Após terem feito da política uma carreira durante boa parte de vida, em alguns casos há quase três décadas, os quatro prefeitos das maiores cidades da Grande Vitória deixam o Executivo em 2020.
Três deles Luciano Rezende (Cidadania), na Capital, Audifax Barcelos (Rede), na Serra, e Juninho (Cidadania), em Cariacica, encerram um ciclo de oito anos consecutivos à frente das respectivas prefeituras e, por isso, não poderiam disputar um novo mandato. O único que tinha condições de se reeleger era Max Filho (PSDB), que acabou derrotado em Vila Velha.
Sem mandatos em 2021, os atuais prefeitos de Vitória, Serra, Vila Velha e Cariacica afirmam que vão voltar a exercer as profissões das quais se licenciaram para ocupar cargos eletivos. A atividade política, contudo, não deve ser deixada de lado.
Nos bastidores, a expectativa é que a maioria deles cultive o capital político construído ao longo dos anos e se lance candidato em 2022. Confira os planos de cada um dos prefeitos da Grande Vitória.
Luciano Rezende é médico, mas passou os últimos 25 anos na atividade política. Foi vereador durante quatro mandatos de 1995 a 2008 secretário municipal de Saúde e, antes de se tornar prefeito, ocupou uma cadeira na Assembleia Legislativa como deputado estadual (2010-2012).
O prefeito não conseguiu fazer seu sucessor na Prefeitura de Vitória este ano o candidato da situação, o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), ficou para trás ainda no primeiro turno.
Apesar da derrota eleitoral do grupo de Luciano, ele é um aliado do governador Renato Casagrande (PSB). Há quem o cogite como um possível sucessor do socialista no governo do Estado, mas a maior aposta é que ele venha como candidato a uma vaga no Senado ou na Câmara dos Deputados nas próximas eleições.
O prefeito afirma que vai se afastar por um tempo da política, retomando as atividades como médico e atuando como professor universitário.
Em seu terceiro mandato à frente da Prefeitura da Serra, os dois últimos sendo consecutivos, Audifax Barcelos deixa o cargo eletivo, mas vai continuar atuando na política. O prefeito não pretende desperdiçar o capital construído ao longo de sua trajetória de quase vinte anos de vida pública.
"Ainda não passa pela minha cabeça abandonar a política", afirma.
O redista iniciou na política nos anos 2000, como secretário de Sergio Vidigal (PDT), hoje seu adversário político e para quem ele passa o cargo de chefe do Executivo em 2021. Audifax também tentou fazer um sucessor na cidade, o vereador Fabio Duarte (Rede). Fabio até foi para o segundo turno, mas foi derrotado.
Com apoio de Vidigal, Audifax disputou pela primeira vez a eleição para prefeito da Serra em 2004 e foi eleito. Logo depois, os dois romperam e passaram a se revezar no comando da cidade, enfrentando-se em outros pleitos.
Antes de se eleger novamente para prefeito, em 2012, Audifax passou pela Assembleia Legislativa, como deputado estadual, e também pela Câmara dos Deputados, onde ficou por dois anos até voltar a comandar a Serra.
O atual prefeito diz que pretende descansar neste período inicial e voltar a atuar como economista, auxiliando alguns políticos, inclusive. Ele não descarta concorrer em 2022 e diz que o nome está disponível ao partido.
Ainda é cedo para falar na próxima eleição, mas posso vir candidato sim. Vou me reunir com a Rede e discutir o que é melhor", afirma. Audifax diz que pode concorrer tanto para governador quando para o Senado.
Entre todos os atuais prefeitos da Grande Vitória, Max Filho é o que está há mais tempo na política. Filho do ex-governador Max Mauro, o prefeito iniciou na vida pública em 1988, quando foi eleito vereador de Vila Velha aos 20 anos.
Desde então, Max traçou uma carreira na política, disputando 10 eleições até hoje. O tucano só não disputou o pleito de 2008, quando encerrava seu segundo mandato consecutivo como prefeito de Vila Velha. Ele não teve, contudo, a mesma sorte no pleito deste ano. O prefeito foi derrotado por Arnaldinho Borgo (Podemos) e não conseguiu se reeleger.
Apesar de ser servidor concursado do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES), Max está licenciado do cargo já algum tempo, visto que ocupou, durante a maior parte da vida, um cargo eletivo. Ele também já foi deputado estadual e federal. O tucano afirma, contudo, que vai voltar a atuar no órgão a partir do ano que vem.
O prefeito desconversa ao falar sobre as eleições de 2022. "Ainda é cedo demais para pensar nisso. Quero terminar meu mandato e voltar a cumprir minha função no TRT", afirma. Apesar disso, ele é cotado para ser candidato a uma vaga no Congresso em 2022.
Após dois mandatos como prefeito, Juninho deixa a Prefeitura de Cariacica e pretende se dedicar aos estudos. Entre os planos está iniciar um doutorado na área esportiva, em que tem formação, e viver em um país de língua inglesa.
Entre os atuais prefeitos, Juninho é o que tem a atividade política mais recente. Começou como vice-prefeito, na gestão de Helder Salomão (PT), entre 2009 e 2012, e tentou uma vaga na Câmara dos Deputados em 2010, mas não se elegeu. Em 2012, lançou a candidatura a prefeito e foi eleito para o primeiro dos seus dois mandatos.
Até entrar na política, Juninho era conhecido por ser jogador de futebol da Desportiva Ferroviária, de Cariacica. Formou-se na área de Educação Física, em que atuou por algum tempo e para onde pretende voltar. O prefeito fez mestrado durante seu último mandato e agora vai ingressar em um doutorado.
"Vou participar de processos seletivos na área de políticas sociais ou públicas, nessa área de educação física, do esporte. Pretendo fazer o doutorado aqui no Estado mesmo. Também estou já com planejamento bem adiantado para fazer uma imersão em uma cidade de língua inglesa e ter fluência no idioma", comentou.
De acordo com com ele, os planos políticos só voltam à cena no fim do ano que vem. "Ainda não comecei a pensar nisso porque quero focar na minha vida pessoal. Em relação a 2022, só mais para o fim de 2021 que eu devo decidir algo", afirma.
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