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Debate com candidatos de Cachoeiro tem críticas a Ferraço e ao atual prefeito

Debate com candidatos de Cachoeiro tem críticas a Ferraço e ao atual prefeito

Deputado do PP faltou ao debate e foi alvo de perguntas dos concorrentes que compareceram ao encontro realizado pela TV Gazeta

Publicado em 29 de setembro de 2024 às 02:50

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Equipe da TV Gazeta nos preparativos para os debates
Equipe da TV Gazeta nos preparativos para os debates . (Vitor Jubini )

0 debate entre os candidatos à Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, realizado pela Rede Gazeta entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, foi marcado por críticas à ausência do deputado Theodorico Ferraço (PP) e por questionamentos à gestão do atual prefeito da cidade, Victor Coelho (PSB). O embate também teve espaço para que os candidatos apresentassem suas propostas para a cidade. 

Conforme prevê a Lei das Eleições, foram convidados para o debate os candidatos de partidos ou federações que têm representação no Congresso Nacional. Ferraço faltou ao debate e enviou uma carta à direção da emissora às 19h. No documento, agradece ao convite, mas alega que o formato do debate tem sido desvirtuado, em função da "conduta de alguns candidatos, que já foram inclusive formalmente advertidos pela justiça por ataques" contra ele.

Com a ausência do ex-prefeito e atual deputado estadual, estiveram presentes Carlos Casteglione (PT), também ex-chefe do Executivo de Cachoeiro, Diego Libardi (Republicanos), Léo Camargo (PL) e Lorena Vasques (PSB). 

Logo após terem sido informados sobre as regras do debate, conduzido pela jornalista e apresentadora do Boa Noite Espírito Santo, Daniela Abreu, os candidatos deram início à primeira rodada de perguntas entre si, com tema livre. A ex-secretária de Obras Lorena Vasques foi a primeira perguntar. Ela direcionou sua pergunta a Ferraço, que mesmo ausente, podia ser indagado pelos demais candidatos.

Ao direcionar seu questionamento ao candidato do PP, olhando para o lugar que seria destinado a ele, a candidata socialista disse esperar que ele cumpra com seu compromisso com a cidade, se for eleito. "Candidato, espero que o senhor não terceirize seu mandato, caso eleito, deixando o comando da cidade nas mãos do seu vice", disse Lorena. Ela ainda criticou o fato de o parlamentar ter faltado ao debate. "Não se pode fugir do combate".

Em seguida, Lorena direcionou suas perguntas ao candidato Diego Libardi (Republicanos), momento em que chamou o advogado de inimigo do governador.

Na réplica, Libardi rebateu, afirmando que, apesar de não concordar com o posicionamento político-partidário do chefe do Executivo estadual, não deixará de manter o diálogo com ele visando a melhorias para a cidade, em caso de uma eventual vitória nas urnas. Ele dirigiu críticas à atual gestão municipal, afirmando que a administração não respeita o andamento das obras da cidade.

Em seguida, foi a vez de Léo Camargo fazer perguntas a Lorena. O vereador perguntou ao candidato como ele fará para, em caso de vitória nas eleições, cumprir a promessa de conceder incentivos fiscais aos comerciantes da cidade, uma vez que, segundo ele, a economia da cidade tem decrescido.

Lorena rebateu, afirmando que Léo Camargo não conhecia os dados econômicos da cidade e que faltava a ele entendimento aprofundado do tema. Em seguida, o candidato do PL e Casteglione fizeram perguntas entre si. Ambos falaram, principalmente, sobre suas propostas de governo para o meio ambiente.

Candidatos a prefeito de Cachoeiro se preparam para debate da TV Gazeta(Fernando Madeira)

O segundo bloco foi dedicado a temas definidos em sorteio, e começou com Libardi perguntando a Lorena sobre investimentos em saúde. Ela fez menção a realizações da atual gestão, como um Pronto Atendimento (PA) Infantil, reformas e construções de unidades básicas. A candidata da situação garantiu que vai dar prosseguimento aos aportes financeiros na área e tem em seu plano de governo a implementação de um centro de especialidades médicas.

