A Serra será o único município do Espírito Santo em que a disputa pelo comando da prefeitura só será decidida no segundo turno de votação, marcado para o dia 27 deste mês. Weverson Meireles (PDT), ex-secretário de Estado de Turismo, e o deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos) disputam o voto dos eleitores para confirmar a vitória nas urnas.
Para fortalecer a relação com o eleitorado que os escolheu no primeiro turno, bem como para conquistar o voto de quem optou por outros candidatos, as campanhas dos dois postulantes ao cargo de prefeito da Serra apostam em estratégias que vão de caminhadas por bairros da cidade a busca por apoio de pastores em igrejas evangélicas, conforme informaram suas respectivas equipes.
A equipe de Weverson Meireles, que terminou o primeiro turno na liderança da disputa, com 39,66% (97.087) dos votos válidos, frisa que a estratégia central do candidato será a visita aos bairros em que não conseguiu ir durante a campanha visando à primeira fase de votação.
"O ponto central da estratégia para o segundo turno são as caminhadas. A Serra é muito grande e ainda não deu para estar em todos os lugares. A campanha está recebendo muitas adesões e o candidato faz questão de receber pessoalmente cada nova liderança que chega", destaca a equipe do pedetista.
Já a coordenação de campanha de Muribeca, que conquistou 25,20% (61.690) dos votos válidos no primeiro turno, ressalta a busca pela proximidade com o eleitorado e a intensificação das conversas e articulações com lideranças da cidade, entre elas pastores de igrejas evangélicas.
"Manteremos o mesmo ritmo do primeiro turno. Muita caminhada, olho no olho, e proximidade com o povo. Acredito que a política verdadeira é construída nas ruas, ouvindo e conhecendo as reais necessidades da população. Estamos recebendo apoios importantes de lideranças, pastores, e de pessoas que não estiveram conosco no primeiro turno, mas que agora caminham juntos", pontua a campanha do Republicanos.
Para Lucas Margotto, consultor político e especialista em marketing eleitoral, o principal desafio dos dois candidatos que hoje disputam o segundo turno na Serra será conquistar o voto dos 86 mil eleitores que escolheram candidatos que saíram derrotados do pleito, entre eles o ex-prefeito Audifax Barcelos (PP), que governou a cidade em três oportunidades. Audifax saiu da disputa em terceiro lugar, com 23,96% (58.643) dos votos válidos, apesar de ter liderado todas as pesquisas de intenção de voto realizadas na cidade.
Vale salientar que o especialista considerou apenas os votos válidos — que excluem brancos e nulos — na conta dos votos que os concorrentes irão disputar, em sua afirmativa. Se contarmos os brancos e nulos que foram computados nas urnas, no primeiro turno, mais 19.402 eleitores entram nessa matemática, elevando a disputa no segundo turno para o patamar dos 105 mil votos.
Margotto ainda aponta como desafio para os candidatos a mobilização de quase 100 mil eleitores da Serra que deixaram de ir às urnas no primeiro turno de votação.
"Mas ambos têm ainda o desafio de mobilizar os mais de 98.000 eleitores serranos (27,1% dos aptos a votar) que deixaram de comparecer às urnas no 1º turno de 2024. A abstenção é um fenômeno que pode alterar o resultado 'previsto' de uma eleição. Por isso, fica a pergunta: quantos deixarão de comparecer às sessões eleitorais? Mesmo que o voto seja obrigatório para maiores de 18 e menores de 70 anos, é de se esperar que a taxa de abstenção seja mais alta no 2º turno", avalia Margotto.
Por isso, o consultor político considera que a melhor estratégia a ser adotada pelos dois candidatos passa principalmente pela geração de mais confiança junto ao eleitorado.
"Cabe igualmente aos dois concorrentes gerar, cada um a seu modo, mais confiança nos moradores, e mais esperança de que o futuro da Serra pode ser melhor, a depender da escolha que a maioria desses eleitores vai fazer. Entendo que a prioridade de ambos os candidatos — novamente, cada um a seu modo de pensar a gestão — seria apresentar soluções realistas para temas e políticas públicas que realmente importam na vida dos serranos, como a Saúde, a Educação, a Segurança e a ocupação dos espaços urbanos", conclui.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta