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Críticas à atual gestão marcam debate de candidatos à Prefeitura de Vitória

Críticas à atual gestão marcam debate de candidatos à Prefeitura de Vitória

No encontro promovido por A Gazeta e CBN Vitória, os seis concorrentes estiveram presentes e apresentaram propostas para administrar o município

Publicado em 20 de setembro de 2024 às 15:23- Atualizado há 6 dias

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No primeiro debate promovido por A Gazeta e CBN Vitória nas Eleições 2024, na manhã desta sexta-feira (20), os seis candidatos à Prefeitura de Vitória estiveram presentes e apresentaram propostas para diferentes áreas. A atual gestão foi o foco em muitos momentos, com críticas dos adversários. Educação, segurança, pó preto, saúde e o projeto de asfaltamento na Capital estiveram entre os temas discutidos. Reveja o vídeo

O primeiro bloco foi de temas livres e cada candidato podia fazer uma pergunta, com direito a uma resposta. No seguinte, foram sorteados os assuntos. No terceiro, as perguntas foram conduzidas por jornalistas de A Gazeta. Para o quarto e último bloco, novamente tema livre nas perguntas e as considerações finais. A ordem de apresentação dos candidatos foi definida em sorteio.

O enfrentamento começou com o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) direcionando a pergunta para o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), que tenta a reeleição, questionando sobre a igualdade no município, marca da campanha do atual gestor. O tucano usou como exemplo o desempenho das escolas das periferias que, segundo afirma, têm indicadores ruins em comparação com as unidades das regiões mais ricas da cidade. 

Pazolini fez apontamentos sobre a sua administração na área da educação, valorizando o avanço obtido no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Luiz Paulo usou a réplica para observar que o prefeito não respondeu especificamente sobre a desigualdade entre regiões e aproveitou para reforçar a ideia de retomada do Projeto Terra, iniciativa que desenvolveu durante seus dois mandatos na Prefeitura de Vitória, com investimentos na infraestrutura das comunidades mais carentes. 

Na sequência, foi a vez do deputado estadual e ex-prefeito João Coser (PT) fazer pergunta para o deputado estadual Assumção (PL) sobre gestão e corrupção, mencionando que a administração de Pazolini teria feito em torno de R$ 500 milhões de contratos sem licitação. Ao responder, o parlamentar mencionou um pedido de investigação — encaminhado por ele ao Ministério Público e à Polícia Federal — relacionado a um secretário de Vitória, contra o qual recaem suspeitas de desvio de conduta no serviço público. 

Coser, em seguida, ressaltou que o contrato sem licitação poderia ter sido feito para reativar o restaurante popular, atendendo à população mais vulnerável, em vez dos serviços realizados. Ele também criticou o gasto excessivo no projeto de asfaltamento em Vitória, cujos recursos poderiam, em sua opinião, ter sido destinados a outras finalidades. 

Gestão democrática

Então, foi a vez da deputada estadual Camila Valadão (Psol) perguntar e ela optou por Coser ao tratar da gestão democrática. A parlamentar acusou o atual prefeito de autoritarismo, de ter enfraquecido conselhos municipais e não discutir o orçamento público. O petista ratificou as considerações da colega de Legislativo e voltou a falar sobre o uso do dinheiro da prefeitura sem debate com a comunidade. Para ele, a população iria preferir investimentos em áreas diferentes do aporte feito no recapeamento asfáltico. 

Na réplica, para reforçar a ideia de autoritarismo, Camila lembrou do episódio em que a vice-prefeita Capitã Estéfane (Podemos) teve o microfone tomado de sua mão pelo prefeito, em um evento da administração municipal. 

Assumção retomou a palavra para fazer uma pergunta ao candidato Du (Avante). O deputado insistiu na pauta da corrupção e questionou o adversário na corrida eleitoral sobre como se comportaria, caso fosse prefeito e um secretário fosse acusado. Du afirmou que essa seria uma situação inadmissível e que iria exonerar qualquer subordinado em cargo público contra quem houvesse denúncia. 

O candidato do PL destacou que há cinco princípios constitucionais que regem a administração pública, entre os quais o da moralidade, o que obrigaria, segundo Assumção, o atual prefeito a afastar o secretário apontado em acusações de fraude. 

Na vez de Pazolini, ele perguntou a Camila sobre suas propostas para dinamizar a economia do município e atender as famílias mais vulneráveis. A candidata do Psol ressaltou que é assistente social e que tem sua vida pensada para políticas que possam amparar, particularmente, as pessoas que mais necessitam dos serviços públicos. Ela pontuou o plano de governo, dividido em três eixos, um dos quais trata de oportunidades para acabar com as desigualdades, contemplando formação e qualificação para o trabalho. 

Pazolini aproveitou a réplica para contestar a acusação de autoritarismo na gestão, afirmando que promove reuniões com líderes comunitários toda semana, e também para evidenciar pontos que considera positivos em sua administração, como o fato de ser a terceira cidade mais competitiva do Brasil e os diversos investimentos realizados para atrair negócios e gerar emprego. 

Por fim, Du questionou Luiz Paulo sobre a área de segurança pública. O candidato do PSDB sustenta que essa é uma área que a administração municipal não pode enfrentar sozinha e é preciso parceria com as demais instâncias de governo — estadual e federal — mas que essa integração não estaria acontecendo na atual gestão. Luiz Paulo lembrou que foi ele quem criou a Guarda Municipal que hoje, na sua opinião, compete com a Polícia Militar em vez de atuarem de maneira colaborativa.

O candidato do Avante concordou com a necessidade de integração e disse, ainda, que é preciso treinamento e ampliação do efetivo da Guarda Municipal para o enfrentamento dos problemas de segurança em Vitória. 

Antes do encerramento do bloco, Pazolini teve mais um minuto para falar, ao ter um pedido de direito de resposta concedido pela coordenação do debate, após as manifestações de Assumção. O candidato do PL se referiu ao prefeito de maneira jocosa e fez acusações de corrupção. Pazolini ressaltou que Vitória foi considerada a Capital mais transparente do país, pela organização Transparência Internacional, e que, até o momento, todas as contas da sua administração foram aprovadas pelos órgãos de controle. O prefeito também se referiu às acusações contra seu secretário como fake news

Propostas

Nos blocos seguintes, os candidatos destacaram propostas que pretendem implementar, caso sejam eleitos, e também apontaram desafios enfrentados em Vitória. Pazolini, por sua vez, usava seu tempo no debate para ressaltar os feitos da administração. 

Um dos problemas apontados por mais de um adversário, a falta de diálogo com os governos estadual e federal, que compromete a realização de investimentos e o desenvolvimento de projetos na Capital, foi retrucado pelo prefeito, também mais de uma vez. Ele não negou o seu distanciamento das demais esferas de poder, mas, ao ser criticado por não conseguir atrair recursos federais para a construção de uma UPA, Pazolini afirmou que a administração vai erguer uma unidade municipal. 

Entre outros projetos, Assumção planeja melhorar o atendimento das unidades de saúde com a implementação de minilaboratórios para a realização de exames. Camila falou sobre a retomada da proposta de monitoramento da qualidade do ar, minimizando os efeitos do pó preto. Coser sugere desenvolvimento econômico com investimento em ciência, tecnologia e turismo. Du pretende criar uma secretaria de gestão de riscos e desastres ambientais. Luiz Paulo quer restaurar as atividades econômica e social do Centro de Vitória e Pazolini tem planos para obras de macrodrenagem na região de Jucutuquara. 

Os candidatos encerraram o debate com suas considerações sobre gestão, reafirmando propostas e pedindo votos. 

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