Na réplica, Libardi ressaltou a necessidade de investimento em tecnologia para garantir à população melhor atendimento, por exemplo, nos serviços de marcação de consulta e exames.

Na sequência, Casteglione direcionou sua pergunta sobre arborização para o candidato do Republicanos, lembrando que, na época em que foi prefeito de Cachoeiro, milhares de árvores foram plantadas. Libardi iniciou sua resposta ironizando uma antiga obra de Ferraço — uma torre que faz chover — dizendo que, para amenizar o calor, é preciso, sim, uma política de arborização, e não aquele tipo de equipamento. Além disso, defendeu a recuperação de nascentes e estratégias como o IPTU verde para produtores que adotarem práticas sustentáveis.

Casteglione ainda falou que a população também deve ser estimulada a plantar árvores, entre outras medidas, com políticas de incentivo da prefeitura.

Para Lorena, foi sorteado o tema violência urbana e ela questionou Léo Camargo como pretende melhorar a segurança pública do município, que depende de recursos estaduais e federais, se é de um partido que não tem diálogo com as duas instâncias de governo. O candidato do PL ressaltou que, caso seja eleito, a sua administração será de tolerância zero para a criminalidade e garantiu que vai, sim, manter diálogo, acrescentando que é obrigação do Estado investir em Cachoeiro, independentemente de quem estiver na prefeitura.

A candidata do PSB aproveitou a réplica para destacar realizações da atual gestão, como o armamento da guarda municipal e a ampliação dos serviços de videomonitoramento, e prometeu aumentar o efetivo do grupamento e melhorias na iluminação pública.

Então, foi a vez de Léo Camargo fazer a pergunta e a direcionou para Casteglione. O tema sorteado foi a seca e o candidato do PL quis saber quais são os planos do adversário para conter o problema no município. O petista reafirmou seu projeto de recuperação de nascentes de rios e a retomada da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que deixou de existir. Também prometeu a instituição da política de tarifa zero no transporte público, para estimular o uso do serviço. Léo Camargo, na réplica, falou da importância de a administração ter estrutura para enfrentar a situação, que afeta, particularmente, os produtores da cidade.

Léo Camargo, na réplica, falou da importância de a administração ter estrutura para enfrentar a situação, que afeta, particularmente, os produtores da cidade.

Equipe da TV Gazeta nos preparativos para os debates (Vitor Jubini )

O terceiro bloco do debate com os candidatos na disputa majoritária em Cachoeiro de Itapemirim elevou a temperatura entre os candidatos. Ao responder a perguntas com temas pré-definidos, os candidatos não se furtaram a direcionar ataques e ironizar seus adversários no pleito.

Responsável por abrir o terceiro bloco do encontro, Lorena questionou Libardi sobre sua relação política com os deputados estaduais Allan Ferreira (Podemos) e Bruno Resende (União), apoiadores da candidatura do Republicanos em Cachoeiro, apesar de atualmente comporem a base aliada do governo do Estado. 

Lorena indagou a Libardi se, em caso de derrota nas urnas, ele manteria relações políticas com os dois parlamentares. A candidata socialista alegou que o advogado seria conhecido por sua "infidelidade política". "O candidato não firma relação com nenhum grupo político", disse. 

Na réplica, Libardi respondeu não estar preocupado com grupos políticos. "Minhas opiniões políticas não estarão à frente das melhorias para a cidade", rebateu o candidato. 

Na sequência, foi a vez de Libardi perguntar ao candidato Léo Camargo sobre suas propostas para combater a violência contra as mulheres. Ao responder, o vereador do PL disse que pretende cuidar pessoalmente das políticas voltadas ao enfrentamento da violência doméstica. Quando tentou detalhar suas propostas, o candidato demonstrou embaraço e chegou a afirmar que "mulheres são frágeis e não conseguem se defender".

Na última rodada de perguntas do terceiro bloco, Casteglione questionou a Léo Camargo sobre mobilidade urbana. O candidato do PL respondeu dizendo que, desde a gestão do petista, que já governou a cidade por duas oportunidades, a cidade não tem investimentos em melhorias no trânsito e na mobilidade.

