP, em abril deste ano filiou-se ao Republicanos, mesmo partido do presidente da Assembleia, Erick Musso, e do deputado federal Amaro Neto.
Também há aliados de Hartung com Pazolini, como o ex-deputado Lelo Coimbra (MDB).
A vice em sua chapa é a capitã da Polícia Militar Estéfane Ferreira (Republicanos).
Mazinho tem 39 anos, é advogado e disputa sua segunda eleição. Ele é vereador de Vitória desde 2017 e se apresenta, declaradamente, como candidato de oposição à atual gestão, liderada pelo prefeito Luciano Rezende (Cidadania).
É sobrinho do deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD) e, antes de entrar para a política, já militou em movimentos de jovens empreendedores. Se define como um político liberal, com olhar voltado para o mercado e em defesa da desburocratização.
Já atuou no governo do Estado em cargos comissionados nas administrações de Paulo Hartung e de Renato Casagrande. Para a campanha, conta com um time de colaboradores que já atuaram no Executivo nas gestões dos dois.
O vice em sua chapa é o administrador João Luiz Salles (PSD).
Jornalista e radialista, Namy Chequer tem 65 anos, é mestre em História Social das Relações Políticas, pela Ufes. Já apresentou programas diários na Rádio Espírito Santo e na Rádio Universitária.
Foi vereador de Vitória por cinco mandatos, sendo o primeiro em 1989 e, após alguns intervalos, ficou no Legislativo até 2016. Como parlamentar, foi presidente da Câmara municipal entre 2015 e 2016 e também líder do prefeito Luciano Rezende na Casa.
Namy se apresenta para a disputa como representante do Centro de Vitória. É filiado ao PCdoB há mais de 40 anos e esta é a primeira vez que o partido lança candidato próprio à Prefeitura da Capital. Veja o perfil completo dele aqui.
O vice em sua chapa é o servidor público Alcione Pinheiro (PCdoB).
Única mulher candidata a prefeita da Capital, Neuzinha tem 53 anos e está em seu quinto mandato como vereadora de Vitória, sendo também a única mulher na Câmara. Na Casa, preside as Comissões de Acessibilidade, Defesa e Promoção dos Direitos das Mulheres e Direitos Humanos. É formada em Administração e pós-graduada em Administração Pública.
Iniciou a vida política como presidente da Associação de Moradores do Bairro Consolação, região na qual ainda atua como liderança. Foi eleita no ano 2000 como a vereadora mais bem votada no Espírito Santo.
É também a 1ª tesoureira do PDSB Mulher Nacional e presidente municipal do PSDB de Vitória. Apresentou sua pré-candidatura com o apoio do grupo do presidente estadual da sigla, Vandinho Leite (PSDB), e do ex-governador César Colnago (PSDB). Foi aprovada na convenção e assumiu a chapa do partido, que também era cobiçada pelo ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas.
O vice na chapa é o supervisor de vendas Anderson Alexandre de Paula Theodoro (PSDB).
Natural de Vitória, Raphael Furtado tem 47 anos e é doutor em Física e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) no Campus de São Mateus, na região Norte do Estado.
Participou da fundação do PSTU no Estado, em 1994, e há mais de 20 anos milita no partido. Já foi candidato a senador em 2014 e a vice-governador, em 2006, na chapa do Professor Daniel Barboza (PSOL).
A vice em sua chapa é a estudante Laís Carvalho de Souza (PRTB).
Sérgio Sá tem 43 anos, é engenheiro civil e vice-prefeito de Vitória. Após ter sido eleito junto com o prefeito Luciano Rezende (Cidadania), os dois romperam a aliança no final do ano passado. Hoje Sá faz parte da gestão municipal, mas não é o candidato apoiado por Luciano.
É filho do deputado estadual José Esmeraldo (MDB) e filiado ao partido do governador Renato Casagrande (PSB).
Começou a trabalhar no setor público aos 20 anos, com passagens pelo Tribunal de Contas do Estado e pela Assembleia Legislativa.
Em 2005, tornou-se secretário de Habitação de Vitória, na gestão de João Coser. Foi eleito vereador da Capital em 2008, mas em 2009 retornou ao comando da pasta de Habitação. Em 2017, tornou-se também secretário municipal de Obras e ficou no cargo até este ano. Foi exonerado da pasta após ter assinado o livro de pré-candidaturas do PSB.
Sá disputou uma prévia do PSB com o deputado estadual Sergio Majeski para ser candidato pela sigla e conquistou os votos dos filiados em Vitória, mas não sem ouvir críticas ao processo de escolha.
A convenção que sacramentou o lançamento da candidatura de Sá contou com a exibição de um vídeo de Casagrande, mas não com declaração de apoio explícito do governador, que também tem outros aliados na disputa.
Para a eleição, formou coligação com Rede, PP, PROS e PMB. A vice em sua chapa é a professora Laís Garcia (Rede).
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