O último debate com os candidatos a prefeito da Serra, antes do segundo turno das eleições, que acontece no próximo domingo (27), marcou o confronto direto entre o ex-secretário de Estado do Turismo Weverson Meireles (PDT) e o deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos).
No encontro realizado por A Gazeta e CBN Vitória, nesta segunda-feira (21), os dois postulantes ao cargo de chefe do Executivo serrano tiveram a oportunidade de apresentar seus projetos para a gestão da cidade. No entanto, o encontro teve poucas propostas e foi permeado por trocas de ironias, farpas e questionamentos às alianças políticas firmadas.
Quem abriu a rodada de perguntas foi Pablo Muribeca. O parlamentar questionou Weverson sobre suas propostas para a área da Saúde na Serra. Ainda na introdução de sua pergunta, o candidato do Republicanos fez críticas à gestão de Sergio Vidigal (PDT), atual prefeito do município, afirmando que a administração pedetista tem sido negligente com a saúde pública.
Em sua resposta, Weverson rebateu a afirmação de Muribeca de que seu grupo político, liderado por Vidigal, comanda a cidade há trinta anos. Na sequência, disse que pretende, caso eleito, construir mais sete unidades de saúde, bem como centros regionais de especialidades.
Na réplica, o deputado voltou a citar a gestão de Vidigal e investiu na narrativa de que, por ter morado em Vitória, Weverson desconhecia, segundo ele, os problemas da cidade. Ele ainda prometeu ampliar o horário de atendimento nos postos médicos do município.
Na continuidade do debate das propostas para a saúde, os candidatos trocaram críticas sobre as alianças políticas firmadas na corrida eleitoral pelo comando do Executivo. Weverson ironizou a aliança entre Muribeca e o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), reeleito em Vitória. O candidato pedetista questionou o deputado de que forma o mandatário da Capital ajudaria em melhorias para a Serra.
O candidato do Republicanos, por sua vez, voltou a questionar a relação de Weverson com a cidade que pretende governar, insistindo que ele não é morador da Serra e que teria se aproximado da cidade apenas no período eleitoral. O pedetista, por outro lado, antes de indagar a Muribeca sobre suas propostas visando ao enfrentamento da violência doméstica, disse que as falas do parlamentar eram baseadas em informações falsas.
O segundo bloco do debate trouxe seis perguntas com temas pré-definidos voltados para a segurança pública, saúde, mobilidade urbana, meio ambiente e educação.
Muribeca foi o responsável, mais uma vez, por abrir a rodada. Com mais críticas à atual gestão da Serra, o candidato do Republicanos perguntou a Weverson quais suas propostas para ampliar o número de vagas nas creches e escolas da cidade. Em sua resposta, o pedetista frisou que o município conta, atualmente, com oito escolas em tempo integral e que, caso seja eleito, pretende aumentar esse número em 50%.
Na réplica, Muribeca direcionou novas ironias a Weverson, chamando de "balela" as propostas do candidato. O parlamentar prometeu construir até quatro creches de tempo integral, por ano, se for eleito para assumir a prefeitura.
No mesmo bloco, os candidatos também discutiram as propostas para a redução do excesso de velocidade nas vias e mortes no trânsito. Perguntado sobre seus projetos para a área, Muribeca disse que pretender implantar o que chamou de "sinal de três tempos" nos trechos com maior incidência de acidentes. Weverson foi mais amplo em sua resposta e prometeu, entre outras medidas, a terceira ligação entre Vitória e a Serra, bem como a busca por parcerias com o governo do Estado para agilizar a municipalização do trecho serrano da BR-101.
O terceiro bloco do debate foi dedicado às perguntas dos jornalistas de A Gazeta sobre as propostas de governo para a cidade, mas também teve tema relacionado a alianças político-partidárias.
O candidato Weverson, por exemplo, foi indagado sobre as razões pelas quais seu partido, o PDT, rechaçou o apoio declarado pelo ex-candidato a prefeito pelo PT na cidade, o ex-deputado estadual Professor Roberto Carlos. Em sua resposta, o pedetista reforçou o que havia sido divulgado em comunicado enviado pela direção da legenda no dia 12 deste mês, sustentando que desde 2012 as duas siglas não se aliam no município.
Nesse bloco, os dois candidatos também foram perguntados sobre temas sensíveis às duas candidaturas, tendo em vista o perfil conservador de parte do eleitorado serrano. Muribeca, especificamente, teve de responder se, caso eleito, pretende investir em políticas voltadas para população LGBTQIAPN+. Ao responder, o candidato disse que não pretende investir recursos da prefeitura, se conseguir se eleger, em projetos para essa parcela da população.
Weverson, na sequência, respondeu sobre a carta que assinou visando ao apoio de pastores da Assembleia de Deus na Serra, em que firmou o compromisso de "cumprir a palavra de Deus". Segundo o candidato, a assinatura do documento estaria relacionada ao comprometimento com valores cristãos e da família.
Ele ainda aproveitou seu tempo de resposta para dizer que é contra a ideologia de gênero nas escolas, ao contrário do que tem afirmado seu oponente, conforme o candidato.
A quarta rodada do debate com os candidatos a prefeito da Serra registrou novas trocas de ironias e acusações entre os dois postulantes ao posto. Muribeca voltou a insistir que Weverson não era morador do município que pretende governar. O candidato do PDT devolveu a provocação chamando o deputado de "rei das fake news".
O último bloco foi reservado para as considerações finais dos dois candidatos. Muribeca se despediu agradecendo pela oportunidade de participar do encontro e afirmou que "os ataques que sofre durante a campanha não vão o impedir de continuar lutando pelo povo da Serra".
Já o candidato Weverson agradeceu "a Deus e a população da Serra por colocá-lo no segundo turno". Reforçou que nos minutos finais não atacaria ninguém e que iria dar continuidade ao projeto do atual prefeito, Sérgio Vidigal, mas que não faria isso no grito e sim com propostas técnicas.
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