O terceiro bloco foi encerrado com Léo Camargo perguntando a Lorena sobre valorização dos servidores públicos do município. A candidata do PSB disse que pretende investir na atualização da tabela remuneratória e que, se eleita, todos os trabalhadores da rede municipal terão tíquete-alimentação de R$ 1 mil.

No último bloco de perguntas, mais uma vez os temas foram sorteados. Léo Camargo quis saber de Casteglione o que ele planeja para acabar com as filas para consultas e exames. O candidato do PT lembrou de realizações da sua administração, inclusive do destravamento de uma obra, concluída depois que saiu da prefeitura, e foi atribuída por Lorena à atual gestão. Ele também criticou Libardi que, em bloco anterior, falou sobre aplicativo para melhorar a saúde. Ele disse que a melhoria depende de ter mais profissionais na assistência.

O candidato do PL, em réplica, disse que pretende criar um hospital dia na cidade para dar vazão à demanda por atendimento, uma vez que Cachoeiro de Itapemirim também recebe moradores de outros municípios da região.

Libardi fez sua pergunta sobre excesso de velocidade também para Casteglione. O candidato do PT disse que pretende reorganizar a guarda municipal e ampliar no número de agentes em concurso, passando dos atuais 66 para 200, até o fim da administração, caso seja eleito.

O candidato do Republicanos, antes de falar do tema sorteado, aproveitou para rebater a crítica sobre o uso de aplicativos na saúde, ressaltando que a utilização de apps dá mais celeridade ao atendimento, e que a tecnologia também poderá ser usada para melhorias no trânsito.

O tema seguinte foi iluminação pública e Casteglione quis saber de Lorena como ela pretende usar esse serviço na área da segurança. A candidata do PSB voltou a mencionar um projeto, em Parceria Público Privada (PPA), que prevê a ampliação dos pontos de iluminação e a substituição das luminárias por lâmpadas de LED. O petista disse que o contrato estaria com problemas e talvez não pudesse ser executado, e, pensando em segurança, além de iluminação, ressaltou que é preciso investir também em cultura e retomar as atividades em praças das comunidades.

Lorena rebateu, informando que o contrato não tem nada de irregular, mas tempo de adaptação para ser implementado. E lembrou que a atual gestão previa investimentos em praças, mas que alguns candidatos (sem citar nomes) se posicionaram de maneira contrária à administração nesse quesito.

Ela continuou com a palavra e finalizou a rodada de perguntas com uma questão sobre combate às drogas para Léo Camargo. O candidato do PL disse que pretende criar a primeira clínica de reabilitação do município e, após o tratamento, encaminhar esse público para qualificação profissional e mercado de trabalho.

Voltou a dizer que terá tolerância zero com a criminalidade, incluindo aquelas pessoas em situação de rua que não quiserem passar pelo processo de recuperação. Lorena frisou que as pessoas em vulnerabilidade, entre as quais os usuários de drogas, precisam de acolhimento e pretende implementar um programa de abordagem para que elas busquem o tratamento e retomem o vínculo familiar.

Ferraço vira alvo nas considerações finais

Mesmo nas considerações finais, Theodorico voltou a ser o principal assunto entre os candidatos, que, ao pedirem o voto do telespectador cachoeirense, apontaram a ausência do veterano como uma fuga do enfrentamento direto com seus adversários no pleito municipal.

“Sou um jovem que tem experiência. Aqui está a cadeira vazia de um candidato que não enfrenta o debate e que diz estar preparado para governar a cidade”, disse Libardi.

Já Casteglione relembrou que Libardi já apadrinhado por Ferraço quando era do grupo político do deputado. “O candidato que não veio hoje era padrinho do candidato que acabou de falar”, frisou o petista.

Lorena, por sua vez, aproveitou do tempo das considerações finais para, além de pedir votos, fazer críticas diretas aos candidatos Diego Libardi e Léo Camargo, aos quais chamou de “turista eleitoral que aparece a cada dois anos” e “candidato que quer nacionalizar a eleição municipal”, respectivamente.

O vereador Léo Camargo, além de também citar a falta de Theodorico, se apresentou como uma nova alternativa para a cidade.

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