De fora, parece que é grande. Por dentro, é maior ainda. O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, constatou que a sede da estatal em Vitória é bonita, mas também muito cara. Nesta semana, o dirigente revelou que o prédio, inaugurado em 2012, custa R$ 176 milhões por ano. Mas gastos e peculiaridades da estrutura levantam polêmicas desde que ela foi projetada a capital capixaba.
A começar pela curva que ela impôs à via notabilizada por ser uma reta. A avenida Nossa Senhora da Penha, a nossa Reta da Penha, ganhou uma sinuosidade para facilitar o acesso e a saída do prédio.
De cima, é possível ter ideia sobre a dimensão da estrutura:
VIDRAÇAS BELGAS
As vidraças esverdeadas que captam os primeiros olhares de quem mira o prédio também foram motivo de uma longa polêmica. A Petrobras comprou os vidros da Bélgica ao custo aproximado de R$ 12 milhões. A importação abriu uma briga com fabricantes nacionais, interessadas em fazer a estatal comprar o material por aqui.
À época, a Petrobras disse não ter encontrado o vidro que pretendia no mercado nacional. A indústria brasileira protestou e disse que sempre foi interesse da estatal comprar o produto importado, tanto é que o edital dava como referência um produto de fabricação belga.
PERSIANAS ITALIANAS
Para combinar com os vidros vindos da Bélgica, persianas italianas foram encomendadas. Elas têm a tecnologia de fecharem-se automaticamente.
Estimavam-se 90 mil metros quadrados de vidro. Para efeito de comparação, o Parque Chácara Paraíso, construído no Barro Vermelho como contrapartida da Petrobras por conta da instalação da megaestrutura no bairro, foi erguido em área de 15 mil metros quadrados.
GASTO
O gasto para tirar o prédio do chão é um capítulo à parte na história da sede da Petrobras. O Tribunal de Contas da União (TCU) fez as contas. Quando a estrutura era apenas um plano, a estatal previa gastar R$ 90 milhões. Quando a licitação foi lançada, o preço foi de R$ 436,6 milhões. Só que a obra foi contratada por R$ 486,1 milhões. Após vários aditivos, o preço final foi R$ 567,4 milhões. Ou seja, 6,3 vezes mais que o inicial. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) investiga cartel na obra da sede da Petrobras em Vitória.
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