A disputa eleitoral deste ano no Espírito Santo conta com candidatos de 18 a 89 anos. Tanto o postulante mais novo quanto o mais velho buscam ocupar uma vaga nas Câmaras de Vereadores de seus municípios. Já a briga por prefeituras capixabas tem concorrentes de 24 a 86 anos, sendo que a idade mínima para disputar o cargo é 21 anos.
O levantamento feito pela A Gazeta considerou os registros de candidaturas deferidos e aqueles que ainda aguardavam julgamento até o dia 29 de agosto.
Dos 9.662 candidatos desta lista, 1.604 têm entre 45 e 49 anos. É a faixa etária mais numerosa do Estado, seguida por aquela que engloba os concorrentes de 50 a 54 anos, que somam 1.474. Os que têm entre 40 e 44 anos são 1.462.
Filiado ao PP, Caio Drapal é o candidato mais jovem do Estado e pretende se eleger vereador de Alto Rio Novo. Nascido em 2006, o estudante de Direito perdeu o pai aos 11 anos no Rio de Janeiro e desde que se mudou para o município capixaba, aos 12, passou a fazer trabalhos sociais.
“Vejo que a idade não é empecilho para ajudar de forma mais efetiva a minha cidade”, declara o concorrente de 18 anos. “Os sonhos e projetos são muitos, só preciso da primeira oportunidade para representar muito bem os cidadãos na Câmara Municipal. Quero fazer da nossa cidade uma referência para cidades menores e mostrar que é possível sim fazer a diferença”.
Outros quatro jovens buscam iniciar a carreira política com a mesma idade que Drapal. Inclusive, no mesmo município, Fábio Emanuel também busca se eleger vereador, pelo Podemos. Em Vitória, Maria Tereza (PDT) quer assumir o cargo; em Anchieta, Matheus Sabino (PL); e na Serra, Jhon Wilians (PP).
Ocupando o outro extremo da faixa etária está Nelson Alves (PRD), candidato a vereador de Itaguaçu. O concorrente é ex-vereador, ex-prefeito e o mais velho a disputar o pleito: completa 90 anos em março de 2025.
Há mais de 30 anos sem participar de uma eleição, Nelson afirma que decidiu se candidatar novamente porque a cidade está sendo sacrificada pelos vereadores atuais. “Os vereadores estão só arrumando problemas para o município”.
“Eu acho que a função do vereador é fiscalizar a aplicação dos recursos e ajudar o prefeito a conseguir mais recursos, principalmente nos municípios que não têm uma arrecadação grande e dependem muito de recursos estaduais e federais”, declara o candidato.
Para mudar a situação de sua cidade natal, Nelson ainda acredita que é preciso experiência e, por isso, não pensa em descansar, apesar da idade avançada. “Eu tenho experiência e por esse motivo achei que deveria entrar (na disputa). Eu gosto da política, inclusive estou até andando para o interior (para fazer campanha), fazendo visitas às casas das pessoas. Isso para mim serve até de lazer”.
Entre os mais velhos também estão os candidatos a vereador de Mucurici Jovinha (PDT), que tem 86 anos, assim como Dr. Adail (PDT), que busca a vaga em Cachoeiro de Itapemirim. Já Doutor Hércules (PP) quer a vereança em Vila Velha aos 85 anos de idade.
As idades mínima e máxima dos candidatos às prefeituras capixabas também têm, pelo menos, seis décadas de intervalo entre elas. Na faixa etária mais avançada - de 85 a 89 anos - estão João Paganini (Podemos), que completa 85 anos quatro dias antes do pleito e pretende comandar Iconha, e Ferraço (PP), 86, que vai tentar o quinto mandato à frente da Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim.
A mais nova a disputar o cargo é Mônica Ziviani, do PL. Aos 24 anos, ela disputa o comando de Vila Pavão, no Noroeste do Espírito Santo. A estudante de Gestão Pública afirma que vê a necessidade de pessoas honestas e competentes na política, independente da idade.
“Eu comecei a trabalhar bem jovem, a entender o valor do trabalho, a conhecer as pessoas e ver as necessidades da comunidade e eu creio que a idade não define a nossa capacidade nem a nossa maturidade”, diz a candidata, que também é pequena produtora agrícola e já concorreu a uma vaga na Assembleia Legislativa em 2022, quando tinha 22 anos.
Já o ex-prefeito Theodorico Ferraço completa 87 anos em novembro deste ano, mas diz que nunca se sentiu melhor: “na minha idade eu me sinto uma criança”.
“Em matéria de cabeça, de experiência, eu estou muito preparado para servir a Cachoeiro pela quinta vez. Carrego comigo o vice, Júnior Corrêa (Novo), que tem 27 anos, e o morro que eu não puder subir, ele vai subir”, declara Ferraço. Para ele, os anos a mais ainda são importantes para que os erros cometidos no passado não voltem a se repetir.
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