Na primeira agenda pública após ser diagnosticado com o novo coronavírus, o governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que, provavelmente, a contaminação ocorreu no hospital em que a primeira-dama, Maria Virgínia Casagrande, foi internada após sofrer um pequeno acidente vascular cerebral (AVC). Maria Virgínia passou a apresentar sintomas de Covid-19 após a alta médica. O governador também contraiu a doença. O próprio Casagrande reconhece, no entanto, que não há certeza sobre o local da contaminação.
Durante uma cerimônia por videoconferência para entrega de equipamentos para a Prefeitura de Castelo, enquanto explicava o motivo de fazer o repasse virtualmente, o governador também defendeu a manutenção do isolamento social e criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que, segundo ele, politiza a questão.
"Eu, hoje, estou doente, por uma questão de contaminação no hospital onde minha esposa foi internada. É o mais provável, não podemos dar certeza porque o vírus está em todo lugar, mas é uma possibilidade", disse. O governador afirmou que, de fato, pode dizer que o vírus causa uma mudança na vida de quem é infectado. "Vamos precisar ficar isolados, no mínimo, por 14 dias."
A Rede Meridional, que administra o Hospital Meridional de Cariacica, onde a primeira-dama ficou internada após o AVC, informou por nota que opera com os protocolos estritos dentro de suas unidades. Aqueles que possuem suspeita de Covid-19 entram por lugar diferenciado e são atendidos em áreas isoladas.
Complementou ainda que, como a pandemia do novo coronavírus está em fase de transmissão comunitária, não é possível determinar onde um paciente contraiu a doença.
A assessoria do governador informou, nesta segunda (25), que não há como afirmar o que ocorreu primeiro, no caso da primeira-dama: o AVC ou a contaminação pelo coronavírus.
Ao final da solenidade, Casagrande disse estar se sentindo melhor, com sintomas mais amenos. "Devo estar no meu quinto dia de sintomas, embora o contágio possa ter sido antes", disse. O governador disse que ainda está com febre e dores no corpo, mas que no final de semana os sintomas eram mais intensos.
Casagrande afirmou que tem, como gestor, uma tarefa de manter o distanciamento social e lamentou que não exista uma coesão entre as ações estaduais e o posicionamento do governo federal: "Bolsonaro politizou esse tema e isso dificulta muito nosso trabalho. Se tivesse uma coordenação nacional o trabalho seria mais leve pra todo mundo. Mas enquanto a gente segue recomendações técnicas, o Bolsonaro vai para manifestações".
O governador tem feito críticas constantes ao presidente durante a pandemia. Em março, após um pronunciamento de Bolsonaro que falava no retorno às atividades normais para evitar um maior impacto na economia, Casagrande afirmou que a fala era irresponsável e que não era momento de relaxar o isolamento.
Na mesma ocasião, o gestor chegou a dizer que "não temos uma liderança no país que possa coordenar um trabalho de saúde". Em maio, após enfermeiros e jornalistas serem agredidos por grupos bolsonaristas, o governador usou suas redes para dizer que as atitudes de Bolsonaro sinalizavam intolerância.
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